INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 5 de setembro de 2021

 


ENSINO ESPÍRITA - O DEVER

“O dever é o resumo prático de todas as especulações morais. É uma intrepidez, ou seja, uma audácia da alma, que enfrenta as angústias da luta. É austero e dócil, pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, mas permanecendo inflexível diante de suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, e as criaturas mais que a si mesmo; é a um só tempo, juiz e escravo na sua própria causa.” Nesse estudo, vamos tentar conceituar o dever segundo a Doutrina Espírita. Para ilustrar esse estudo, vamos reproduzir uma estória de autoria não revelada, cuja narrativa se segue: Três filhos se reuniram com o pai, um sábio, para questioná-lo qual seria o caminho mais curto para a plenitude da vida. E o pai, aproveitando aquele momento, disse para eles: - Antes de responder a pergunta, eu vou lhes dar uma incumbência. O rei gosta muito de ser presenteado, e eu tenho aqui três presentes para dar ao nosso soberano. E de tal forma, eu preciso muito da ajuda de vocês. Você, que é o mais velho, mais experiente, vai levar um vaso muito bonito, e de muito valor. Mas tome muito cuidado, porque ele é extremamente frágil, um manuseio em falso pode quebrá-lo, e será um desastre. Sei também que ele gosta muito de corça, e eu criei uma especial para sua majestade. Mas, cuidado, ela é ágil e tem uma energia muito grande, de tal forma que você, meu filho do meio, tome muito cuidado com ela para que não fuja. Como o rei gosta muito de bolo, a sua mãe preparou um bolo delicioso para ele, disse ao filho mais novo. Então, é preciso muito cuidado para que esse bolo não venha a ficar despedaçado. Depois que vocês voltarem, eu darei a resposta da pergunta que me foi feita. Andem! Façam o que eu estou pedindo. Os rapazes saíram em direção ao palácio, levando os presentes para o rei. Começaram a caminhada. Logo o do meio disse ao mais velho para que tomasse muito cuidado com o vaso: - segure-o bem; proteja-o com seu corpo. Aí, o de trás disse para o do meio: - você está preocupado com o vaso do nosso irmão mais velho, mas cuidado com a corça, porque se você não segurá-la muito bem ela vai escapar. O mais velho aproveitou a ocasião para repreender o mais novo: Você fica falando aí, mas cuidado com o bolo. Volta e meia, sempre um lembrava ao outro: - Cuidado com o vaso; cuidado com a corça; cuidado com o bolo. E, assim, foram seguindo. No fato de um se preocupar com a responsabilidade do outro, a corça foge. Foi aquele alvoroço. O irmão mais velho, para ajudar na captura da corça, colocou o vaso no chão para sair correndo. Só, que, o vaso bateu numa pedra e se estilhaçou. O irmão mais jovem, querendo também ajudar, colocou o bolo no chão, e também saiu correndo. Não conseguiram pegar a corça. Quando o irmão mais novo voltou para pegar o bolo, este já havia sido consumido pelas formigas. Foi uma situação muito dramática para aqueles três jovens. Não conseguiram objetivar o intento, e voltaram à casa do pai para relatar o acontecido. O pai aproveitou o ensejo para responder à pergunta dos filhos. Vocês me perguntaram qual o caminho mais curto para a plenitude da vida. E eu vou dizer que é exatamente o que vocês não fizeram, que é o cumprimento do dever. O seu dever era levar o vaso, disse ao mais velho; o seu era levar a corça, disse ao do meio; e o seu era levar o bolo, disse ao mais novo. Mas, no entanto, muito antes de se preocuparem com os seus deveres, vocês se preocuparam com os deveres dos outros, e não cumpriram os seus.

Reflexão:

O dever (o substantivo, não o verbo) constitui-se então, um aliado importantíssimo. Segundo o dicionário, dever é “o conjunto das obrigações de alguém em absoluto ou em determinada situação. Dever de: obrigação ou preceito de. Deveres para com alguém: os serviços ou as provas de respeito e afeição que há obrigação de lhe prestar ou dar.” Na vida moderna, esta palavra, parece-nos pouco usada, talvez por significar obrigação de ou para com, que fere nosso orgulho, nossa vaidade, nossa ânsia de liberdade.  Todavia, em todo lugar onde haja pessoas relacionando-se, partilhando de algo em comum ou, simplesmente próximas, existem deveres de uns para com os outros. É a conscientização desse dever de e para com que consideramos fundamental para quem está iniciando, e a maioria de nós está, sua transformação íntima. Dever é o princípio da ação e estriba-se na razão. Muitas vezes, o dever é usado como sinônimo de obrigação. Enquanto obrigação designaria a necessidade moral que vincula a pessoa a proceder de determinado modo. Dever significaria esse procedimento a que ela está obrigada.  O dever, na sua origem, e segundo os estoicos (aqueles que seguem o estoicismo), pertencia a uma ética fundada na norma do viver segundo a Natureza, isto é, conformar-se à ordem racional do todo.  Os estoicos não se referiam à felicidade, ao prazer ou à conquista de virtudes, simplesmente alimentavam a crença que, havendo uma lei natural, a conduta humana nela seria alicerçada. Isso já era suficiente para pautar o comportamento de cada ser humano. O dever está presente em todos os aspectos de nossa vida de relação. Refletir sobre os nossos deveres e obrigações é muito útil para o nosso aperfeiçoamento moral e intelectual. Sócrates, Platão e Aristóteles, filósofos gregos, deram outro verniz ao dever: embora aceitassem a conformação com a ordem racional do todo, procuraram relacioná-lo com a felicidade e a prática das virtudes.

Dever e o Evangelho Segundo o Espiritismo

O dever é o conjunto das prescrições da lei moral, primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida, é a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relações com seus semelhantes e com o Universo inteiro. O dever encontra-se tanto nos mais ínfimos como nos mais elevados detalhes da vida. O dever “De” e o dever “Para com” são conquistas do homem espiritualizado. É o reconhecimento de que somos todos iguais perante a lei de Deus. Estamos todos envolvidos em um mesmo processo de evolução individual e coletiva, e o dever (o substantivo, não o verbo) constitui-se então, um aliado importantíssimo. Há várias formas de dever, descritos por Léon Denis, no livro “Depois da Morte”: O dever para com Deus, na busca do conhecimento de Suas leis e no esforço de sua prática; dever para consigo mesmo, que consiste no respeito a si próprio em governar-se com sabedoria e em querer sempre o que for útil, bom e belo; o dever profissional, que exige o cumprimento consciencioso das obrigações, das funções exercidas; os deveres familiares, que quanto melhor compreendidos e cumpridos, concorrem para que a família seja de fato, um núcleo facilitador do desenvolvimento do amor entre seus membros, irradiando-se para a comunidade. O dever não é idêntico para todos; varia segundo a condição e saber. Quanto mais nos elevamos tanto mais a nossos olhos ele adquire grandeza, majestade, extensão. O dever é a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relações com seus semelhantes e com o Universo inteiro. Figura nobre e santa, o dever paira acima da Humanidade. O dever inspira os grandes sacrifícios, os puros devotamentos, os grandes entusiasmos. Risonho para uns, temível para outros, inflexível sempre, ergue-se perante nós, apontando a escadaria do progresso, cujos degraus se perdem em alturas incomensuráveis. O culto do dever é sempre agradável ao virtuoso e a submissão às suas leis é fértil em alegrias íntimas, inigualáveis. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre-arbítrio, o aguilhão da consciência. Esse guardião da probidade interior, o adverte e sustenta, mas ele se mostra frequentemente impotente diante dos sofismas da paixão. Mas como precisar esse dever? Onde ele começa? Onde acaba?  “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo, termina no limite que não gostaríeis de ser ultrapassado em relação a vós mesmos”. Por mais obscura que seja a condição do homem, por mais humilde que pareça a sua sorte, o dever domina-lhe e enobrece a vida, esclarece a razão, fortifica a alma. Ele nos traz essa calma interior, essa serenidade de espírito, mais preciosa que todos os bens da Terra e que podemos experimentar no próprio seio das provações e dos reveses. Não depende de nós desviarmos os acontecimentos, porque o nosso destino deve seguir os seus trâmites rigorosos; mas sempre podemos, mesmo através de tempestades, firmar essa paz de consciência. Esse contentamento íntimo que o cumprimento do dever acarreta. Todos os Espíritos superiores têm profundamente enraizado em si o sentimento do dever; é sem esforços que seguem a própria rota. É por uma tendência natural, resultante dos progressos adquiridos, que se afastam das coisas vis e orientam os impulsos do ser para o bem. O dever torna-se, então, uma obrigação de todos os momentos, a condição imprescindível da existência, um poder ao qual nos sentimos indissoluvelmente ligados para a vida e para a morte. A prática constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento. Para apressá-lo, convém que estudemos primeiramente a nós mesmos, com atenção, e submetamos os nossos atos a um exame escrupuloso, porque ninguém pode remediar o mal sem antes o conhecer. Você é único na vida. Seus deveres são somente seus, e são Em verdade escolhas do seu espírito no curso educativo que segue para a perfeição. O cumprimento do dever depende das circunstâncias, ou seja, implica em contrariar e ser contrariado. Por isso, ao estarmos livres para escolher esta ou aquela ação, tornamo-nos responsáveis pelo que praticarmos. Em Paris, no ano de 1863, o Benfeitor Espiritual Lázaro ditou uma orientação intitulada ‘O Dever’, que posteriormente foi inserida por Allan Kardec no livro ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’. E ele diz: “O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados”. “Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão”. “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos” Muitas pessoas se perguntam quais são os deveres que temos com as pessoas. O Evangelho Segundo O Espiritismo nos ensina que o dever é a obrigação moral que temos conosco e com os outros. Por que, algumas vezes, o dever com o próximo é tão difícil de se fazer? O Evangelho nos apresenta uma visão plural sobre o mundo que vivemos. Muitas vezes, ficamos tão atribulados de desafios que não sabemos como prosseguir cumprindo nosso dever consigo mesmo e, em seguida com os outros. Todos nós sofremos e sentimos dores grandes ou pequenas.  Mesmo assim, o Evangelho diz que são exatamente elas que nos elevam a patamares mais altos. Ninguém cresce sem dor e persistência. Dever é o guardião da razão. O dever cumprido é a forma de usar a nossa razão para cumprir nosso dever com as pessoas e criarmos um mundo cada vez mais elevado na escala evolutiva. Façamos o bem visando a coletividade e a nós mesmos. Não é à toa que o capítulo O dever vem logo após a Parábola do Semeador. Nela, Jesus nos conta uma parábola sobre semear em terra boa, o que nos dará bons frutos. Ou seja, as “sementes” descritas pelo mestre Jesus seriam as suas palavras. Isto significa que muitas pessoas recebem os ensinamentos de Cristo em palestras, reuniões de centros espíritas, entre outros locais, e não aplicam na sua própria vida o que foi aprendido. Muitos ainda ficam curiosos pelo bem a princípio, mas indiferentes após passar um período de tempo. Reflitamos que todas as sementes que plantarmos terão frutos, sejam eles bons ou ruins. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Se nós quisermos ser felizes devemos cumprir o nosso dever e o primeiro que devemos cumprir é conosco mesmo. É um dever para com a nossa própria pessoa. Ajamos sempre de acordo com o interesse geral. Esta ação várias vezes repetida, amplia-nos a visão de mundo, colocando-nos no devido lugar para o cumprimento de nossos deveres.

Muita Paz!


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