PRIMEIRO MÓDULO
Vamos iniciar
o estudo de uma obra muito interessante e pouco estudada por nós. Trata-se da
obra O que é o Espiritismo, que nos dá informações importantes, e fáceis para
alcançarmos a essência sobre o que é o Espiritismo. Esta obra tem, também, o
propósito de esclarecer as dúvidas que surgiram quando do advento de O Livro
dos Espíritos. Este livro surgiu depois do lançamento as obra O Livro dos
Espíritos, em 18 de abril de 1857. Depois, Kardec lança a obra Instrução prática
sobre as manifestações espíritas em 1858 e, depois, Kardec lança a primeira
edição da Revista Espírita, também em 1858. Depois dessas obras, em 1859,
Kardec lança a obra O que é o Espiritismo, que nasce com o título Introdução ao
conhecimento do mundo invisível ou dos espíritos. O Espiritismo tem a sua
proposta, tem as suas bases, tem os seus ensinamentos e seus esclarecimentos.
Nós que abraçamos essa Doutrina e queremos conhecê-la em maior profundidade
devemos buscar entendê-la. O Espiritismo tem uma máxima que diz o seguinte:
Primeiro entender, depois praticar. Então, é nessa busca de entendimento que
estamos estudando essa obra. Segundo Allan Kardec, devemos começar a estudar o
Espiritismo pela sua obra “O que é o Espiritismo?” Esta obra responde já de
início à pergunta, título da própria obra, o que é o Espiritismo. Nesta obra,
Kardec apresenta uma visão geral do Espiritismo, os seus princípios
fundamentais, o que o Espiritismo aborda, nos seus mais variados temas e
aspectos. Esta obra nos traz uma abordagem mais geral e simples do que seja o
Espiritismo, para então depois, ao longo de suas outras obras, aprofundar em
cada um de seus itens, conceitos e definições.
Esta
brochura contém sumária exposição dos princípios da Doutrina Espírita, um
apanhado geral desta, permitindo ao leitor apreender-lhe o conjunto dentro de
um quadro restrito. Em poucas palavras ele lhe percebe o objetivo e pode julgar
do seu alcance. Aí se encontram, além disso, respostas às principais questões
ou objeções que os novatos se sentem naturalmente propensos a fazer. Esta
primeira leitura, que muito pouco tempo consome, é uma introdução que facilita
um estudo mais aprofundado. Apresenta, de forma sucinta, os princípios da
Doutrina Espírita assim como respostas às principais objeções que lhe podiam
ser apresentadas. É dividida em três partes: a primeira apresenta três
diálogos, em que Kardec conversa com um crítico, um cético, e um padre; a
segunda, noções elementares de Espiritismo; e a terceira, a solução de alguns
problemas do cotidiano pela doutrina espírita. Pode parecer desnecessário, para
quem já detém um conhecimento mais sólido da obra de Kardec, realçar a
importância de um iniciante começar o estudo do Espiritismo por esses livros
menores em tamanho, mas não menos valiosos em conteúdo. Trata-se de uma
diretriz prática para logo se obter noções essenciais dentro de um conjunto
abrangente de temas. É uma forma didática, o que tanto prezava Allan Kardec,
começando-se do mais simples, preliminar, obtendo-se uma base preparatória
para, na sequência, continuar a leitura nos livros mais complexos e profundos.
Preâmbulo: Traz
colocações e informações; é uma explicação do motivo pelo qual esta obra foi
construída. Nesse processo de reflexão que Kardec estabelece, ele nos dá
algumas dicas para o nosso estudo. Ele diz que pessoas que têm uma visão
diferenciada e, até mesmo, deturpada da Doutrina Espírita, assim a possui pela
ausência de conhecimento consistente. Na ideia de um estudo mais aprofundado,
vejamos o que o Codificador nos diz: As
pessoas que só têm conhecimento superficial do Espiritismo são, naturalmente,
inclinadas a formular certas questões, cuja solução podiam, sem dúvida,
encontrar em um estudo mais aprofundado dele; porém, o tempo e, muitas vezes, a
vontade lhes falta para se entregarem a observações seguidas. Antes de
empreenderem essa tarefa, muitos desejam saber, pelo menos, o que se trata e se
vale a pena ocupar-se com tal coisa. Por isso, achamos útil apresentar
resumidamente as respostas a algumas das principais perguntas que nos são
diariamente dirigidas; isto será, para o leitor, uma primeira iniciação, e,
para nós, tempo ganho sobre o que tínhamos de gastar a repetir constantemente a
mesma coisa. Sob a fórmula de diálogos, o primeiro capítulo deste volume
encerra respostas às observações mais comumente feitas por aqueles que
desconhecem os princípios fundamentais da Doutrina e, bem assim, a refutação
dos principais argumentos de seus contraditores. Esta forma nos pareceu a mais
conveniente, por não ter a aridez da dogmática.
É justamente com
esse sentido de aprofundar que Kardec trás para nós todo esse material. Nesse processo
de reflexão que ele estabelece, surgem algumas dicas para o estudo, como por
exemplo, pessoas que têm uma visão diferenciada e, até mesmo, distorcida, da
Doutrina Espírita, assim a possuem pela ausência de conhecimento consistente,
ou seja, uma maneira mais assertiva de realizar o estudo, porque o iniciante,
aquele que se aproxima da Casa Espírita, não teriam muito tempo para poder
estudar o Espiritismo. Então, como seriam apresentados os conceitos básicos e,
ao mesmo tempo, uma forma rápida e ampliada. Como seria introduzido o
conhecimento da Doutrina Espírita, contido em cinco livros básicos, obras com
inúmeras páginas cada, sem nenhuma figura, com exceção da cepa espírita,
contida em Prolegômenos, em O Livro dos Espíritos.
Continua Kardec:
No segundo
capítulo, damos uma exposição sumária das partes da ciência prática e
experimental, sobre as quais, na falta de uma instrução teórica completa, o
observador novato deve fixar a sua atenção para poder julgar com conhecimento
de causa, é, aproximadamente, um resumo de O Livro dos Médiuns. As objeções
nascem, quase sempre, das ideias falsas, a priori, sobre aquilo que se não
conhece bem. Retificar essas ideias é prevenir as objeções; tal é o fim deste
pequeno trabalho. Aqui, Kardec está
falando de nada mais nada menos do que O Livro dos Médiuns.
Quando
ele fala do Espiritismo experimental, ela fala da proposta da comunicação com
os chamados mortos, do uso dos médiuns, ou seja, dos intermediários entre o
mundo material com a realidade do mundo espiritual. Essa prática experimental
está muito bem explicitada em O Livro dos Médiuns. Continua Kardec: No terceiro
capítulo, publicamos um resumo de O Livro dos Espíritos, com s solução, pela
Doutrina Espírita, de certo número de problemas do mais alto interesse, de
ordem psicológica, moral e filosófica, que diariamente são propostas, e aos
quais nenhuma filosofia deu ainda resposta satisfatória. Procurem resolvê-los
por qualquer outra teoria, sem a chave que nos fornece o Espiritismo; comparem
suas respostas com as dadas por este, e digam quais são as mais lógicas, quais
a que melhor satisfazem à razão. Estes resumos não somente são úteis aos
principiantes, que neles poderão, em pouco tempo e com pouca despesa, beber as
noções mais essenciais da Doutrina Espírita, senão, também, aos adeptos, pois
lhes fornecem os meios para responderem às primeiras objeções que não deixarão
de lhes apresentar, e, além disso, por encontrarem reunidos, em quadro restrito
e sob um mesmo ponto de vista, os princípios que devem sempre estar presentes à
sua memória. Para responder, desde já e sumariamente, à pergunta formulada no
título deste opúsculo, diremos que: O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma
ciência de observação e uma Doutrina filosófica, Como ciência prática ele
consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como
filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas
relações.
Se
você participa de um grupo de pessoas que está desejoso por conhecer o
Espiritismo, use essa obra, pois ela tem um valor didático excelente, aportado
pelo próprio Codificador, que propicia segurança nesse ensinamento. Às vezes,
perguntas nos são feitas e de momento e não temos respostas de imediato;
ficamos buscando palavras, colocações de outras pessoas, repetindo frases
feitas, sem formar a nossa opinião a respeito do tema exposto. Por isso, é
muito importante estudar; ler esse opúsculo. Continua Kardec: Podemos defini-lo
assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
SEGUNDO MÓDULO
SEGUNDO MÓDULO
Dando sequência ao estudo do livro O Que é o Espiritismo,
vamos iniciar a análise do capítulo I, que tem como título Pequena conferência
espírita. Nele, Kardec trabalha vários tipos de diálogos; primeiro com um
crítico, a seguir com um cético, e, depois, com um padre. Entre o segundo e o
terceiro diálogo, ele acrescenta vários elementos que são, na verdade,
fundamentos para o estudo da Doutrina Espírita. Kardec aplica um formato
didático num processo de perguntas e respostas que vai aportando conhecimentos,
e, também, aportando a mesma linha de raciocínio que ele adotou quando do exame
das manifestações chamadas, num primeiro momento, de manifestação das mesas
girantes. E nesse primeiro diálogo, Kardec trabalha com a visão do crítico. Como
esse diálogo é muito extenso, para não cansar e haver perda de raciocínio,
farei um resumo do mesmo, lógico que, sem perder o foco do sentido. Esse
diálogo é muito interessante porque, esse crítico é alguém que busca escrever um
livro para condenar o Espiritismo. E ele faz uma sugestão a Kardec: Confesso
que a minha razão se recusa admitir a realidade dos fenômenos estranhos
atribuídos aos espíritos, persuadido que estou de que estes não têm senão uma
existência imaginária. Entretanto, eu me curvaria diante da evidência, se disso
tivesse provas incontestáveis; por isso desejo a permissão de assistir somente
a uma ou duas experiências, a fim de convencer-me, caso seja possível. E eu me
curvaria diante da evidência, se disso tivesse provas incontestáveis. Aqui,
vemos nitidamente que o crítico quer imitar o apóstolo Tomé, “tocar nas
chagas”, ou seja, ver para crer. Ele quer participar de uma reunião mediúnica
e, observando o fenômeno, junto com Kardec, e se esse fenômeno fosse muito
convincente, “daria o braço a torcer” e se tornaria um adepto da crença de
Kardec. Mas o Codificador responde, de maneira categórica: Desde que a vossa
razão repele o que nós consideramos irrecusável, vós a credes superior às de
todos quantos não compartilham de vossas opiniões. Longe de mim o pensamento de
duvidar do vosso talento e a pretensão de supor minha inteligência superior à
vossa; admiti, pois, que eu esteja iludido, é a vossa razão é quem diz: e não
falemos mais nisso. Aqui, o Codificador está dizendo que o crítico já tem uma
ideia preconcebida, e num primeiro momento de se colocar superior, sem
estabelecer nenhum contra ponto lógico para essa mesma negação, Kardec está
demonstrando que não deseja uma queda de braço intelectual. Kardec se coloca
numa posição de quem não está disposto a fazer esse tipo de prosélito. Mas o
visitante insiste: Entretanto, se você conseguir me convencer, conhecido que
sou como antagonista das vossas ideias, isto seria um milagre eminentemente
favorável à causa que você defende. Aqui, fica claro que o crítico já conhecia
as duas obras iniciais de Kardec e não se dera ao trabalho de estudá-las,
criticava pelo fato de criticar. Respondendo, Kardec diz que lamenta, pois não
tem o dom de fazer milagres, e, diz mais: Você julga que em uma ou duas sessões
bastariam para adquirir convicção? Seria, realmente, um verdadeiro prodígio; eu
precisei mais de um ano de trabalho para ficar convencido. Além disso, não
realizo sessões públicas, e parece-me que você se enganou sobre o fim das
nossas reuniões, visto não fazermos experiências com o fito de satisfazer à
curiosidade de ninguém. Kardec quer dizer que a participação de uma ou duas
reuniões não daria a essa pessoa condição de aprofundamento. Aí, o crítico faz
uma pergunta muito singular. Mas você não quer fazer prosélito? Ele pergunta se
Kardec não quer convencer as pessoas, pois, eu quero participar da reunião e
você diz que não. Então, Kardec responde: para que buscarmos fazer prosélito,
quando você não quer? Ora, se a pessoa já se apresenta com o objetivo de
argumentar simplesmente para negar e não para compreender. Tentar buscar alguém
que não se interessa em ser convencido ou que não está buscando elementos de
compreensão para suas dúvidas, isto é, a pessoa não tem dúvida e, em última
análise, está querendo perturbar o nosso juízo, ou por em cheque um corpo de
doutrina que abraçamos. De certo, ela não busca entender essa doutrina. Então,
é uma conversa que não dá em nada. Não pretendo forçar convicção alguma. Quando encontro
pessoas que sinceramente desejam instruir-se e dão-me a honra de pedir-me
esclarecimentos, folgo e cumpro um dever respondendo-lhes nos limites dos meus
conhecimentos; quanto aos antagonistas, porém, que, como vós, têm convicções
arraigadas, não tento arredar-lhes um passo, atento a que é grande o número dos
que se mostram bem dispostos, para que possamos perder o nosso tempo com aqueles
que o não estão. Estou certo de que, diante dos fatos, a convicção há de vir,
mais tarde ou mais cedo, e que os incrédulos hão de ser arrastados pela
torrente; por ora, alguns partidários, de mais ou de menos, nada alteram na
pesagem; pelo que nunca me vereis incomodado para atrair, às nossas ideias,
aqueles que, como vós, sabem as razões que têm para fugir delas.
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