INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 26 de fevereiro de 2023

 


Quaresma é tempo de penitência?

É chegado o tempo da Quaresma, período de quarenta dias que antecede a data mais importante para o catolicismo, “A morte e a ressurreição de Cristo”. Esta prática data desde o século IV. De início, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d.C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma, que é o tempo litúrgico, ou seja, um conjunto de cerimônias eclesiásticas, de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas Igrejas Protestantes marcam para que seus seguidores possam se preparar para a Páscoa. Durante este espaço de tempo, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum e da oração. Ao longo desse tempo, sobretudo na liturgia do Domingo de Ramos, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como “pretensos” filhos de Deus. No período quaresmal é muito comum nos depararmos com pessoas cumprindo promessas, jejuando e fazendo penitências. Os fiéis mais tradicionais se abstêm do consumo da carne vermelha, outros passam os quarenta dias sem cortar o cabelo e a barba, enfim, não raro são aqueles que realizam algum tipo de sacrifício nesse período. A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quatro na Bíblia, que simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de vida na Terra; suas provações e dificuldades.  Nesta, é falado dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto, antes de começar sua vida pública, e dos quatrocentos anos dos judeus no Egito. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João Batista no rio Jordão, Jesus passou quarenta dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo espírito, o que quer significar que ele vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo em que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. Quando começa e quando termina a Quaresma? De acordo com a Carta Apostólica do Papa Paulo VI aprovando o Novo Calendário Romano Geral, pág. 28, o tempo da Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa, até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo nessa época não significa luto e sim simboliza que a Igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo. Por isso, a Quaresma é tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Houve um tempo que, quando se falava em Quaresma, geralmente, algumas pessoas tinham uma ideia de uma coisa negativa. Era o tempo do medo, do cachorro louco, da mula sem cabeça e outras coisas mais. Para outros a quaresma parece superada pelo modernismo e é hoje apenas uma recordação negativa do passado ou um retrato na parede, simplesmente.  A Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma, é um dia consagrado para lembrar a mortalidade. A cinza, por sua leveza, é figura das coisas que se acabam e desaparecem. É usada como um sinal de penitência. É costume serem realizadas missas onde os fiéis são marcados na testa com cinzas. Essa marca normalmente permanece na testa até o pôr do sol. Esse simbolismo faz parte da tradição demonstrada na Bíblia, onde vários personagens jogavam cinzas nas suas cabeças como prova de arrependimento. De um modo geral, as penitências são caracterizadas por privações voluntárias que, segundo a Igreja, aproximam os homens a Deus, isentando-os de seus pecados.

REFLEXÃO:

Pela visão do espírita, questionamos: Quarenta dias seriam suficientes para redimir os homens de seus erros? Até que ponto as penitências são válidas? Será que necessitamos de um período específico para refletir nossas atitudes e dar início a uma transformação moral? Busquemos as respostas em O Livro dos Espíritos, nas Questões 720, 720-a, 722, e 726 no Capítulo V – Da Lei de Conservação. 720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária? Responderam os Espíritos: “Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis”. 720-a. Haverá privações voluntárias que sejam meritórias? Responderam os Espíritos:  “Há; a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão”. 722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos? Responderam os Espíritos: “Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus”. 726. Visto que os sofrimentos deste mundo nos elevam, se os suportarmos devidamente, dar-se-á que também nos elevam os que nós mesmos nos criamos? Responderam os Espíritos: “Os sofrimentos naturais são os únicos que elevam, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas? Por que de preferência não trabalham pelo bem de seus semelhantes? Vistam o indigente; consolem o que chora; trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus. Sofrer alguém voluntariamente, apenas por seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade; tais os preceitos do Cristo”. Analisando as afirmativas contidas em O Livro dos Espíritos, observamos que a visão do Espiritismo com relação às penitências, difere de outras religiões. Para a Doutrina dos Espíritos, as privações somente são válidas quando afastam o homem das futilidades materiais que nada acrescentam na evolução do espírito, entretanto, deve ser um exercício contínuo na busca pelo progresso moral, não limitando-se a quarenta dias cada ano. Terá maior mérito perante Deus, aquele que aplica sua penitência em benefício de outrem, ou seja, pratica a caridade que, aliás, para nós que ainda somos espíritos imperfeitos, ser caridoso é uma grande penitência. Com relação a abstinência de certos alimentos, segundo o Espiritismo, nos é permitido consumir qualquer substância que não nos comprometa a saúde, em qualquer época do ano, isso se aplica ao consumo de carne. Devemos considerar que nossa matéria densa carece de proteína para funcionar adequadamente, cuja principal fonte é a carne.

Nota:

A proibição do consumo de carne vermelha na quaresma surgiu na Idade Antiga, consolidando-se na Idade Média, época em que os pobres não tinham recursos para introduzir a carne em suas refeições. Desta forma a carne vermelha era consumida apenas pelos ricos nos banquetes, onde se tornou o símbolo da gula, um dos pecados capitais. Para evitar conflitos com a nobreza, a Igreja orientava o consumo de carne à livre demanda, por sete dias, antes do período quaresmal, essa tradição ficou conhecida como “Carnevale” (o prazer da carne), daí a origem do carnaval. Após o “Carnevale”, a população deveria abster-se da carne pelos quarenta dias que antecediam a páscoa. O peixe não entrou nesta lista, por isso tinha o consumo liberado. Diante dessas considerações, podemos afirmar que as privações voluntárias pouco contribuem para o progresso espiritual. Há uma influência católica muito intensa sobre a mente popular, com hábitos enraizados, a ponto de termos somente feriados católicos no Brasil, advindos de uma época de dominação da Igreja sobre o país. Os espíritas, afinados com outra proposta, a do Cristo Vivo, não têm porque apegar-se ou preocupar-se com tais questões. Respeitemos nossos irmãos católicos, mas deixemo-los como queiram, sem o stress de esgotar explicações. Nossa Doutrina é livre e deve ser praticada livremente, sem qualquer tipo de vinculação com outras práticas. Com isso, ninguém está a desrespeitar o sacrifício do Mestre em prol da Humanidade. Preferimos sim, ficar com seus exemplos, inclusive o da imortalidade, do que ficar a reviver a tragédia a que foi levado pela precipitação humana. Inclusive temos o dever de transmitir às novas gerações a violência da malhação do Judas, prática destoante do perdão recomendado pelo Mestre, verdadeiro absurdo mantido por mera tradição, também incoerente com a prática espírita. A mesma situação ocorre quando na chamada quaresma de nossos irmãos católicos, espíritas ficam preocupados em comer ou não comer carne, ou preocupados se isto pode ou não. Ora, ou somos espíritas ou não somos! A Doutrina Espírita nada tem a ver com isso. São práticas de outras religiões, que repetimos, respeitamos mas não adotamos. A Quaresma que entendemos é época de mudança íntima e espiritual, que deveria acontecer por um tempo infinito e não só por quarenta dias. O Espiritismo encara a chamada Sexta-feira Santa como uma Sexta-feira normal, como todas as outras. Também indica que não há procedimento algum para os dias desses feriados. E não há porque preocupar-se com o Senhor Morto, pois que Jesus vive e trabalha em prol da Humanidade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8:32). O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito. Portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo. O cristão deve buscar alcançar o Reino de Deus. Porém, não aquele lugar específico.  Mas, aquele que está dentro dele. Devemos fazer da Quaresma um tempo para “Jejuar” alegremente de certas coisas e também para “Fazer festa” de outras.

Neste tempo devemos:

Jejuar de julgar os outros e festejar porque também eles são filhos de Deus;

Jejuar do fixarmo-nos sempre nas diferenças e fazer festa por aquilo que nos une na vida

Jejuar das trevas da tristeza e celebrar a luz;

Jejuar de pensamentos e palavras doentios e alegrarmo-nos com palavras carinhosas e edificantes;

Jejuar das desilusões e festejar a gratidão;

Jejuar do ódio e festejar a paciência santificadora;

Jejuar de pessimismos e viver a vida com otimismo, como uma festa contínua.

Portanto, é tempo de encontro com o próximo. É a caridade que se faz em nome do Criador. São as obras meritórias, os ideais nobres. É tempo da doação de si mesmo; do compartilhar; do perdão que se exercita; do bem que se faz. É o amor em ação. Jesus está presente, e a Sua presença se evidencia, especialmente, através de cada ser humano. Jesus, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da Humanidade. Esses valores são conceitos fundamentais, sendo a moral cristã o eixo de sua visão de mundo e interpretação da realidade.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados; cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pensa nisso!

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