INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
Pense nisso!

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domingo, 31 de julho de 2022

 


A Ação da Prece

E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, vos dará a recompensa.  (Mateus, cap. VI, vv. 5 a 8). Dizem que o católico reza; que o protestante ora, e que o espírita faz prece. Na realidade, prece, oração, reza, são palavras sinônimas, e representam um pensamento endereçado ao Alto para suplicar, agradecer ou louvar. Todo ser pensante pode irradiar pensamentos. E, através da vontade, o fluido cósmico universal leva esses pensamentos até ao ponto desejado. A Espiritualidade Superior diz: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções e da maneira que mais lhe agradar, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”. O pensamento, sendo um fluido, é elemento condutor que, quando se expande, atua concretizando ideias e materializando expectativas. Entendo que a prece é uma necessidade universal, independente de seitas ou de religiões, e, que, na atualidade, é uma atividade esquecida por grande parte das pessoas. A prece é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica, cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance. Pela prece, o homem eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, e sente-se mais forte. Ela é o seu sustento moral na adversidade, é o orvalho divino que tranquiliza o calor excessivo das aflições. A prece nada mais é do que a elevação do nosso pensamento à divindade. Vale dizer que a prece nunca é inútil, quando bem feita. Mas, às vezes, a nossa prece não passa do telhado da casa. Para ela chegar até o pensamento divino, nós temos que aumentar a nossa vibração. Nós temos que sentir aquilo que estamos fazendo. Por isso, é que a prece é um momento especial na nossa vida. A prece não é simplesmente um movimento dos lábios, de frases decoradas, onde as palavras mirabolantes perdem o sentido, perdendo-se, também, o pensamento. Muitos não compreendem que o valor e a eficácia da prece estão na qualidade do sentimento. A prece eficaz não tem nada a ver com aquela ideia desgastada de que basta rogar a Deus para algo acontecer, nem tampouco com uma negociação onde trocamos graças por promessas. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Pois, não é pela multiplicidade das palavras que seremos ouvidos, mas pela sinceridade com que fazemos a prece. Quando oramos com disposição, boa intenção e sinceridade nos ligamos às esferas superiores, recebendo delas inspiração e a força necessária para suportarmos nossas provas. A prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora. Ela afasta os pensamentos opressivos, suaviza a angústia, alivia o sofrimento da alma. A prece que fazemos para aliviar nossas provas é um impulso natural. Porém, temos que ter consciência de que Deus não irá modificar a natureza das nossas provas, e nem  desviar-lhes o curso, pois, essas provas são necessárias para o progresso do Espírito, e devem ser suportadas até o fim. Nem sempre o que pedimos é o que realmente nos convém para a nossa evolução. Muitas pessoas que se dizem religiosas, adormecem e se levantam sem erguerem seu pensamento a Deus, como acontece com os animais, que vivem apenas a vida material. Conosco, seres humanos, isso não deveria acontecer. A razão deveria nos conduzir a uma atitude de reverência para com o nosso Pai Criador. A prece deve ser cultivada sempre, e não de vez em quando. Se você procede assim, não custa nada modificar o seu hábito.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

domingo, 24 de julho de 2022

 


Sobre o Egoísmo

Estudo com base nas questões 913 a 917 de O Livro dos Espíritos

Como ilustração, reproduzo uma estória que recebi, sem o devido crédito de autoria, tendo como título “Vidro e espelho”. Certa vez, um jovem muito rico foi procurar um rabi para lhe pedir um conselho, porque toda sua fortuna não era capaz de lhe proporcionar a felicidade tão sonhada. Falou da sua vida e pediu ajuda. O sábio o conduziu até uma janela e pediu para que olhasse para fora com atenção e perguntou: O que você vê através do vidro, meu rapaz? - Vejo homens que vêm e vão, e um cego pedindo esmolas na rua, respondeu o moço. Então o mestre lhe mostrou um grande espelho e novamente o interrogou: O que você vê neste espelho? -Vejo a mim mesmo, disse o jovem, prontamente. E o rabi continuou com suas lições preciosas: E já não vê os outros, não é verdade? Observe que a janela e o espelho são feitos da mesma obra prima, o vidro.

Mas no espelho há uma camada fina de prata colada ao vidro e, por esta razão, você não vê mais do que sua própria imagem. Fez uma pausa e continuou: Se você se comparar a essas duas espécies de vidro, poderá retirar uma grande lição. Quando a prata do egoísmo recobre a nossa visão, só temos olhos para nós mesmos e não temos chance de conquistar a felicidade efetiva. Mas quando olhamos através do vidro limpo da compaixão, encontramos razão para viver e a felicidade se aproxima. Por fim, o sábio lhe deu um simples conselho: - Se quiseres ser verdadeiramente feliz, arranque o revestimento de prata que lhe cobre os olhos para poder enxergar e amar os outros. Eis a chave para a solução dos seus problemas.

“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens” (Emmanuel).

Na raiz de todos os sofrimentos do homem encontramos o egoísmo, isto é, a predominância do ego com todas as suas necessidades ilusórias sobre o eu, sobre a realidade própria do ser. O egoísmo excita o ego a projetar-se além dos níveis de equilíbrio, distorcendo verdades, atordoando a consciência que o homem tem de si mesmo. O egoísmo faz a criatura pensar somente em si. É o querer para si em primeiro lugar. O egoísta quer seus direitos, mas não gosta de respeitar os direitos alheios. Deseja sempre apossar-se dos espaços que lhe não pertence. Sua visão de justiça é unilateral. E isso elimina quaisquer resquícios de espiritualidade. É por causa do egoísmo que eclodem desavenças, desde os pequenos conflitos familiares, passando pelas guerras religiosas, até às grandes guerras de alcance mundial.

O egoísta, atormentado pelo ego dominador, quando não consegue o domínio do alvo, seja um amor ou uma estima, fazendo com que ele haja exatamente como deseja, verte para o ciúme e atormenta não só a sua vida como a vida alheia. Como podemos ver, o egoísmo é como uma verdadeira chaga da Humanidade, que trava e impede o progresso moral do planeta Terra, atrasando a escalada do homem a caminho da luz. O egoísmo é vício do Espírito encarnado. É a sua dependência maior, aquilo que sem ele a maioria não vive. Como se sabe, a Terra é um planeta de expiações e de provas, onde ainda predomina o mal e a imperfeição. Há muita expectativa de que, em tempo que se espera não demasiado longo, consigamos atingir a categoria de “Planeta de Regeneração”.

Para tanto, é absolutamente indispensável que todos nós, sem qualquer exceção, independentemente da crença que se professe, e até mesmo quando não se professe nenhuma crença, reunamos o melhor de nossas forças, com vontade férrea, para vencer esse terrível mal que insiste em prevalecer em nossas decisões. Não é sem razão que o texto do mentor espiritual enfatiza a necessidade de vencermos a nós mesmos em primeiro lugar. Porque, infelizmente, o egoísmo está presente e muito evidente em nosso dia a dia. Como sabemos, fora da caridade não há salvação. A caridade é o amor em ação, e o egoísmo, como já disse, é a negação da caridade. Urge, pois, que eliminemos essa infeliz mania de querer levar vantagem em tudo.

Enquanto o homem permanecer preso naquilo que quer, no que gosta, no que acha que deveria estar acontecendo, no que imagina que deveria ser justo acontecer, ele não alcançará nada, não agregará nenhum valor com relação à sua reforma íntima. Caro companheiro de caminhada terrestre, se você também não está feliz com as respostas que a vida tem lhe oferecido, talvez fosse interessante tentar de outra forma. Muitas vezes, como o jovem rico, ficamos olhando somente para a nossa própria imagem e nos esquecemos de que é preciso retirar a camada de prata que nos impede de ver a necessidade à nossa volta. Olhando só através do vidro, percebemos que existem muitas criaturas em situação bem mais difícil que a nossa, e que dariam tudo para estar em nosso lugar.

O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro. Quando estendemos a mão para socorrer o próximo, uma paz nos invade a alma. É como se Deus nos envolvesse em bênçãos de agradecimento pelo ato de compaixão para com seu filho em dificuldade, afinal, quem acende a luz da caridade é sempre o primeiro a beneficiar-se dela. Portanto, vamos aproveitar e doar um pouco do muito que temos: amor, paz e os nossos bons sentimentos. Pense nisso!

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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terça-feira, 19 de julho de 2022

 


O Dia da Caridade

(19 de julho)

Esta data foi criada com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a prática e difusão da solidariedade, como um meio para desenvolver um bom entendimento entre todos os seres humanos. Ao longo dos séculos, diversas correntes religiosas se dispuseram a praticar a caridade, ajudando o próximo a progredir. A caridade é uma das qualidades mais praticadas pela maioria das religiões, que defendem  que a principal definição de caridade é amar e ajudar o próximo. O conceito de caridade se tornou mais claro com o cristianismo, por meio de um mandamento que diz: “Amai-vos uns aos outros”. Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. A Caridade segundo Paulo: “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa ou como o sino que tine. Se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto pode saber; e se eu tiver toda a fé, até o ponto transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada. Se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se, todavia não tiver caridade, nada disso me aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é ambiciosa, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca, jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessem todas as línguas, ou seja abolida a ciência. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade”. (Paulo, I Coríntios, XIII. 1 a 7 e 13). Em todos os ensinos, o Mestre Jesus aponta a caridade e a humildade como sendo as que conduzem à eterna felicidade. Na questão 893 de O Livro dos Espíritos, Kardec indaga qual a mais meritória das virtudes, obtendo dos Espíritos superiores a resposta de que é a caridade desinteressada. Mas o que é a caridade, segundo a Doutrina Espírita? Para facilitar a compreensão, podemos dividi-la em caridade material e caridade moral. A caridade material compreende aquilo que tem manifestação no mundo físico. Devendo ser exercida com desprendimento e amor, sem humilhar a quem recebe. A esmola, algumas vezes é útil, mas, quase sempre, é humilhante. A caridade, pelo contrário, liga o benfeitor ao beneficiado. O amor se manifesta na maneira como nos doamos, e com uma atitude realizada com real vontade de auxiliar, não esperando reconhecimento, gratidão ou retorno de qualquer espécie pela ação realizada, consoante a frase: “Que a vossa mão esquerda não saiba o que dá a sua mão direita”. Caridade é amor em movimento, incessante e crescente. A caridade abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. O exercício da caridade passa por muitos estágios. A caridade é algo muito mais profundo e importante do que apenas darmos o que nos sobra, nem aquilo que se dá para nos livrarmos de quem nos pede ou aliviar a consciência, embora isto também seja um ato caritativo, mas não resume a grandiosidade desta virtude. A caridade moral, como entendia Jesus, é elucidada na questão 886 de O Livro dos Espíritos, como sendo benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência (tolerância) para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Esse conceito de caridade reúne todos os deveres do ser humano para com o seu próximo, podendo ser exercitada através de três situações, a saber: Avaliando o próximo com indulgência; agir com o seu próximo com benevolência; receber toda ação do próximo com perdão. Assim, a caridade moral pode ser: Verbal (proferindo palavras que consolam, esclarecem e edificam). Mental (ondas mentais sob forma de perdão, prece emitida em favor de encarnados e desencarnados). Gestual (afago fraterno, abraço, aperto de mão, sorriso). Passiva (silêncio diante de uma ofensa, atenção perante um desabafo). Sempre há condições e oportunidades para o exercício da caridade, pois não há quem não possa doar algo, dedicar atenção e um irmão de caminhada, vibrar positivamente por alguém, condições que não requerem recurso financeiro nem influência social. Todos nós podemos fazê-la. Cada indivíduo, porém, procura e encontra meios de realizar o bem de acordo com a sua evolução espiritual. Mas, à medida que compreende que fora da caridade não há salvação, o homem esforça-se por praticá-la em suas diversas manifestações. A caridade nada mais é do que o amor em movimento. A grande dificuldade é a de se encontrá-la; ela não se compra nem se transfere de uns para os outros, adquire-se, construindo-a no imo. Chegará o dia em que faremos o bem naturalmente, agindo como o anônimo bom samaritano que, sem questionar ou emitir julgamento acerca do ferido caído à margem da estrada, arregaçou as mangas e o trouxe de volta à vida. Aí, sim, estaremos praticando a caridade verdadeira. É um longo aprendizado, mas estamos no caminho, e, por enquanto é o que importa. Perceberemos, um dia, que sentenças como, por exemplo, “É dando que recebemos” não são apenas frases bonitas. Pois dar de si é amar, e o amor, estranhamente, quanto mais se dá, mais se tem. Dediquemo-nos, portanto, à prática da caridade ensinada no Evangelho de Jesus, pois ela nos ajudará não só a evitar a prática do mal, mas também nos impulsionará em direção ao trabalho no bem. Independente de uma data específica ou de crenças religiosas, a caridade e a solidariedade devem ser praticadas cotidianamente. Madre Teresa de Calcutá, que ganhou Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho, dedicou toda a sua vida para dar conforto e bem-estar aos mais necessitados. Ajudar o próximo, promover a inclusão social, diminuir de alguma forma o sofrimento das pessoas, tudo isso é um ato caridoso. Pratique a caridade todos os dias. Não é necessário ir até à África para realizar um ato de caridade, basta olhar o seu entorno e perceber que nos caminhos por onde passamos diariamente existem situações que permitem criar conexões de ajuda e respeito com outras pessoas. Vale ajudar alguém (um deficiente, por exemplo) a atravessar a rua, carregar sacolas de compras de um idoso até o elevador, ser voluntário num orfanato. Há muitas formas de amparar os irmãos necessitados. Dediquemo-nos, portanto, à prática da caridade ensinada por Jesus. Realizar um ato de caridade é fazer transbordar o lado bom do ser humano. Se hoje ainda não somos capazes de sairmos de nós mesmos em direção ao nosso próximo, que isto não seja motivo de preocupação. A Natureza não dá saltos. Não desanimemos, continuemos a jornada e chegaremos, um dia, à evolução desejada. “Fora da caridade não há salvação!” Divulgue esta frase, seja caridoso na essência da palavra! Aja sem que o mundo tenha que saber o bem que você praticou! Doe um pouco da sua espiritualidade à quem precisa. O mundo ainda celebra o Dia Internacional da Caridade, no dia 05 de setembro, aniversário da morte de Madre Teresa de Calcutá.

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

domingo, 17 de julho de 2022

 


Não adianta parecer, é preciso ser!

Com base no Cap. XXI do Evangelho Segundo o Espiritismo

Haverá falsos Cristos e falsos profetas

Atribui-se comumente aos profetas o dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas, bem como os mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta sem fazer predições. Os hebreus consideravam como profetas aqueles que, fazendo profecias, adivinhavam o futuro. Jesus, até foi confundido como tal pelos homens do Templo. Daí vem que, quando o levaram à presença do sumo-sacerdote Caifás, os escribas e os anciães, reunidos, lhe cuspiram no rosto, lhe deram socos e bofetadas, dizendo: “Cristo, profetiza para nós e dize quem foi que te bateu.” Entretanto, deu-se o caso de haver profetas que tiveram a presciência do futuro, quer por intuição, quer por providencial revelação, a fim de transmitirem avisos aos homens. Tendo-se realizado os acontecimentos preditos, o dom de predizer o futuro foi considerado como um dos atributos da qualidade de profeta. Então, a missão real do profeta não é adivinhar o futuro, e sim, revelar as coisas do Plano Maior para nós aqui na Terra. Jesus desceu dos planos superiores a fim de trazer novos conhecimentos aos homens, para que eles tomassem ciência do que realmente é a verdade. Porém, uma grande parcela desses homens preferiu permanecer encastelados na obscuridade, dando preferência aos errôneos conceitos prevalecentes na época. Todos alicerçados na observância de vãs tradições. Para esses homens era mais lógico continuar apedrejando as mulheres adúlteras; dar sentido religioso rígido ao resguardo aos dias de sábado, e entender Deus como sendo um ser rancoroso e vingativo, repelindo, assim, as palavras do Mestre Jesus, e não hesitando em leva-Lo ao hediondo sacrifício do calvário. A literatura nos mostra que os falsos profetas sempre existiram, e que nós os encontramos frequentemente em nossas vidas. Para o vulgo ignorante, todo fenômeno cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso. Uma vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito extraordinário que pareça, mais não é do que aplicação de uma lei da Natureza. Em todos os tempos, homens exploraram em proveito de suas ambições, de seus interesses e do anseio de dominação, certos conhecimentos que possuíam, a fim de alcançarem o prestígio de um pseudo poder sobre-humano, ou de uma pretensa missão divina. Nos tempos atuais, também nos deparamos com criaturas que falam supostamente em nome de Jesus, se referindo a coisas santas. Porém, quando nós examinamos bem o que está sendo dito, não encontramos uma só palavra com conteúdo. Esses falsos profetas modernos colocam o nome de Jesus à frente de suas pregações sem mencionar uma só das palavras do Mestre. Os falsos profetas, portanto, são criaturas que têm um conhecimento diferenciado da grande maioria de seus semelhantes e utilizam isso para seu próprio benefício, enganando a todos. O verdadeiro profeta se reconhece por mais sérios caracteres e exclusivamente morais. Conhece-se a árvore pelo fruto, disse Jesus. E bons frutos são a exemplificação de nossas boas ações, de nossos atos de perdão, do nosso amor ao próximo. Em razão disso, necessitamos aprender com a boa árvore, que recebe os elementos da Providência Divina através da seiva e converte-os em utilidade para as criaturas. Quantas criaturas por estarem em contato com o Evangelho de Jesus, através de estudos e pregações, se confundem e pensam que já estão realizando tudo aquilo que pregam. De nada adianta sugerir aos demais algo que não faça parte de nossa bagagem, de nosso modelo de vida. Sem possuir predicados, sem uma verdadeira e profunda reforma interior, nossa capacidade de ação e nosso campo de abrangência continuarão limitados. O bom exemplo é fundamental. A Doutrina Espírita nos habilita a analisar tudo aquilo que nos é oferecido, comparando o conteúdo com a pessoa que está veiculando a ideia. Para que as sementes se transformem em deliciosos frutos, é necessário haver sintonia com as eternas e imutáveis Leis Espirituais: bondade, renúncia, humildade e amor, poderosas ferramentas de que fomos dotados para aprender a construir pontes para unir e não muros para separar. Devemos examinar tudo o que nos dizem, passando pelo crivo da razão e da lógica todas as informações que nos são passadas. É importante compreender que, se ainda somos falíveis e pequenos, não deve ser motivo para justificar a nossa inércia no cumprimento dos ensinos do Cristo. Jamais percamos  o alvo, e nem deixemos de perceber a luz que Ele nos apresenta através do Seu exemplo, candidatos que somos a ser discípulos de perto. Por isto, devemos exercitar a fraternidade, a humildade, a caridade e a compreensão. Jesus adverte para que nos acautelemos com essas manifestações dos falsos profetas. Alerta também que não precisamos de intermediários para falar com Deus. Cabe a nós, portanto, através de um estudo aprofundado, distinguir esse tipo de coisa. Se nós nos deixarmos enganar quanto a isso, certamente também vamos nos deixar enganar quanto a outras coisas. Se nós não ficarmos atentos, certamente vamos cair na mesma iniquidade que esses irmãos, os falsos profetas, estão praticando. O verdadeiro profeta é Jesus. A Sua palavra e os Seus ensinamentos são definitivos. Daí nós concluirmos que a missão real de um profeta não é adivinhar o futuro. E, sim, divulgar os ensinamentos do Plano Espiritual para nós aqui na Terra. Que devemos sempre fazer uma reflexão para não aceitar qualquer orientação que nos seja passada. Pois, às vezes, criaturas que estão intermediando aqueles ensinamentos, fascinadas pela vaidade, podem nos trazer noções falsas, revestidas de muito intelectualismo e muita pompa.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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domingo, 10 de julho de 2022

 


O Peso da Luz

Esse estudo foi feito com base no conto intitulado “A Promoção”, do livro “Coração e Vida”, de Maria Dolores (Espírito). É sobre alguém que muito se dedicou ao próximo, fazendo caridade somente pela caridade, amando a todos aqueles que o procuraram. A estória transcorre em pleno espaço celeste, onde aqueles que haviam servido nas tarefas do amor sem recompensa na Terra estavam reunidos, sob as vibrações serenas da fé no bem. Todos eles modelos de bondade. Estava ali o melhor, em atitude calma e reverente, esperando a sonhada promoção, que constaria do poder de elevar-se à própria ascensão. Todos trocavam frases proveitosas. Somente alguém, ali, em meio a tudo, que era festa de brilho e de beleza, parecia um mendigo, triste e mudo, era o irmão Jonaquim, desconhecido entre os demais. Com expressão rude e feia, jazia ele a um canto, humilde, pensativo, enquanto o grupo conversava alegremente. Chegando o instante da nobre promoção, aquele dos presentes que tivesse o menor peso espiritual seria alçado à frente no caminho brilhante. Vieram ao recinto dois encarregados, ambos chamados anjos da balança, e os candidatos deixaram-se pesar. E o peso em cada um era leve, tão leve, que quase não se notava diferença na balança. O recatado Jonaquim foi o último a ser chamado, e um dos dois mensageiros perguntou: -Jonaquim, dizei qual foi na Terra a vossa religião? Precisamos aqui de vossos dados, para serem por nós devidamente revisados. No entanto, Jonaquim, humilde, respondeu: - Anjo bom, crede! Não tive sobre a Terra a fé pregada, acreditei, como acredito agora, na presença de Deus que nos guarda e aprimora, entretanto, por mais que eu desejasse procurar um templo ou algum outro lugar para aprender como se adora a Deus, nunca pude sair da choça em que morei, ao pé de antiga estrada. Despendi muito tempo a transportar crianças e doentes. Minha pequena choupana era uma porta aberta à desventura humana. Ouvi a confissão de míseros velhinhos, que clamavam em vão pelos parentes, e aguardando inutilmente os próprios descendentes. Socorri crianças sem apoio que me buscavam, sentindo sede e fome. Deus me perdoe se nunca me liguei às crenças para estudar a fé e entender diferenças. Ouvi dizer, na Terra, que houve um homem que nunca descansou, sempre fazendo o bem; que amou os bons e aos maus, sem ferir ninguém. Dizem que se chamava Jesus Cristo. A pequena assembleia escutava, expectante e enternecida, aquele que soubera amenizar a vida. E os anjos da balança  puseram Jonaquim sob exame. Depois anunciara que o velho Jonaquim tinha o peso da luz. É difícil imaginar como seria ter o peso da luz! Mas o velho Jonaquim conseguiu. Toda criatura traz dentro de si um impulso para o progresso espiritual. Mesmo que não pense nisso, a centelha do amor de Deus, colocada em sua consciência, faz com que se mova constantemente na direção de sua evolução. Até aqueles que hoje têm o coração endurecido, e que ainda persistem nas paixões inferiores, na maldade, têm, lá no fundo de sua consciência, a tendência para progredir e caminhar em direção à pureza, em direção a Deus. Existem, porém, aqueles que, por já trazerem dentro de si uma força de vontade tão grande, e a noção nítida de sua própria imperfeição, conseguem passar nesse planeta de provas e expiações, dedicando-se ao próximo, negando-se a si mesmo. Essas pessoas, obviamente, são candidatas naturais à elevação espiritual, candidatas a serem promovidas, a passarem pela porta estreita que leva ao plano espiritual superior, onde só haverá felicidade no serviço e onde terão a oportunidade de entender Deus, em Sua infinita bondade e em Sua infinita pureza. É interessante notar que Jonaquim não tinha fé religiosa formalmente estabelecida. Apenas acreditava no Criador, naquele que o havia colocado no mundo, e sentia aquele impulso irresistível de negar-se e voltar-se para seu irmão necessitado. Passou toda sua vida sem ir à escola, sem aprender as letras, as teorias, as filosofias, as teologias, mas sabia, no íntimo de seu ser, o que deveria fazer para melhorar-se e para amenizar as dores de seus semelhantes. Era cristão? Não declaradamente, mas pelo exemplo de vida. Sabia, por ouvir falar, que Jesus Cristo existira e que trabalhava sem descanso fazendo o bem. Mesmo sem ter ouvido diretamente os ensinos do Mestre Jesus, era um verdadeiro cristão em atos, em dedicação, em caridade com seu semelhante. Jonaquim, assim como Jesus, era justo. Justo é todo aquele que cumpre a Lei de Deus, a lei do amor, justiça e caridade, sem perceber. Cumpre-a, naturalmente. Não precisa ser pressionado para agir de forma desprendida. Apenas age. Assim era Jonaquim, um justo! Uma choupana à beira da estrada, de porta aberta para todos aqueles que necessitavam. Maria Dolores apresenta, na estória de Jonaquim, algumas lições de caridade que devem ser aprendidas por quem deseja ser um discípulo do Mestre. Abordou de novo os míseros velhinhos desamparados, menosprezados ou desprezados pelos parentes, muitas vezes considerados como estorvo. Alguém que já viveu e que agora incomoda, que atrapalha, que requer cuidados. E nem sempre podemos dedicar nosso “precioso tempo” cuidando de pessoas idosas, velhas, doentes, improdutivas para a sociedade. Quantos irmãos se encontram nessa situação? Quantos são os esquecidos nos asilos por parentes que prometem: -”Voltarei breve, não se preocupe, estarei sempre aqui com você!” e nunca mais aparecem. Chamou, também, a atenção para os meninos de rua. Muitos têm família, têm casa, mas fogem porque o ambiente doméstico não representa um lar que possa lhes trazer educação, amparo, amor e compreensão. São agredidos pelos pais, pelos padrastos, pelos irmãos e fogem. Preferem viver na rua, junto ao mundo, do que em casa, onde se veem longe de obter o consolo e o carinho necessários para a sua evolução. Crianças necessitadas, famílias necessitadas, todos requerendo aprendizado, compreensão, luz. Podemos nós, que vivemos em sociedade organizada, nos considerar cristãos como Jonaquim? O que a nossa sociedade faz em direção às dores, às injustiças e à ignorância do mundo? O que fazemos quando olhamos para quadros como estes? Muito pouco ou quase nada!  Continuamos a seguir a vida como sempre fizemos, ignorando os problemas alheios como se não fossem nossos. Jonaquim, não! Via nas crianças necessitadas a oportunidade de ajudar, a oportunidade de esclarecer, de amparar, de alimentar, de agasalhar, procurando fazer diferença no mundo em que vivia. E o Jonaquim fez diferença! Não quis passar sua encarnação como se nada devesse construir. Estava sempre disposto a esquecer de si próprio e ajudar a quem pedia. Isto é ter o peso da luz! Reportando aos ensinamentos colocados no Evangelho Segundo o Espiritismo, vamos encontrar no capítulo XVII, item 3, as características de um homem de bem. Um homem de bem é aquele que procura fazer diferença no mundo em que vive, exemplificando a lei do amor e está a caminho da luz. Um homem de bem tem fé no futuro, colocando os bens espirituais acima dos bens materiais; é humilde perante Deus em sua infinita bondade, justiça e sabedoria, pois sabe que nada acontece sem a Sua vontade; procura ser justo, buscando cumprir a Lei da Justiça, do Amor e da Caridade, na sua maior pureza; sabe que as vicissitudes são provas e expiações, agindo de forma resignada diante das dores, aceitando as coisas sem murmurar ou reclamar; faz o bem pelo bem, defende os fracos, sacrifica seus interesses pelo interesse da justiça; encontra satisfação nos benefícios que espalha e no serviço que presta, sem alarde, sem vaidade, sem orgulho, apenas sente satisfação como se observasse a presença divina dentro de si; É benevolente com todos sem distinção de raça, cor, credo ou idade; não importa no que acredita, importa apenas aquilo que ele faz.  Aquele que desejar ter o peso da luz, assim como o velho Jonaquim, deve respeitar as convicções sinceras e não lançar discussões sobre teorias com aqueles que não pensam como ele. Deve ter caridade como guia, moderando suas palavras e suas ações, evitando ferir ou proporcionar suscetibilidades nos outros. Deve sempre recuar diante da eminência de faltar com amor ao seu semelhante. Que possamos, todos nós, conhecer, entender, aceitar, admitir e observar em nossas ações as virtudes do homem de bem. Não vamos permanecer preocupados com as nossas fraquezas e inferioridades, que ainda são muitas, pois, aquele que caminha na direção do bem vence, através da luta constante, suas próprias inferioridades, colocando em seu espírito os valores eternos da espiritualidade. Coloca em seu espírito a luz necessária para fazê-lo passar pela porta estreita, aquela pela qual só conseguem passar os justos.

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domingo, 3 de julho de 2022

 


O Que é livre-arbítrio?

Dois assuntos recorrentes e correlatos nas palestras dos Centros Espíritas são Reforma Íntima e Livre-arbítrio. A Reforma íntima, porque tem a ver com transformação das nossas predisposições íntimas, a fim de evoluirmos e nos moralizarmos, tornando-nos pessoas mais conscientes das razões pelas quais estamos neste planeta, descobrindo que a prática do amor nos aproxima mais de Deus e de Jesus. E o Livre-Arbítrio, porque é através de nosso aperfeiçoamento espiritual que o poder de decisão sobre as escolhas a serem feitas nos trará a nossa evolução moral. O livre-arbítrio é um elemento fundamental na Doutrina Espírita. De acordo com ela, o livre-arbítrio é uma das propriedades essenciais do Espírito. Todos nós vivemos com a sensação de que somos livres e fazemos as nossas escolhas ao longo do percurso terreno. Parece-nos que desde que nascemos até ao desencarne foi uma sucessão de escolhas de nossa parte. Dosaremos o tema à luz da Doutrina Espírita. Questão 122 de O Livro dos Espíritos: Como podem os Espíritos, na sua origem, quando ainda não têm a consciência de si mesmos, ter a liberdade de escolher entre o bem e o mal? Há neles um princípio, uma tendência qualquer que os leve mais para um lado do que para o outro? Respondeu a Espiritualidade superior: O livre-arbítrio desenvolve-se à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. A escolha com liberdade tem como origem a vontade própria do Espírito. Estando fora dele a causa da sua decisão, esta deriva de influências às quais desejou obedecer. É muito importante nós meditarmos sobre isso aqui. Será que andamos um pouco iludidos acerca do Livre-arbítrio? Ou será que o exercemos? Se não o exercemos, por que e quem nos priva de nosso direito dado por Deus? Reparem que a resposta nos diz que o Livre-arbítrio tem como origem a vontade do Espírito, mas que por vezes as influências terrenas, que nos movem, levam-nos à anulação da vontade do Espírito e a um caminho impulsivo por parte do ser terreno, perdendo assim o livre-arbítrio. Interessante, não? Esta resposta diz-nos claramente que quando somos movidos por desejos e emoções terrenas, não existe o Livre-arbítrio. Quando nos deparamos com uma situação e reagimos instantaneamente, isso é uma reação ou uma ação? Parece-me a mim que em toda a reação está afastada a hipótese de escolha, apenas reagimos. Temos o caso da raiva, alguém faz ou diz algo que me sinto ofendido, e dentro de mim cresce o impulso da raiva e respondo com agressividade. Perante um caso destes é fácil vermos que fomos atrás de uma reação sem qualquer ponderação, logo, não se deu a escolha. Podemos mesmo dizer que nem surgiu nenhuma oportunidade de escolher, não colocamos sequer essa hipótese. Como já foi dito, o ser humano também goza de liberdade para as próprias ações. Ou seja, é livre para arbitrar, escolher, decidir sobre o seu próprio destino. É óbvio que toda escolha importa numa responsabilização do autor, seja positiva ou negativa. “Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina” (Resposta à questão 843). O livre-arbítrio sofre influência da matéria (do corpo, do meio social em que está inserido o ser humano etc.), mas isso não é escusa para as ações negativas que porventura venha tomar. Como já foi dito, lá no início, o livre-arbítrio também está relacionado com o conhecimento que se tem. Em outras palavras, uma criança não tem o mesmo grau de responsabilização de um adulto; bem como o ser humano considerado “selvagem” ou “primitivo” não pode ser imputado da mesma forma que um ser humano que goza dos privilégios da civilização, da modernidade, do conhecimento formal. Para os adeptos do Espiritismo não há predestinação e não há azar. O futuro é construído todos os dias, através de pensamentos e ações. O ser escolhe e determina seus caminhos, exercitando uma característica indissociável, o livre-arbítrio. Para compreender esse pensamento, precisamos partir do princípio de que devemos acreditar em reencarnação. Todos nós chegamos a este mundo com uma bagagem. Trazemos uma maleta cheia de coisas boas, e também de coisas ruins, seguimentos de conhecimentos acumulados no decorrer de nossas experiências, vivências e convivências ao longo de situações pelas quais passamos nas diversas encarnações. A evolução do ser é o fundamento da vida, e ocorre pela aquisição de conhecimentos no sentido amplo, ou seja, técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico e religioso. De acordo com suas escolhas, o ser tem experiências diferentes e, em consequência, conhecimentos diferentes, que desenham uma sequência própria que lhe confere individualidade. A cada momento, a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra coisa. Desde que abrimos os olhos pela manhã, estamos optando entre uma ou outra atitude. Podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades. Ao encontrar nosso vizinho ao entrarmos no elevador, podemos resmungar alguma coisa, ficar calado ou desejar um bom dia. Quando alguém nos ofende, podemos escolher entre revidar, calar ou oferecer um tratamento oposto. A decisão é sempre nossa. O que vale ressaltar é que toda ação terá uma reação correspondente como consequência, e esta reação é de nossa total responsabilidade. Esse preceito deve ser ensinado às crianças desde cedo. Porque, caso uma criança escolha agredir um colega na escola e sofrer alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade. O livre-arbítrio é a ação do indivíduo no limite do seu conhecimento, e responsável na medida do seu entendimento. É a possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante. Ele indica a vontade livre de escolher, ter, obter liberdade em suas decisões. REFLEXÃO: Com a conquista do raciocínio, o homem adquire também o livre arbítrio, ou a faculdade de escolher, por si mesmo, o caminho a palmilhar. Concedendo-nos o livre arbítrio, Deus nos proporciona assim, a oportunidade de edificar o nosso próprio progresso. Com isso somos os construtores da nossa própria felicidade ou do nosso sofrimento, pois temos a liberdade de escolher o caminho que mais nos agrade.  Desenvolvendo-se com a razão, quanto mais se desenvolve o espírito, mais se acentua a sua liberdade de escolha, aliada à responsabilidade individual, do mesmo modo que um adulto pode decidir acerca de muitas coisas que a uma criança não é permitido, pela sua incapacidade de discernimento. Sem o livre arbítrio seríamos apenas máquinas irresponsáveis, sem culpa pelos erros cometidos ou méritos pelas conquistas realizadas. Pelo livre arbítrio o homem, mesmo que coibido fisicamente, será sempre senhor dos seus pensamentos e de suas aspirações, pois ninguém pode interferir em nossas consciências. Sendo livre para semear e devendo sempre colher o que foi plantado, compreendemos que a criatura que hoje luta em meio totalmente adverso aos seus desejos ou ideais, é alguém que no passado fez mal uso de seu livre arbítrio e hoje se defronta com as consequências de seus próprios atos. Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. A opção é nossa. Somos livres para escolher antes de plantar. Aí é que está a Justiça divina.

Muita Paz!

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