O Dia da
Caridade
(19 de julho)
Esta data foi
criada com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a prática e difusão da
solidariedade, como um meio para desenvolver um bom entendimento entre todos os
seres humanos. Ao longo dos séculos, diversas correntes religiosas se
dispuseram a praticar a caridade, ajudando o próximo a progredir. A caridade é
uma das qualidades mais praticadas pela maioria das religiões, que
defendem que a principal definição de
caridade é amar e ajudar o próximo. O conceito de caridade se tornou mais claro
com o cristianismo, por meio de um mandamento que diz: “Amai-vos uns aos
outros”. Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas
duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. A Caridade segundo Paulo: “Se
eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o
metal que soa ou como o sino que tine. Se eu tiver o dom de profecia, e
conhecer todos os mistérios, e quanto pode saber; e se eu tiver toda a fé, até
o ponto transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada. Se eu
distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu
corpo para ser queimado, se, todavia não tiver caridade, nada disso me
aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é ambiciosa, não
busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com
a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo
sofre. A caridade nunca, jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as
profecias, ou cessem todas as línguas, ou seja abolida a ciência. Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior
delas é a caridade”. (Paulo, I Coríntios, XIII. 1 a 7 e 13). Em todos os
ensinos, o Mestre Jesus aponta a caridade e a humildade como sendo as que
conduzem à eterna felicidade. Na questão 893 de O Livro dos Espíritos, Kardec
indaga qual a mais meritória das virtudes, obtendo dos Espíritos superiores a
resposta de que é a caridade desinteressada. Mas o que é a caridade, segundo a
Doutrina Espírita? Para facilitar a compreensão, podemos dividi-la em caridade
material e caridade moral. A caridade material compreende aquilo que tem
manifestação no mundo físico. Devendo ser exercida com desprendimento e amor,
sem humilhar a quem recebe. A esmola, algumas vezes é útil, mas, quase sempre,
é humilhante. A caridade, pelo contrário, liga o benfeitor ao beneficiado. O
amor se manifesta na maneira como nos doamos, e com uma atitude realizada com
real vontade de auxiliar, não esperando reconhecimento, gratidão ou retorno de
qualquer espécie pela ação realizada, consoante a frase: “Que a vossa mão
esquerda não saiba o que dá a sua mão direita”. Caridade é amor em movimento,
incessante e crescente. A caridade abrange todas as relações com os nossos
semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. O
exercício da caridade passa por muitos estágios. A caridade é algo muito mais
profundo e importante do que apenas darmos o que nos sobra, nem aquilo que se
dá para nos livrarmos de quem nos pede ou aliviar a consciência, embora isto
também seja um ato caritativo, mas não resume a grandiosidade desta virtude. A
caridade moral, como entendia Jesus, é elucidada na questão 886 de O Livro dos
Espíritos, como sendo benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência
(tolerância) para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Esse
conceito de caridade reúne todos os deveres do ser humano para com o seu
próximo, podendo ser exercitada através de três situações, a saber: Avaliando o
próximo com indulgência; agir com o seu próximo com benevolência; receber toda
ação do próximo com perdão. Assim, a caridade moral pode ser: Verbal
(proferindo palavras que consolam, esclarecem e edificam). Mental (ondas
mentais sob forma de perdão, prece emitida em favor de encarnados e
desencarnados). Gestual (afago fraterno, abraço, aperto de mão, sorriso).
Passiva (silêncio diante de uma ofensa, atenção perante um desabafo). Sempre há
condições e oportunidades para o exercício da caridade, pois não há quem não
possa doar algo, dedicar atenção e um irmão de caminhada, vibrar positivamente
por alguém, condições que não requerem recurso financeiro nem influência
social. Todos nós podemos fazê-la. Cada indivíduo, porém, procura e encontra
meios de realizar o bem de acordo com a sua evolução espiritual. Mas, à medida
que compreende que fora da caridade não há salvação, o homem esforça-se por
praticá-la em suas diversas manifestações. A caridade nada mais é do que o amor
em movimento. A grande dificuldade é a de se encontrá-la; ela não se compra nem
se transfere de uns para os outros, adquire-se, construindo-a no imo. Chegará o
dia em que faremos o bem naturalmente, agindo como o anônimo bom samaritano
que, sem questionar ou emitir julgamento acerca do ferido caído à margem da
estrada, arregaçou as mangas e o trouxe de volta à vida. Aí, sim, estaremos
praticando a caridade verdadeira. É um longo aprendizado, mas estamos no
caminho, e, por enquanto é o que importa. Perceberemos, um dia, que sentenças
como, por exemplo, “É dando que recebemos” não são apenas frases bonitas. Pois dar
de si é amar, e o amor, estranhamente, quanto mais se dá, mais se tem.
Dediquemo-nos, portanto, à prática da caridade ensinada no Evangelho de Jesus,
pois ela nos ajudará não só a evitar a prática do mal, mas também nos
impulsionará em direção ao trabalho no bem. Independente de uma data específica
ou de crenças religiosas, a caridade e a solidariedade devem ser praticadas
cotidianamente. Madre Teresa de Calcutá, que ganhou Prêmio Nobel da Paz por seu
trabalho, dedicou toda a sua vida para dar conforto e bem-estar aos mais
necessitados. Ajudar o próximo, promover a inclusão social, diminuir de alguma
forma o sofrimento das pessoas, tudo isso é um ato caridoso. Pratique a
caridade todos os dias. Não é necessário ir até à África para realizar um ato
de caridade, basta olhar o seu entorno e perceber que nos caminhos por onde
passamos diariamente existem situações que permitem criar conexões de ajuda e
respeito com outras pessoas. Vale ajudar alguém (um deficiente, por exemplo) a
atravessar a rua, carregar sacolas de compras de um idoso até o elevador, ser
voluntário num orfanato. Há muitas formas de amparar os irmãos necessitados.
Dediquemo-nos, portanto, à prática da caridade ensinada por Jesus. Realizar um
ato de caridade é fazer transbordar o lado bom do ser humano. Se hoje ainda não
somos capazes de sairmos de nós mesmos em direção ao nosso próximo, que isto
não seja motivo de preocupação. A Natureza não dá saltos. Não desanimemos,
continuemos a jornada e chegaremos, um dia, à evolução desejada. “Fora da
caridade não há salvação!” Divulgue esta frase, seja caridoso na essência da
palavra! Aja sem que o mundo tenha que saber o bem que você praticou! Doe um
pouco da sua espiritualidade à quem precisa. O mundo ainda celebra o Dia
Internacional da Caridade, no dia 05 de setembro, aniversário da morte de Madre
Teresa de Calcutá.
O amanhã é
sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
Muita Paz!
A serviço da
Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro
dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário