A mediunidade não é exclusiva do Espiritismo. A História da Humanidade é muito rica em demonstrações de comunicação entre o plano espiritual e o homem encarnado. A mediunidade sempre existiu entre os homens, tendo sido desvirtuada de seu verdadeiro sentido na Antigüidade. As evocações tinham por objetivo as advinhações, fazendo-se dela um verdadeiro comércio, razão pela qual Moisés proibiu a sua prática.
Somente após os estudos de Kardec, foi que ela ganhou novo sentido. Um texto definitivo foi elaborado no Livro dos Médiuns, que nos permitiu compreender o mecanismo utilizado nesse processo de comunicação entre os dois mundos, o físico e o espiritual, denominado fenômeno mediúnico.
Esses fenômenos mediúnicos são a origem do Espiritismo, e que se produzem em virtude da lei que rege as relações do mundo visível com o mundo invisível, nada tendo de maravilhoso ou sobrenatural.
A mediunidade é uma faculdade comum a todas as criaturas. E como todas as faculdades naturais do ser humano, ela é inalienável. Ela não é alcançada através de rituais ou de fórmulas predeterminadas. A sua prática é racional, equilibrada, fruto da persistência e da continuidade, e se aperfeiçoa pelo exercício e esforço pessoal.
A Doutrina Espírita reserva o nome médium para aquelas pessoas nas quais essa faculdade é mais pronunciada. Mas todos nós, sem exceção, registramos em maior ou menor grau a influência do plano espiritual, ou seja, dos desencarnados junto de nós.
O Livro dos Médiuns é a base essencial para aqueles que desejam conhecer e compreender os fundamentos básicos que envolvem o processo mediúnico.
A Espiritualidade Superior não se cansa de nos recomendar o máximo cuidado com os dons mediúnicos: o prévio preparo moral e a disposição sincera de exercer o bem com essa faculdade. Ao médium, por ser ele o intérprete dos espíritos, dom gratuito que Deus lhe concedeu, não é permitido explorar palavras que não são suas.
Do livro "Diálogos com as sombras", de Hermínio C. Miranda, retiramos o seguinte parágrafo: "O desenvolvimento mediúnico é trabalho delicado, difícil, e muito importante, que exige conhecimento doutrinário, capacidade de observação, vigilância, tato, firmeza e muita sensibilidade para identificar desvios e desajustes que precisam ser prontamente corrigidos, para não levarem o futuro médium a vícios funcionais e, até mesmo, à perturbações emocionais de problemática recuperação".
Portanto, aquele que se inicia na fenomenologia mediúnica sem os requisitos necessários ou aquele que é levado pela mediunidade indisciplinada ou desgovernada estará se expondo a riscos para seu equilibrio emocional e orgânico. A prática mediúnica não deve ser improvisada. A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.
Muita paz!
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