INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
Pense nisso!

Dê vida a esse Blog. Comente!
Seu comentário é muito importante!

domingo, 26 de fevereiro de 2023

 


Quaresma é tempo de penitência?

É chegado o tempo da Quaresma, período de quarenta dias que antecede a data mais importante para o catolicismo, “A morte e a ressurreição de Cristo”. Esta prática data desde o século IV. De início, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d.C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma, que é o tempo litúrgico, ou seja, um conjunto de cerimônias eclesiásticas, de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas Igrejas Protestantes marcam para que seus seguidores possam se preparar para a Páscoa. Durante este espaço de tempo, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum e da oração. Ao longo desse tempo, sobretudo na liturgia do Domingo de Ramos, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como “pretensos” filhos de Deus. No período quaresmal é muito comum nos depararmos com pessoas cumprindo promessas, jejuando e fazendo penitências. Os fiéis mais tradicionais se abstêm do consumo da carne vermelha, outros passam os quarenta dias sem cortar o cabelo e a barba, enfim, não raro são aqueles que realizam algum tipo de sacrifício nesse período. A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quatro na Bíblia, que simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de vida na Terra; suas provações e dificuldades.  Nesta, é falado dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto, antes de começar sua vida pública, e dos quatrocentos anos dos judeus no Egito. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João Batista no rio Jordão, Jesus passou quarenta dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo espírito, o que quer significar que ele vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo em que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. Quando começa e quando termina a Quaresma? De acordo com a Carta Apostólica do Papa Paulo VI aprovando o Novo Calendário Romano Geral, pág. 28, o tempo da Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa, até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo nessa época não significa luto e sim simboliza que a Igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo. Por isso, a Quaresma é tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Houve um tempo que, quando se falava em Quaresma, geralmente, algumas pessoas tinham uma ideia de uma coisa negativa. Era o tempo do medo, do cachorro louco, da mula sem cabeça e outras coisas mais. Para outros a quaresma parece superada pelo modernismo e é hoje apenas uma recordação negativa do passado ou um retrato na parede, simplesmente.  A Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma, é um dia consagrado para lembrar a mortalidade. A cinza, por sua leveza, é figura das coisas que se acabam e desaparecem. É usada como um sinal de penitência. É costume serem realizadas missas onde os fiéis são marcados na testa com cinzas. Essa marca normalmente permanece na testa até o pôr do sol. Esse simbolismo faz parte da tradição demonstrada na Bíblia, onde vários personagens jogavam cinzas nas suas cabeças como prova de arrependimento. De um modo geral, as penitências são caracterizadas por privações voluntárias que, segundo a Igreja, aproximam os homens a Deus, isentando-os de seus pecados.

REFLEXÃO:

Pela visão do espírita, questionamos: Quarenta dias seriam suficientes para redimir os homens de seus erros? Até que ponto as penitências são válidas? Será que necessitamos de um período específico para refletir nossas atitudes e dar início a uma transformação moral? Busquemos as respostas em O Livro dos Espíritos, nas Questões 720, 720-a, 722, e 726 no Capítulo V – Da Lei de Conservação. 720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária? Responderam os Espíritos: “Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis”. 720-a. Haverá privações voluntárias que sejam meritórias? Responderam os Espíritos:  “Há; a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão”. 722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos? Responderam os Espíritos: “Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus”. 726. Visto que os sofrimentos deste mundo nos elevam, se os suportarmos devidamente, dar-se-á que também nos elevam os que nós mesmos nos criamos? Responderam os Espíritos: “Os sofrimentos naturais são os únicos que elevam, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas? Por que de preferência não trabalham pelo bem de seus semelhantes? Vistam o indigente; consolem o que chora; trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus. Sofrer alguém voluntariamente, apenas por seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade; tais os preceitos do Cristo”. Analisando as afirmativas contidas em O Livro dos Espíritos, observamos que a visão do Espiritismo com relação às penitências, difere de outras religiões. Para a Doutrina dos Espíritos, as privações somente são válidas quando afastam o homem das futilidades materiais que nada acrescentam na evolução do espírito, entretanto, deve ser um exercício contínuo na busca pelo progresso moral, não limitando-se a quarenta dias cada ano. Terá maior mérito perante Deus, aquele que aplica sua penitência em benefício de outrem, ou seja, pratica a caridade que, aliás, para nós que ainda somos espíritos imperfeitos, ser caridoso é uma grande penitência. Com relação a abstinência de certos alimentos, segundo o Espiritismo, nos é permitido consumir qualquer substância que não nos comprometa a saúde, em qualquer época do ano, isso se aplica ao consumo de carne. Devemos considerar que nossa matéria densa carece de proteína para funcionar adequadamente, cuja principal fonte é a carne.

Nota:

A proibição do consumo de carne vermelha na quaresma surgiu na Idade Antiga, consolidando-se na Idade Média, época em que os pobres não tinham recursos para introduzir a carne em suas refeições. Desta forma a carne vermelha era consumida apenas pelos ricos nos banquetes, onde se tornou o símbolo da gula, um dos pecados capitais. Para evitar conflitos com a nobreza, a Igreja orientava o consumo de carne à livre demanda, por sete dias, antes do período quaresmal, essa tradição ficou conhecida como “Carnevale” (o prazer da carne), daí a origem do carnaval. Após o “Carnevale”, a população deveria abster-se da carne pelos quarenta dias que antecediam a páscoa. O peixe não entrou nesta lista, por isso tinha o consumo liberado. Diante dessas considerações, podemos afirmar que as privações voluntárias pouco contribuem para o progresso espiritual. Há uma influência católica muito intensa sobre a mente popular, com hábitos enraizados, a ponto de termos somente feriados católicos no Brasil, advindos de uma época de dominação da Igreja sobre o país. Os espíritas, afinados com outra proposta, a do Cristo Vivo, não têm porque apegar-se ou preocupar-se com tais questões. Respeitemos nossos irmãos católicos, mas deixemo-los como queiram, sem o stress de esgotar explicações. Nossa Doutrina é livre e deve ser praticada livremente, sem qualquer tipo de vinculação com outras práticas. Com isso, ninguém está a desrespeitar o sacrifício do Mestre em prol da Humanidade. Preferimos sim, ficar com seus exemplos, inclusive o da imortalidade, do que ficar a reviver a tragédia a que foi levado pela precipitação humana. Inclusive temos o dever de transmitir às novas gerações a violência da malhação do Judas, prática destoante do perdão recomendado pelo Mestre, verdadeiro absurdo mantido por mera tradição, também incoerente com a prática espírita. A mesma situação ocorre quando na chamada quaresma de nossos irmãos católicos, espíritas ficam preocupados em comer ou não comer carne, ou preocupados se isto pode ou não. Ora, ou somos espíritas ou não somos! A Doutrina Espírita nada tem a ver com isso. São práticas de outras religiões, que repetimos, respeitamos mas não adotamos. A Quaresma que entendemos é época de mudança íntima e espiritual, que deveria acontecer por um tempo infinito e não só por quarenta dias. O Espiritismo encara a chamada Sexta-feira Santa como uma Sexta-feira normal, como todas as outras. Também indica que não há procedimento algum para os dias desses feriados. E não há porque preocupar-se com o Senhor Morto, pois que Jesus vive e trabalha em prol da Humanidade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8:32). O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito. Portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo. O cristão deve buscar alcançar o Reino de Deus. Porém, não aquele lugar específico.  Mas, aquele que está dentro dele. Devemos fazer da Quaresma um tempo para “Jejuar” alegremente de certas coisas e também para “Fazer festa” de outras.

Neste tempo devemos:

Jejuar de julgar os outros e festejar porque também eles são filhos de Deus;

Jejuar do fixarmo-nos sempre nas diferenças e fazer festa por aquilo que nos une na vida

Jejuar das trevas da tristeza e celebrar a luz;

Jejuar de pensamentos e palavras doentios e alegrarmo-nos com palavras carinhosas e edificantes;

Jejuar das desilusões e festejar a gratidão;

Jejuar do ódio e festejar a paciência santificadora;

Jejuar de pessimismos e viver a vida com otimismo, como uma festa contínua.

Portanto, é tempo de encontro com o próximo. É a caridade que se faz em nome do Criador. São as obras meritórias, os ideais nobres. É tempo da doação de si mesmo; do compartilhar; do perdão que se exercita; do bem que se faz. É o amor em ação. Jesus está presente, e a Sua presença se evidencia, especialmente, através de cada ser humano. Jesus, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da Humanidade. Esses valores são conceitos fundamentais, sendo a moral cristã o eixo de sua visão de mundo e interpretação da realidade.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados; cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pensa nisso!

domingo, 12 de fevereiro de 2023

 


Carnaval, a Psicosfera da Ilusão

Estamos no período de Carnaval, festa de grande apelo popular em nosso país, voltada unicamente para a materialidade, e que muitos se entregam aos excessos, em nome da alegria, tendo como desculpa o fato de aproveitar a vida. Nesse período de folia os carnavalescos surgem de todos os lados na busca do nutrimento de suas devassidões. Com o risco de ser taxado de moralista, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não posso deixar de analisar criticamente esses disparates do mundo brasileiro. Indiscutivelmente, o chamado "Carnaval" se constitui em quatro dias das mais devassas manifestações, e significa “Festa da carne”, o que é uma expressão deveras contundente. Aí está um tema bastante polêmico para nossa reflexão. Quando se fala desse folguedo, acendem-se os ânimos, os defensores e os críticos se manifestam. Claro que as opiniões variam. Uns, dizem que é festa perniciosa. Outros, dizem que é alegria. Uma festa para o povo colocar para fora suas emoções guardadas, as angústias contidas durante o ano que passou, um dia de contos de fadas; dia em que a alma dança, o coração se enche de euforia. O carnaval é uma dessas festas que costuma ser chamada de folia, que vem do francês folie, que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão. No caso do carnaval a palavra significa desvio, anormalidade, fantasia, descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode observar o que há de mais profundo, de mais primitivo em si mesmo. Infelizmente, os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões. Na literatura encontramos uma frase da Idade Média, de que “Nada aconteceria se as pessoas enlouquecessem uma vez por ano”. Hoje, estamos próximos dessa frase, só que, não por um dia, mas por muitos. Agora são três dias ou mais de loucuras, sob a denominação de “Tríduo Momesco”, ocasião em que os foliões vão da mais histérica e hilária alegria ao caos total, despertados pela tresloucada folia. Dizem, também, que tudo isso decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas, também, da orgia e depravação, levam as pessoas a se comportarem fora do seu normal. Não podemos deixar de reconhecer que o carnaval também é uma festa espiritual. O culto à carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon, guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”, que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos carnavalescos encarnados. A carne é fraca, dizem alguns, para justificarem seus erros e fraquezas, atribuindo à fragilidade do corpo físico a ausência de disposição para resistirem às tentações que essa festividade pode proporcionar. É claro que esta é uma justificativa inaceitável, que de modo algum legitima os excessos eventualmente cometidos. E as consequências desses excessos serão cobradas depois pelo corpo, que, por mais forte e resistente que seja, tem o seu limite, que deve ser respeitado, para que possa continuar sendo instrumento para o progresso do indivíduo. Vivemos em constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos acompanhados por uma “nuvem de testemunhas”, que retrata nossa situação íntima. Muitos jovens e adultos, transtornados pela música hipnotizante e frenética, caem nas armadilhas das drogas alucinantes.   É hora de pular e sambar. Esse é o lado da festa que podemos observar deste lado da vida. Mas há outro lado. Pelo lado espiritual, o carnaval observado do Além, dizem os Mentores espirituais, é lamentavelmente muito mais triste e perigoso.   Milhares de espíritos infelizes também invadem as avenidas, num triste e feio espetáculo, que transforma o carnaval em um terrível circo dos horrores de grandes e atemorizantes proporções. Diz o compositor que “Atrás do trio elétrico, só não vai quem já morreu”. Coitado. Está totalmente equivocado, pois os queridos malfeitores das trevas, os “vagabundos do mundo oculto,” vão atrás, sim, e se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis das preferências que estes trazem escondidas no seu íntimo. Dezenas, centenas, milhares de entidades vampirescas, abraçam e se desdobram em influenciar os foliões, para juntos beberem, fumarem, se drogarem, se entregarem ao sexo desvairado   e cometerem os mais tristes desatinos. O homem vive onde e com quem se sintoniza psiquicamente. E essa sintonia se dá pelos desejos e tendências existentes na intimidade de cada um. E é graças a essa lei de afinidade, que os espíritos das trevas se vinculam aos foliões descuidados, induzindo-os a orgias deprimentes e atitudes grotescas, animalizadas, de lamentáveis consequências. Quantos crimes acontecem nesses dias, quantos acidentes, quanta loucura. Acidentes de carro, violência e até óbitos pelo uso de drogas ou combinações perigosas de medicamentos e bebidas. Meses depois, a festa ainda traz consequências: gravidez precoce e abortos realizados, frutos de envolvimentos insensatos e o contágio com doenças sexualmente transmissíveis. As consequências cruéis desse grotesco espetáculo se fazem sentir de forma rápida e inexorável. Pergunte a si mesmo: vale a pena pagar o alto preço exigido por alguns dias de loucura? Vale a pena ver seu nome na estatística de horrores que acontece no carnaval? Espero que não. Algumas pessoas devem pensar: eu brinco, mas não faço nada de errado!  Mas se você atravessar um pântano de lama fétida, local de doenças e outras mazelas, pode até acontecer de você não adoecer, mas que vai sujar-se, não há a menor dúvida. Para atravessar a tempestade de energia negativa que envolve o carnaval, sem ser tocado por ela, só se você for alguém espiritualmente iluminado. Mas se você for tão iluminado, com certeza não estará participando do carnaval. O Carnaval se constitui, sob minha ótica, em um verdadeiro processo de Obsessão Coletiva, afetando profundamente o estado espiritual dos incautos. Mas o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade. Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos. A ilusão de grandeza, que falsamente produz um imenso contraste entre a beleza da avenida e a realidade da vida. Falamos da sensualidade que se torna material de venda, nos corpos desnudos e aparentemente felizes por fora, mas muitas vezes profundamente infelizes por dentro. O carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. De um lado, as falsas aquisições sociais de alguns, negadas pela agressividade de muitos; de outro, a falsa felicidade de quatro dias de folia, e 361 dias de novas e renovadas angústias. Vale a pena? Advertiu-nos o apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". O mal não está tanto na coisa em si; está em como nos conduzimos dentro dela. O carnaval não seria o que é, se não fôssemos o que somos. O vulgo costuma dizer equivocadamente: “A ocasião faz o ladrão”, mas, de nossa parte, à luz da Doutrina Espírita, diríamos: “O ladrão faz a ocasião”, porque quem já adquiriu valores éticos sólidos não vai se deixar levar por qualquer tipo de obsessão coletiva, já que não será “tentado”, pois está em outro patamar de ideais e propostas existenciais. Vale lembrar os famosos critérios socráticos: bondade, utilidade e verdade. Se nossas atitudes não são aprovadas por tais crivos, nossa consciência espírita não respaldará tais ações, porquanto, submeter-se docilmente a este tipo de subjugação é escolha nossa, pois o livre-arbítrio é alicerce da Lei de Deus. Logo, aproveitar o Carnaval, do ponto de vista espírita, é ocupar esses quatro dias de uma forma prazerosa, mas também útil e espiritualizada, que não deixa de ser um exercício para que busquemos superar “a predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões”, conforme nos ensina a questão 742 de O Livro dos Espíritos. VIGILÂNCIA e ORAÇÃO é a recomendação sempre atual. Não cabe aqui a análise sob a ótica de proibições ou cerceamento de vontades. Todos somos livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. O Espiritismo não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades. Finalizando, devo dizer que, há sempre a necessidade de situar-se cada coisa em seu próprio lugar. Existe festa de carnaval menos agressiva, e sempre valerá a pena analisar a situação. O poeta Vinicius de Morais deixou isto muito claro ao dizer: "Tristeza não tem fim, felicidade sim / A felicidade parece a grande ilusão do carnaval/  a gente trabalha um ano inteiro / por um momento de sonho/ pra fazer a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-feira." Na realidade, o ser humano é um carnavalesco em potencial. Uma hora ele é pierrô, em outra ele é palhaço, e numa outra ele é arlequim. Sempre mascarado no certame da vida, até que, um dia, a máscara cai; é quando chega a quarta-feira de cinzas da desencarnação, e ele se vê do outro lado da vida, com contas a ajustar, justamente porque não brincou o carnaval da vida de cara limpa. Ao ver a fantasia rota e maltratada, quantas decepções pelo tempo perdido. Valeu a pena? Quer brincar o carnaval? Não se esqueça que o “Bloco Escola da Vida” está sempre em evolução com seu enredo: “A Vida que liberta”. Agora, vá! Mas não fantasiado. Vá, pleno de si. Vá para a apoteose maior, para a felicidade de religar-se a Deus. A festa da vida é muito maior, muito mais divertida, rimada e harmoniosa, quando sabemos escolher um bom enredo para vivenciá-la. E não se esqueça! Devemos procurar sempre as melhores notas nos quesitos que nos são delegados por Deus. Se participar do Carnaval é certo ou errado? Essa é a pergunta que não quer calar, mas que somente a sua consciência pode responder. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos evangélicos, propostos por Jesus. Vamos fazer desses dias de feriado, dias de alegria verdadeira, em paz conosco mesmo. Vamos meditar, ler um bom livro. Vamos conviver com nossa família e amigos, trocando ideias salutares. Também podemos orar por aqueles que ainda não tiveram consciência de fazer o bem conforme Jesus nos recomendou, e que padecem nesses instantes de euforia descontrolada.

Importante! Boas vibrações, nesse carnaval!

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

domingo, 5 de fevereiro de 2023

 


O Espírita e a Reforma Íntima

A fim de despertar a consciência espiritual das pessoas levando-as a cura dos seus males, bem como, assumir uma nova orientação de vida, Jesus levava as suas maravilhosas pregações e palavras vivificantes a todos de modo irrestrito, falando aos crédulos e incrédulos. Principalmente porque Jesus sabia que as imperfeições humanas refletem-se praticamente em todas as doenças do corpo e da alma. O que vale dizer que as doenças humanas são em síntese, doenças da alma. Para Jesus, não existem doenças, mas doentes, cujos sinais físicos e sintomas refletem distúrbios profundos do ser. Mas sabendo que os homens são profundamente imediatistas, Jesus utilizava a prática da cura para atrair as multidões para ministrar os seus ensinamentos. Se não fosse essa prática com certeza ninguém seguiria o Mestre, não se importando com as suas palavras moralmente edificantes para o crescimento espiritual. O Cristo almejava a reforma íntima das criaturas humanas. E o que é a reforma íntima? A Reforma íntima deve ser considerada como melhoria de nós mesmos e não a anulação de uma parte de nós considerada ruim; uma proposta de aperfeiçoamento gradativo, cujo objetivo maior é a nossa felicidade. Reforma íntima é o conceito básico do Espiritismo. É o indivíduo mudar a si mesmo, reformando o que ele é. Quando Sócrates (um dos precursores da mensagem de Jesus) nos recomendou o conhecimento de nós mesmos, talvez não imaginasse o alcance atual da proposta. Jesus deixou claro quem somos nós e a que viemos; bem como o caminho mais fácil para atingir nosso objetivo maior: a plenitude do amor; após cumprirmos todas as etapas evolutivas, passo a passo. A reforma íntima é um processo contínuo de autoconhecimento espiritual. É um processo que se realiza lentamente pela aquisição de recursos espirituais, através da prática do amor fraterno, da prece, da meditação, da realização de boas obras. É o renovar das esperanças interiores, tendo por meta o fortalecimento da fé, é a solidificação do amor, é a incessante busca do perdão, é o cultivo dos sentimentos positivos e a finalização do aperfeiçoamento do ser, é o esforço que o ser humano faz para melhorar-se moralmente. Com esse processo, nós vamos percebendo nossas imperfeições e perdendo-as aos poucos. Então se melhorando cada dia com um passo de cada vez, não tem fim. E além também de compreender e seguir as leis divinas. Então é um trabalho processual. Processual porque significa aquilo que obedece a uma sequência. Em conceito bem claro, é a habilidade de lidar com as características da personalidade melhorando os traços que compõem suas formas de manifestação. Caráter, temperamento, valores, vícios, hábitos e desejos são alguns desses caracteres que podem ser renovados ou aprimorados. Constitui um trabalho relevante de Educação Espiritual, complementado pelo firme propósito do ser humano de eliminar, de sua estrutura espiritual, os pensamentos de ódio, de inveja, de vingança, de traição, de ciúme, de raiva, de maledicência, as paixões inferiores e os vícios. A reforma íntima promove a cura das doenças que acometem o ser humano, através do aprimoramento espiritual. A pessoa vai eliminando as suas arestas negativas, as suas falhas no relacionamento com os seus semelhantes e à medida que pratica o bem, vai, sensivelmente, melhorando o seu estado de saúde do corpo, da mente e da alma. E, na sua conotação intrínseca, produz mudanças estruturais no perispírito, uma vez que é um processo de aprimoramento dos atributos da alma. A maior dificuldade para se fazer a tão falada Reforma Íntima é justamente saber o que devemos nos reformar, o que está de errado em nós a vida inteira. Aliás, nessa vida e nas anteriores também. Agora, quando operá-la? Como identificar os momentos de aplicação preventiva? Qual a medida de percepção de avanços? É necessário entendê-la de forma prática e cotidiana, clara e identificada com a vida. De forma bem didática, a reforma íntima é uma troca, quando optamos em sacrificar um prazer momentâneo e imediato, em favor de um bem maior a longo prazo. Reforma íntima, é quando entendemos que aquela satisfação, em nossas mãos, não é a melhor escolha e decidimos aboli-la de nossas vidas, visando a felicidade futura. Sabemos, então, que para evoluirmos espiritualmente temos que realizar a nossa Reforma Íntima. Ela deve ser compreendida como a chave mestra para o sucesso de nossa melhora interior e, consequentemente, da nossa felicidade exterior. E, por onde começar? Em “O Livro dos Espíritos” no capítulo Conhecimento de si mesmo, à pergunta 919, Allan Kardec questiona aos Espíritos: - Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? Respondem os Espíritos: “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”. Allan Kardec, profundo conhecedor das deficiências humanas, investiga mais a fundo no desdobramento da questão acima. 919-a - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo? Respondeu o Espírito Santo Agostinho: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar” Aqui vai um roteiro muito interessante que poderíamos procurar seguir, parece simples, mas não é. A quantos desejarem experimentá-lo, sugere-se analisarem-se, buscando aquelas deficiências mais comuns e corriqueiras, que sabemos possuir, ou as qualidades que não temos mas que gostaríamos de ter, adaptando o método às necessidades e interesses de cada um. Ao alcançar uma conquista, alterar a meta, buscando por outra, que vão surgindo ao longo do tempo, mas cuidando sempre para que não incorram em recaída. Este não é o primeiro e nem será o último método inventado, que visa à melhoria das pessoas através da reforma íntima, mas com certeza, nos aponta mais uma alternativa palpável e simples, que está ao alcance de quantos tiverem a coragem e a vontade firme de empreender esta luta íntima na escalada evolutiva. Não é um caminho fácil. Não existe caminho fácil. Mas é um caminho seguro. Parece resultar daí que o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual. Esta é uma tarefa que compete a cada um individualmente. A partir daí então, devemos passar para outra grande dificuldade que é praticar a Reforma em nossa personalidade, em nosso modo de agir e até mesmo no pensar. Todo espírita estudioso caminha neste sentido, porque compreende que o Espiritismo como filosofia busca atingir o seu mais nobre objetivo, que é a reforma moral da criatura. Muitos são os motivos que levam o indivíduo à Casa Espírita: Pelo amor, pela dor, convite de alguém, pela razão, etc... E o que acontece? Muitos assistem as palestras, recebem o passe, tomam a água fluidificada e vão embora. São espíritas apenas dentro da Casa Espírita, e estas atitudes irão se repetir por longo tempo. Mas à medida que vão estudando e compreendendo melhor os ensinamentos espíritas, sentem que necessitam se integrarem mais nas ações de reforma moral da sociedade, e nada melhor para fazer isso do que iniciando por eles mesmos, ou seja, que sejam espíritas na convivência com o mundo, e isso os leva à uma reforma moral. Muitas pessoas recém-chegadas à Doutrina Espírita encantam-se pelas nobres aspirações espíritas, pela sabedoria dos mentores, e inúmeras obras bibliográficas, trazem a si novas perspectivas proporcionadas pela esperança libertadora espírita e vislumbram, rapidamente, a possibilidade de encaminharem a respectiva felicidade. Contudo, o adquirir da cultura espírita é a mais fácil das etapas, o grande desafio reside em assimilá-la espiritualmente, na prática cotidiana, nas ações profissionais e familiares, quando existem os observadores e críticos contumazes, nos momentos de dúvidas existenciais, ou ainda nos instantes onde a tristeza e insegurança invadem a alma. Diante das tormentas e desafios, os conceitos devem vir à tona de forma cíclica e persistente, como ondas que alcançam a praia. Naturalmente, quanto mais claros e associados ao cotidiano os conceitos espíritas se encontrarem, maior o alcance da compreensão e melhores serão os resultados.

Conclusão.

Ao nascer trazemos inscrito no DNA físico e espiritual o conjunto de nossas tendências para todas as ocorrências possíveis durante esta existência; além das características do esboço da nossa personalidade a serem aprimoradas. Isso é o nosso Projeto de Vida desta vez. Quando os pais dizem: Seria tão bom que as crianças viessem com manual de instrução! Nos primeiros anos da atual existência nosso Espírito está na Vitrine da Vida para quem tiver olhos de ver e ouvidos de ouvir,  basta atenção e querer. Nosso progresso nesta existência depende do meio em que fomos criados e educados; pois às tendências do nosso espírito soma-se a influência do meio ambiente, em especial a família, maior oficina no aprendizado da Lei do Amor. Nos primeiros anos de vida tudo é subconsciente. Ele funciona como um scanner de computador a captar e absorver tudo que se passa ao redor; para depois exteriorizar na forma de atitudes, comportamentos. Conforme nos mostra a Doutrina Espírita, com critério, estudo e trabalho perseverante, é possível montar o diagnóstico uma imagem muito mais próxima da realidade evolutiva do nosso espírito. Não é necessário que nos preocupemos de forma exagerada com relação às mudanças, essa atitude gera culpa e remorso que tendem a travar o progresso, a tendência é que o conhecimento induza à transformação de forma progressiva e natural. O conhecimento de nós mesmos deve ser um trabalho bem humorado, alegre e devemos nos sentir felizes ao realizá-lo. Sem conhecimento de nós mesmos não há Reforma intima.  Sem diagnóstico preciso não há cura. A cura não será milagrosa, as recaídas serão inevitáveis. Somos seres ainda com pouca consciência a respeito de quem somos nós e o que fazemos aqui. Mais reagimos a situações externas do que agimos de forma proativa; é inevitável que nos surpreendamos a pensar, sentir e agir como antes do esforço da mudança. O que fazer? Recomeçar. Recomeçar. Recomeçar. Porque somente realizando tal reforma vamos chegar ao nível de espírito de luz que foi a caminhada que Deus montou em nossa vida para que tenhamos um sentido de existir. Quando fazer a reforma íntima? Agora! Esse é o momento perfeito para começar a nossa reforma íntima, não deixe o tempo passar.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!