ENSINO ESPÍRITA
Acreditar ou não em
Deus
Olá, Amigos! Vamos
explanar mais um ensino espírita. Trata-se do tema Acreditar ou não em Deus.
Com base nas Questões 5 e 6 de O Livro dos Espíritos. Que dedução se pode tirar
do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse
uma base? É ainda uma consequência do princípio - não há efeito sem causa.”
Vários filósofos, pensadores e materialistas afirmaram ou ainda dizem que a
crença em um Ser Superior é uma herança cultural, principalmente imposta por
uma suposta elite dominante e para fazer as pessoas não questionarem seu papel
na sociedade ou se conformarem com seus sofrimentos. Se esse sentimento íntimo
da crença em Deus fosse fruto da cultura, por que é encontrado em todas as
civilizações e até mesmo em povos isolados que não sofreram influência
cultural? Existem evidências de que a crença em Deus pode ser uma predisposição
genética. Segundo o biólogo americano Dean Hammer, a sua descoberta de um conjunto
de genes tornaria o ser humano predisposto a ter experiências sensoriais, como
acreditar em Deus e professar uma religião. É claro que a enxurrada de críticas
foi gigantesca. Afinal, Deus existe? Conta-se que um velho árabe analfabeto
orava toda noite com tanto fervor e com tanto carinho que, certa vez, o rico
chefe de uma grande caravana chamou-o e lhe perguntou: Por que oras com tanta
fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler? O crente fiel
respondeu: Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos
sinais d’Ele. Como assim? Indagou o chefe, admirado. O servo humilde
explicou: Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece
quem a escreveu? Pela letra, respondeu. E quando o senhor admira uma joia,
como é que se informa sobre a sua autoria? Pela marca do ourives, é claro. O
servo sorriu e acrescentou: Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda,
como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo, um boi? Pelos
rastros, respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho crente convidou-o
para ir para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava,
cercada por milhares de estrelas, exclamou, respeitoso: Senhor, aqueles sinais
lá em cima, não podem ser de homens! Naquele momento, o orgulhoso caravaneiro
rendeu-se às evidências e, ali mesmo na areia, sob a luz prateada do
luar, começou a orar também. Mas, afinal, onde procurar esse Deus de Amor e
Sabedoria Infinita? Tal como disse Jesus, “O maior cego é aquele que se recusa
a ver”. A pergunta que fiz lá no início pode parecer de simples retórica, já
que a intenção é desenvolver um raciocínio, à luz da Doutrina Espírita, que não
teria qualquer validade ou importância se partíssemos do pressuposto de que
Deus não existe. Allan Kardec e os Espíritos que o assistiram na construção de O
Livro dos Espíritos, sublime obra que deu início à Codificação da Doutrina,
esclarecem-nos: “Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é
obra do homem, e vossa razão vos responderá”. E acrescentam: “Para crer em Deus
é suficiente lançar os olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem,
portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo o
efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa”. Uma das
coisas que me intrigam é como podem existir pessoas que não creem em Deus. Não
crer em Deus, força e inteligência suprema e causa primária de todas as coisas,
é como não crer em si próprio. Como criaturas, fomos dotados da capacidade de
pensar e agir, conforme nossa própria vontade, e nos é permitido, inclusive,
deixar de crer na existência do Criador. Aliás, o mais importante não é crer ou
deixar de crer em Deus, mas agir conforme a Sua vontade, conforme Sua lei. O
certo é que a crença em Deus é algo muito vago na vida das pessoas. Mas a
crença no poder supremo que nos criou, que nos ampara, que nos sustenta, que
premia os bons e corrige os maus, é tão fundamental ao equilíbrio de nossas
almas quanto são os alimentos ao equilíbrio de nosso corpo. Jesus nos deixou em
mensagem que os puros de coração são Bem-aventurados, pois que a eles seria
dada a condição de ver a Deus, isto é, de percebê-lo em sua plenitude.
Portanto, negar a existência do Criador me parece uma postura falsa. Creio
mesmo que aqueles que assim se posicionam, na derradeira hora, ou seja, na hora
do desenlace, buscam o apoio de Deus e desejam ardentemente que a vida
continue. Mas se ainda não podemos ver a Deus, com certeza podemos senti-lo,
basta observarmos atentamente as coisas à nossa volta. Vemos, constantemente,
uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, pois ela é
impotente para produzi-los, ou, sequer, para explicá-los. A causa está acima da
Humanidade. É a essa causa que chamamos Deus, Jeová, Alá, Grande Espírito, etc.
Outro princípio igualmente elementar e que, de tão verdadeiro, passou a axioma,
é o de que todo o efeito inteligente tem de decorrer de uma causa inteligente.
O ser humano não pode fazer algo à partir do nada. Ele constrói coisas, inventa
coisas, mas nunca deu vida a nada, nem mesmo a uma pequena flor ou a uma
formiga. Achando-nos numa região habitada exclusivamente por povos chamados
selvagens, e, se descobrirmos uma estátua digna de Fídias, que foi um escultor
da Grécia Antiga, não hesitaremos em dizer que, sendo incapazes de tê-la feito
os selvagens, ela é uma obra de uma inteligência superior à destes. Pois bem,
lançando um olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, reconhece o
observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa
inteligência humana. Ora, visto que o homem não as pode produzir, é porque elas
são produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos que se sustente
que há efeito sem causa. A existência de Deus é, pois, uma realidade,
comprovada não só pela revelação como pela evidência dos fatos. Os povos
selvagens nenhuma revelação tiveram; no entanto, creem, instintivamente, na
existência de um poder sobre-humano. Duvidar da existência de Deus é negar que
todo o efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa.
Mas, se ainda não podemos ver a Deus, com certeza podemos senti-lo, e existe
uma forma melhor de sentir Deus, é olhar para dentro de nós, para aquilo que
somos, e observarmos atentamente as coisas à nossa volta. Para quem tem “olhos
de ver”, as evidências estão espalhadas pelos céus; deixe para trás as luzes da
cidade, e olhe para o alto, para um céu estrelado; os fenômenos naturais, os
seres animados e inanimados, o Universo infinito, a renovação constante de
todas as coisas para senti-lo, e concluir pela existência desse Criador,
perfeição inigualável. É, portanto, notório e indiscutível a existência de um
ser superior a qualquer dos homens de que temos conhecimento na história da
humanidade, visto que jamais alguém conseguiu realizar algo sequer parecido em
qualquer época e lugar desse nosso planeta, atribuir a formação de tudo o que
existe à transformação da matéria ou ao acaso, seria uma insensatez, um
absurdo, um homem de bom-senso não pode aceitar que algo inteligente seja obra
do acaso cego, pois o que é fruto da inteligência, já não é mais acaso. Vale
lembrar que as obras feitas pelos homens são assinadas para que não se confunda
o autor. Já as obras de Deus não trazem Sua assinatura pelo simples fato de que
só Ele é capaz de fazê-las, ninguém mais. Não obstante todos os esforços, a
ciência ainda é incapaz de compreender e explicar Deus e sua importância.
Concordamos com Léon Denis quando afirma: "A questão de Deus é o mais
grave de todos os problemas suspensos sobre nossas cabeças e cuja Solução se
liga, de maneira estrita, imperiosa, ao Problema do ser humano e de seu
destino, ao problema da vida individual e da vida social." O Ser humano
tem, em si inata ideia de Deus, a percepção de um ideal renovador,
transformador da sociedade e do mundo, como nos ensina, mais uma vez, Léon
Denis: "Para se gruparem os sentimentos e as aspirações, é necessário um
ideal poderoso. Pois bem! Esse ideal não o encontrareis no ser humano, finito,
limitado; não o encontrareis nas coisas deste mundo, todas efêmeras,
transitórias. Ele não existe senão no Ser infinito, eterno. Somente Ele é
bastante vasto para recolher, absorver todos os transportes, todas as forças,
todas as aspirações da alma humana, para reconhecê-los e fecundar. Esse ideal é
Deus! O Homem deixou de aceitar cegamente um Deus que não entendia e dogmas que
lhe começaram a parecer contraditórios, absurdos e incongruentes. O Deus que
nos foi imposto durante tanto tempo deixou de nos interessar porque deixou de
ter relação com o Ser Bom, Justo, Misericordioso, Sábio, Perfeito, que nos
diziam ser, quando, por outro lado, tinha reações e atitudes injustas (segundo
a nossa visão imediata), prepotentes, discriminatórias, vingativas, até mesmo
cruéis. Pois é! Nas páginas de uma revista muito badalada, de 8 de julho de
2015, encontramos a opinião de um cientista questionando a existência de Deus
como a maioria das religiões O concebe. Dessa vez trata-se do astro físico Neil
de Grasse Tyson. Na reportagem o cientista afirma: A religião de cada um tira
conclusões precipitadas sobre o funcionamento do universo. A ciência, no
entanto, realiza medições capazes de mostrar que essas impressões são falsas.
Agora, como querermos que um cientista que tem provas concretas sobre os
milhões de anos que levaram para que a Terra fosse formada acredite em Deus, se
a maioria das religiões defende que tudo não levou mais do que sete dias? E um
desses dias ainda tirado para descanso! Concluindo, afirmamos que Deus
extrapola tanto o nosso limitadíssimo raciocínio atual que não conseguimos
entender que a sua onisciência e a sua onipotência não violam o livre-arbítrio
que Ele conferiu ao homem, dando-lhe total liberdade em seus atos para que seja
responsável pelas suas consequências. Ocorre que, em nosso comodismo, quando a
colheita é boa, ela é obra dos homens; quando é má, o autor é o Criador. Até
esse direito Ele nos deu. Inclusive o de duvidar que possa haver um Ser tão
perfeito e completo, autor de tudo e de todos. Você pode sentir Deus pulsar
dentro do seu coração! E quando você estiver sem saída, lembre-se do que Deus pode
fazer por você! Pense nisso:
Eu fico por aqui.
Muita paz!
Aguarde na próxima
semana, um novo estudo sobre ensino espírita.
Leia Kardec! Estude
Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
E não se esqueça: O
Amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
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