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O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 21 de novembro de 2021

 


PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

ENSINO ESPÍRITA

Uma parábola é uma pequena história que ajuda a entender uma verdade complexa. Jesus contou esta parábola para explicar o relacionamento de Deus com o pecador. Você conhece a parábola do filho pródigo? O Filho Pródigo é talvez a mais conhecida das parábolas de Jesus, apesar de aparecer apenas em um dos evangelhos canônicos. No Evangelho de Lucas no capítulo 15: versículos de 11 a32. Primeiro vamos saber o que significa pródigo. Pródigo é aquele que esbanja, gasta mais do que possui ou necessita. Esbanjador, gastador ou perdulário. Por isso, o filho mais novo é o filho pródigo do homem nesta parábola. O tema deste estudo é a misericórdia. Os séculos passam, mas as grandes lições não envelhecem, pois retratam a eterna luta da alma humana para libertar-se do primarismo evolutivo. Esta parábola é uma dessas lições, e é um solene e formal desmentido às penas eternas. Ela ao mesmo tempo em que é uma amostra do grande amor de Deus por cada um de nós, também nos leva a refletir sobre o grande pecado da rebeldia e do orgulho que está inoculado em nós. Ela é o drama da evolução do Espírito, através de erros humanos, para a verdade divina.

Uma lição de arrependimento: A Parábola conta a história de um pai que possuía dois filhos. Em certa altura da vida, o filho mais novo do homem pede ao pai a sua parte na herança e parte para terras distantes gastando tudo o que tem em pecados e perdições, sem pensar no dia de amanhã. A ideia de viver de modo independente, sem ter que dar satisfações de seus atos, parece ter sido a grande ilusão deste jovem. E foi assim, aproveitando seus bens materiais de forma irresponsável, que acabou na miséria, e começa a passar necessidades, viver como um mendigo. Pra piorar a situação, a região onde estava foi afetada por uma grave crise. Só teve ajuda de um senhor, que o mandou ao campo, cuidar dos porcos. E nesta hora precisamos entender o contexto da época. Os judeus não comiam carne de porco, por considerar o animal impuro. Além disso, cuidar de animais já era visto como uma desonra, já que o serviço exigia a presença do pastor todos os dias, inclusive aos sábados. Desta forma, esses pastores não conseguiam seguir a lei religiosa, que determinava o repouso neste dia, que era dedicado ao Senhor. Para agravar ainda mais esta situação degradante, ele passava fome. Tinha vontade de comer o que era destinado aos porcos, mas nem isso conseguia. Para piorar ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigos, não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo mundano é passageiro, é ilusão, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida, ele traz solidão. Foi quando chegou ao fundo do poço que se lembrou de seu pai. Na casa dele havia muitos empregados, e todos tinham pão com fartura, enquanto o jovem não tinha o que comer. Nesse momento vemos que ele sentiu saudade de casa. Ele descobriu que os empregados temporários de seu pai eram mais dignos do que ele, de modo que tais empregados diaristas tinha o que comer, e ele morria de fome. Nesta hora ele sentiu o arrependimento por suas atitudes impensadas e teve três atitudes na busca por restaurar sua vida: o arrependimento, a ação e a vontade de pedir perdão. Nesse exato momento aquele filho mais novo já não era mais o mesmo rapaz inconsequente que saiu da casa do pai. Ele havia sido transformado. O primeiro ato foi reconhecer que precisava mudar aquele quadro: “Levantar-me-ei e irei a meu pai”. Em seguida, a decisão de agir: “Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai”. Por fim, o pedido de reconciliação: “Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.” Seu pai o recebe com muita festa, feliz pelo filho estar de volta, fazendo um banquete para ele. Da parte do pai, observamos que, mesmo com toda a dor que sentia em seu coração, realizou o desejo do filho, ao repartir a herança e permitir que ele partisse. Em todo este tempo, aguardou ansiosamente pela volta do jovem. E isso fica claro quando a narração de Lucas diz que “estava ainda longe quando seu pai o viu, e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” O pai o abraçou, não olhando para as condições em que seu filho estava se aproximando. O filho estava rasgado, descalço, era a personificação da miséria, mas o pai só olhou o arrependimento, e o acolheu em seus braços. Depois dessa acolhida, disse aos empregados que trouxessem uma túnica nova ao jovem, símbolo de honra; que lhe colocassem o anel no dedo, símbolo de autoridade; e a sandália para os pés, símbolo de que não era um escravo. O pai também manda preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho guardado para ser usado somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria alguma ocasião mais especial do que essa? Afinal de contas “este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”. Em nenhum momento na parábola o pai questionou as atitudes do filho, o que tinha feito e porque tinha saído de casa. Pelo contrário, demonstrou um amor que aos olhos humanos parece impossível. A parábola segue contando que o filho mais velho se aproximou da casa e, ao perceber a festa, se recusou a entrar por saber que a comemoração era para celebrar o retorno do irmão. Mas seu irmão mais velho rejeita-o. Não considera justo que o pai o receba com festas depois do que ele fez, uma vez que ele, o mais velho, sempre foi leal e fiel ao pai e nunca recebeu do pai uma festa como aquela. O pai insistiu, e alegou que mesmo estando o tempo todo ao lado do pai, nunca pode festejar com os amigos.

Explicação e significado da Parábola do Filho Pródigo

O segredo para interpretarmos as parábolas de Jesus é nos atentarmos à sua mensagem principal. Não precisamos atribuir significado a todos os elementos de uma parábola, mas devemos direcionar a nossa atenção para o que realmente Jesus estava ensinando.

O pai concede ao filho mais novo a posse de sua herança, mesmo que ele não estivesse próximo da morte. O pai poderia proteger o filho mais novo negando o dinheiro, pois sair gastando a herança era visivelmente um ato irresponsável. Mas ele concedeu, permitiu que ele fizesse aquilo com orgulho e imprudência, pois tinha os seus planos, sabia que aquilo seria necessário para que seu filho se redimisse dos seus atos. Se ele negasse o dinheiro, o filho ficaria revoltado e nunca se redimiria.

Assim como o pai entendeu a imprudência do filho e teve paciência com os seus erros, também Deus tem infinita paciência conosco, seus filhos pecadores. O pai da parábola não estava preocupado com o gasto da herança que ele havia juntado com tanto esforço, ele precisava que seu filho passasse por essa lição para que crescesse como um homem. Ele teve a paciência de esperar que seu filho passasse por isso e se arrependesse dos seus atos. A paciência de Deus tem por objetivo dar-nos tempo para percebermos nossos erros e nos arrependermos. Quando nós nos arrependemos verdadeiramente das nossas falhas, Deus nos acolhe de braços abertos. E foi exatamente isso que o pai da parábola fez, acolheu seu filho arrependido. Ao invés de repreendê-lo pelo seu erro, faz-lhe uma festa com um banquete. O filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e viu as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. Então ele diz: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”. (Lucas 15.32) O irmão mais velho acha-se logo um injustiçado, pois ele sempre teve zelo pelos bens materiais do pai, nunca gastou a sua herança, e o pai nunca havia lhe feito tamanha festa. Ele se achava superior por não ter desperdiçado os bens da herança. Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No original ele diz algo como: “estive trabalhando como escravo para ti”. Ele também tentava se auto justificar dizendo: “nunca desobedeci tuas ordens”. Não conseguia enxergar a conversão do irmão, não via que o sofrimento que ele passou o fez ver os seus erros. “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lucas 15.29-30). Neste caso, para o pai, o dinheiro era o menos importante, o importante era ter o seu filho de volta, convertido e arrependido.

É comum as pessoas acharem que somente quem reza todos os dias, vai à missa aos domingos e segue os mandamentos de Deus é amado por Ele. Isso não é verdade, e essa parábola mostra a grandeza do amor divino. O pai da parábola diz ao filho mais velho: “Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lucas 15.31). Isso mostra que o pai era profundamente grato ao filho mais velho, que o seu amor por ele era enorme e o que ele fazia pelo filho mais novo não mudava em nada o que ele sentia pelo mais velho. Se tudo que era dele, pertencia ao filho mais velho, o mais novo deveria conquistar os bens que perdeu em sua vida como pródigo. Mas jamais o pai negaria o acolhimento e o amor ao mais novo. Assim que ele apareceu em casa: Como é fácil nos sentirmos “injustiçados” (com inveja) quando outra pessoa “menos digna” é abençoada por Deus! Mas o arrependimento deveria ser motivo de grande alegria para todos nós. Quando largamos a inveja, vemos que Deus também nos dá muitas bênçãos que podemos aproveitar. Não temos motivo para sentir inveja.

Quando Jesus contou a Parábola do Filho Pródigo ele estava cercado por publicanos e pecadores que se reuniram para ouvi-lo. Os publicanos eram os cobradores de impostos; judeus que estavam a serviço do Império Romano. Os publicanos eram vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Já os pecadores eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época, e, por isso, elas eram excluídas por eles. Da mesma forma como aquelas pessoas puderam ver a si mesmos enquanto Jesus contava a Parábola do Filho Pródigo, hoje nós também podemos nos identificar como se estivéssemos na frente de um espelho enquanto lemos essas palavras de Jesus. Esses versículos nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o controle sempre esteve nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava vivendo dissolutamente o pai estava fazendo provisão para o filho que retornaria. Enquanto o filho estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho, deixando a roupa, o anel e a sandália preparados para o momento do retorno. Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se (Lucas 15:24). Este versículo possui um significado muito importante que infelizmente muitas pessoas não percebem. Note os contrastes: morto, vivo; perdido, achado. A explicação dessas palavras é a seguinte: no sentido prático, o filho estava morto pois havia recebido toda sua parte da herança. Ele não fazia mais parte da família. Ele também estava perdido, pois havia sido destruído em suas loucuras, e desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida. Com isto, entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania de Deus, que busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam procurando por ele.

A reflexão é: com qual dos dois filhos nos identificamos? Uma coisa é certa, não importa a resposta, o amor de Deus por nós é o mesmo, e Ele está sempre de braços abertos, pronto para nos acolher quando O buscamos com o desejo sincero em nossos corações. Quando olhamos para o filho mais novo talvez possamos dizer: esse sou eu. Ou, quando olhamos para o filho mais velho, talvez também possamos dizer: acho que estou me comportando como ele.

Muita Paz!


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