INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 28 de novembro de 2021

 


Dois Caminhos

Ensino espírita

(Com base em texto extraído da Revista Espírita Allan Kardec, nº 39)

Clássica é a pergunta que Alice (em "Alice no País das Maravilhas") fez quando se viu diante de uma bifurcação: "Para onde vai este caminho, e para onde vai o outro caminho?". Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? Isso depende muito de para onde queres ir, respondeu o gato. Preocupa-me pouco aonde ir, disse Alice. Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas, replicou o gato. A vida é cheia de escolhas e decisões que nos levam por diferentes caminhos. Em toda a nossa existência, vamos andar por trilhas variadas, mudar a direção, fazer curvas, ir, voltar e não tem nada de errado nisso. Somos seres mutáveis e estamos o tempo todo tentando nos descobrir e nos conhecer. Quantas vezes em nossa vida nos deparamos com decisões sobre qual caminho seguir? E quantas vezes você acha que terá que enfrentar a mesma indecisão no próximo ano? Não importa de qual tempo estamos falando, as escolhas sempre farão parte das nossas vidas, desde as mais simples de decidir até aquelas que nos tiram horas preciosas de sono. O que é necessário é o discernimento de dar o melhor de si para seguir por um caminho de forma consciente. As bifurcações estão em nossas vidas o tempo todo. Assim que você acorda, mesmo que de forma inconsciente, provavelmente enfrentará diversas delas: ir tomar banho ou tomar café? Colocar uma calça ou um vestido? Usar o cabelo preso ou solto? Ir trabalhar de transporte público ou pegar o carro? São decisões mundanas e corriqueiras, mas não deixam de ser escolhas de qual caminho seguir! No entanto, as escolhas são mais brandas e não demandam tanta energia. Já em alguns casos maiores, as bifurcações podem parecer intimidadoras e extremamente difíceis. Na realidade, como já foi destacado, na nossa vida, dois são os caminhos que se apresentam para nossa escolha; o caminho da evolução e o caminho da degradação. O caminho da evolução, que é percorrido após a passagem pela porta estreita, é apertado, difícil, e são poucos os que conseguem segui-lo; é grande o número dos que não querem trilha-lo; mas, também, o único que pode salvar a todos que se arrependem. Já o caminho percorrido após a passagem pela porta larga, a da degradação, e, consequentemente leva à perdição, é mais fácil, mais espaçoso, sem regras, sem limitações, faculta os prazeres materiais, sem obediência às leis divinas; ou seja, tudo aquilo que Jesus rejeitou. Nele você encontrará mais amigos; porém, você será apenas mais um a caminhar. Agora, o caminho da evolução, que é o caminho do progresso, nós vemos com os olhos da alma e, por ser mais apertado, exige conhecimento, atenção, critério, raciocínio, para a devida aquisição da felicidade futura. Esse caminho passa pela renúncia e exige arrependimento. A consoladora Doutrina dos Espíritos elucida sobre a existência de duas possíveis condutas, permitindo-nos lentamente edificar os sentimentos nobres que a Divindade deseja que adquiramos: a primeira se dá pelo bom aproveitamento e observação das experiências da vida em si mesma; a segunda, através do estudo. E consta dos Evangelhos que existem duas portas que dão acesso aos caminhos pelos quais os homens podem enveredar, no decurso da vida terrena. É fácil saber se uma pedra foi retirada de um rio ou se foi quebrada em uma pedreira. As pedras de pedreira apresentam muitas quinas, são ásperas e irregulares, agressivas ao tato. As pedras de rio são lisas e roliças, já sofreram um polimento natural. Ao longo do tempo, a correnteza das águas vai se encarregando de atirá-las umas contra as outras, para arredondar-lhes as arestas. Na medida em que vão se tornando polidas, vai sendo reduzido o atrito entre elas, já não se ferem, deslizam harmoniosamente umas entre as outras, como esferas lubrificadas de um rolimã. O processo evolutivo espiritual das criaturas humanas pode ser comparado ao do burilamento das pedras de rio. O Espírito é criado puro e ignorante. Puro, porque não traz qualquer tendência para o mal. Ignorante, porque não adquiriu ainda qualquer conhecimento. Ao longo das reencarnações sucessivas, a correnteza da vida também nos atira uns contra outros; somos levados a conviver entre semelhantes. Em nossa infância espiritual, ainda como pedras brutas, essa convivência é marcada pelo atrito entre nossas arestas. A rusticidade do homem das cavernas nos mostra o que foram nossas primeiras encarnações; o instinto animal predominando sobre a razão e o sentimento, a matéria sobre o Espírito, o estado de guerra como condição permanente. Passaram-se séculos e milênios, abandonamos as cavernas, participamos da construção, do apogeu e da queda de diferentes impérios, vivenciamos diversas culturas. Com as conquistas da ciência, domesticamos a natureza, transformamos a paisagem ao nosso redor, descobrimos como tornar a existência mais confortável. Observando, no entanto, nosso mundo interior, nos deparamos com a presença incômoda e persistente de imperfeições atávicas, paleolíticas. A História nos revela que, mesmo após deixar as cavernas, o homem conservou traços do troglodita em sua intimidade espiritual. Pois foi nossa ignorância rústica que, diante da vacilação de Pilatos, exigiu o martírio do doce Jesus. Foram nosso orgulho e nosso egoísmo que produziram as guerras, os massacres das Cruzadas, as fogueiras da Inquisição e os horrores da Escravatura. Ingênuos os que supõem que não estavam lá. Assim, ao longo desses séculos, avançamos muito mais no progresso material, exterior, do que a jornada ética, íntima, do Espírito. “A evolução espiritual é contínua, não regride nunca, mas pode ser retardada em seu processamento se não aproveitar bem a oportunidade que Deus concede ao Espírito reencarnante”. Viver em sociedade é aspecto essencial desta oportunidade. Frequentemente nos sentimos inconformados por termos de conviver com pessoas que nos aborrecem, nos irritam, nos são antipáticas, mas essa convivência é um dos processos naturais do nosso burilamento. Tais pessoas são indispensáveis: elas nos incomodam exatamente em nossos pontos mais fracos, mais sensíveis, e nos apontam, portanto, quais sãos esses pontos, quais são nossas piores arestas: os que precisam de ajuda incomodam ao nosso egoísmo, os que julgamos melhores que nós nos ferem a vaidade e o orgulho, e assim por diante. Cada conflito é um alerta e um roçar polidor de arestas. Quanto mais ásperos somos, mais dolorosos são os atritos, pois a dor é consequência de nossos atos de desamor para com o próximo, nesta ou em outras existências. Diferentemente das pedras, entretanto, a criatura humana, sendo dotada de inteligência, consciência e livre-arbítrio, pode escolher caminho evolutivo menos doloroso. Jesus nos aponta o rumo: amarmo-nos uns aos outros. Nenhum de nós foi criado para sofrer e o amor pode livrar-nos da dor, pois, “ele nos cobre a multidão dos pecados”. A evolução é lei universal e irrevogável, mas dois caminhos nos são oferecidos para percorrê-la: dor ou amor. A prática do amor proporciona polimento indolor em nossas almas, suaviza-nos as arestas, desenvolve-nos o altruísmo, harmoniza nossa convivência com os semelhantes. A decisão é sempre nossa.

Reflexão:

O objetivo deste estudo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a atual situação de inversão de valores que existe na sociedade. Sendo nós criaturas em fase de aperfeiçoamento, oscilamos entre a escolha por uma e outra “porta”, às vezes conseguindo vencer nossos maus pendores, outras vezes cedendo às nossas imperfeições. Nosso trabalho de reforma íntima visa a escolher, em definitivo, a “porta” do Bem. Deus, em Sua sabedoria e em Sua bondade, situa o Espírito encarnado em ambientes nos quais ele é naturalmente convidado à sublimação. Coloca-o em um contexto profissional, familiar e social em que precisa atender uma série de deveres. Se os atende, sacrificando para isso suas fantasias, caprichos e desejos, atravessa a sua porta estreita, a que lhe cabe naquela encarnação. É necessário e urgente que a criatura encarnada se empenhe em ser um profissional honesto e competente, um pai ou mãe presente e dedicado, um filho respeitoso e obediente, um aluno estudioso, um irmão compreensivo, um esposo fiel e afetuoso, um cidadão honesto etc.  Ela precisa atentar para os deveres de cada dia e cumpri-los, sem buscar desculpas para a conduta indigna. Como ensina o Espírito Lázaro, no item 7 do capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Ele também afirma que o dever é o mais belo laurel da razão. Nunca é tarde para mudar de caminho, por piores que tenham sido as estradas do erro percorridas. Esforcemo-nos por vencer as más tendências. Não há outra saída. Somente assim poderemos passar pela porta estreita e criar condições para a salvação de nossa alma imortal.

Muita Paz!

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