A Virtude – Os
Superiores e os inferiores
Com base no
Capítulo XVII – Sede Perfeitos - Itens 8 e 9. Devemos ficar atentos ao que nos
é informado, não simplesmente aos itens que são objetos desse estudo, mas,
também, as ligações desses itens com outros capítulos e passagens de O
Evangelho Segundo o Espiritismo.
A VIRTUDE
“A virtude, no
mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o
homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades
do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas
enfermidades morais que as desornam e atenuam”. Isto é, tiram os adornos,
desfiguram e enfraquecem as qualidades (grifo nosso). (François-Nicolas-Madeleine)
Com estas palavras, o autor da mensagem quer
dizer que nós, mesmo tendo essas virtudes, ainda estamos sujeitos a pequenos
deslizes, que prejudicarão o brilho dessas mesmas virtudes. Fica bem claro que
essa instrução se refere à pessoas que, supomos, já dispõem de algumas
virtudes, e não àquelas que ainda estão engatinhando no processo evolutivo, e
que não são possuidoras de uma grande quantidade de virtudes. Nós viemos a este
mundo para deixarmos de lado as nossas imperfeições, os nossos erros, e
adquirir a verdadeira riqueza, o verdadeiro bem, que todos nós precisamos para
nossa evolução. E esse bem é a virtude moral. Riqueza que ninguém pode retirar
de nós, porque nos pertence. Nós, que estamos interessados em aprender o
Evangelho de Jesus, já estamos em um nível diferente, porque já demonstramos
estar com vontade de mudar nossa orientação de comportamento, já estamos nos
preparando para sermos verdadeiros homens de bem. É claro que ainda falta
muito, mas já começamos a caminhada. Quando não agimos discretamente, e ficamos
alardeando o nosso feito, tecendo elogios a nós mesmos, que somos isso ou
aquilo, que fizemos tal coisa, não estamos contribuindo para que tal virtude fique
agregada a nós e sim acrescentando mais um defeito, a falta de modéstia,
acentuando o nosso orgulho, comprometendo a nossa escalada evolutiva. Em casos
especiais, no meio de uma conversa, quando não pudermos evitar de citar um fato
de que tenhamos participado, isso deve ser feito da forma mais natural
possível, e não com o sentido de nos engrandecer. Quando estamos trabalhando no
sentido de melhorar as nossas virtudes, com certeza estamos diminuindo as
nossas más tendências. A Doutrina Espírita é uma via de acesso ao conhecimento
das leis divinas. Ela nos dá explicações tão claras que podemos associar itens
de diferentes capítulos, como por exemplo: vamos fazer uma relação desse
assunto (virtude) com a Parábola dos Talentos. Embora a parábola faça
referência a uma coisa monetária, porque TALENTO era uma moeda naquela época,
hoje a palavra talento tem outra conotação, significa virtude
Então, quando
nós recebemos virtudes, seja uma, duas, ou cinco como na parábola, nós temos
que multiplicar essas virtudes. Agora, de que maneira vamos multiplicar essas
virtudes? Colocando-as em prática,
diariamente. Temos que investir nessas virtudes a todo momento. Jesus
diz na parábola que o senhor veio um dia cobrar dos seus servos o que eles
haviam feito com os talentos. A maioria das outras religiões e filosofias
interpreta essa cobrança que o senhor fez a seus servos como sendo um dia
específico no futuro, como elas dizem, no juízo final. Mas nós espíritas
sabemos que a cobrança em relação aos talentos que temos e o que estamos
fazendo deles, no caso virtudes, é diária. Por isso não podemos esperar um dia
específico para prestarmos contas. Temos que investir nesses talentos. Não
podemos escondê-los. Muitos recebem virtudes e não sabem o que fazer com elas.
E é nesse ponto que se dá a ligação da parábola dos talentos com o assunto
virtude. Outro ensinamento relacionado com esse item é amar os nossos inimigos.
Jesus nos disse que para combatermos o nosso egoísmo, o nosso orgulho, e a
nossa vaidade, a melhor maneira de fazê-lo seria amar os nossos inimigos. Quem
ama o inimigo já está despojado de orgulho, de vaidade e de egoísmo. Então, nós
já podemos avaliar as nossas virtudes pelo amor que dermos aos nossos inimigos.
Jesus não disse que a aplicação desses talentos teria sempre que ser venturosa.
Por isso, ao tentarmos por em prática a nossa virtude de amar os nossos
inimigos poderemos correr o risco de o plano não dar certo de imediato. O nosso
desafeto pode não querer, pode nos responder grosseiramente. Mas é o risco que
temos que correr. Nós temos que fazer a nossa parte, que é investir. Se der
certo, tudo bem. Se não der, tudo bem também, porque nós fizemos a nossa parte,
nós escolhemos o caminho certo. A atitude básica de amar o nosso inimigo foi
tomada. Agora, se o investimento não deu certo, esse talento investido vai
retornar de alguma forma. Com certeza não vamos perdê-lo, porque fizemos uso
daquilo que aprendemos, e fizemos uso daquilo que estamos pregando. Aqueles que
se interessam em cultivar a prática da Doutrina Espírita, tem que ter isso em
mente. Nós sabemos que não é fácil, mas temos que fazer. Essa é a fundamental
prática que nos leva às virtudes. Daí nós concluirmos que a virtude é o
conjunto de todas as qualidades que caracterizam o homem de bem. Constitui a
meta de perfeição que um dia todos atingiremos. Assim, quando verificarmos que
já estamos crescendo em moralidade num determinado ponto, devemos colocar em
prática a nossa humildade. Devemos utilizar as poucas virtudes que já
adquirimos para trabalharmos, cada vez mais, para a nossa evolução e para a
evolução daqueles que estão à nossa volta, e nunca para nos gloficarmos e nos
elevarmos, em relação aos nossos irmãos. Como nos ensinou Jesus, aquele que se
eleva será rebaixado, e aquele que se abaixa será elevado.
Os Superiores e
os inferiores
A autoridade,
tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele
que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe
proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos
potentados da Terra, como um direito, uma propriedade.
(François-Nicolas-Madeleine) O Espírito mensageiro nos alerta dizendo que a
autoridade tanto quanto a riqueza é um empréstimo que nos é concedido como
ferramenta para a nossa evolução espiritual. Deus delega ao homem essas
condições para que ele as utilize em favor do próximo. Autoriza a agir, mas
cobra atitude correta. Isto é, nos responsabiliza pelo resultado daquilo que
fazemos. A cobrança é tanto maior, quanto maior for o conhecimento da verdade,
que já estiver desenvolvido em cada um de nós. Por isso, quando estivermos numa
situação de mando, de comando, tendo subordinados, não devemos esquecer que
temos almas a nosso cargo, que somos parcialmente responsáveis pelo mal que
eles venham a praticar, assim como, o bem que venham fazer, pois aprenderam
conosco. A autoridade, que é representada pelo poder temporário, é outra prova
difícil de ser suportada. Pois, às vezes, aqueles que detêm o poder deixam que
a ilusão do orgulho turve sua visão para a sua real destinação. E o uso
indiscriminado do poder aprisiona o homem em grilhões de muito sofrimento. O
poder é conferido por Deus como missão ou prova, para sermos testados em nossas
aquisições de luz, a fim de podermos galgar patamares mais elevados. Esse poder
é para ser usado com humildade, para a evolução do mundo, e pode ser retirado a
qualquer momento. Para Deus não há superiores nem inferiores. As diferenças
estão nas virtudes que possuímos. Nós já sabemos que a destinação do homem é o
bem. Por isto, toda missão, toda prova que ele recebe tem como objetivo a sua
evolução. Se ele se deixar vencer pela vaidade, pelo orgulho, com certeza ele
estará falindo na sua tarefa. Haverá um momento em que todos nós teremos que
prestar contas daquilo que fizemos aqui na Terra. Seja na prova da riqueza,
seja na prova do poder. E a criatura que se deixou iludir pela condição de
mando, não cumprindo sua destinação aqui na Terra, terá que responder por que
não empregou bem o seu dom, no sentido de proporcionar novas oportunidades de
trabalho, distribuindo justiça, gerando a evolução e o progresso dos outros
semelhantes. O superior verdadeiramente superior não teme ombrear-se com os
humildes, seus comandados, e auxilia-os nos trabalhos sempre que for
necessário. Sabe que se algo é necessário fazer deve ser feito, e realiza sem
se preocupar com posto ou conveniência. Este é o verdadeiro servidor de seu
irmão, conforme asseverou Jesus: “O que quiser ser maior no reino dos céus,
seja este o servidor de todos”. Por outro lado, os inferiores também têm um
dever a cumprir, e a sua conduta, seu proceder, deve ser de um subordinado que
ele gostaria de ter caso fosse o chefe. O nosso amanhã será preenchido com os
valores de hoje. Ou seja, seremos tratados amanhã conforme tratamos hoje
aqueles sobre os quais exercemos nossa autoridade. Hoje nós podemos estar dando
ordens, amanhã teremos que obedecer e, normalmente, na mesma medida que foi
exercida a autoridade. Portanto, devemos ensinar aos nossos subordinados que a
vida é um condomínio que compartilhamos com os outros nossos semelhantes, e
estimulá-los com nosso exemplo. Daí nós concluirmos que cargos e funções de
comando são talentos dados por Deus à criatura para seu próprio crescimento. Em
qualquer posição que estejamos na vida, façamos o melhor. E Deus, que trata a
todos com justiça e bondade, nos acrescentará tudo mais de que necessitamos.
Muita Paz!
A serviço da
Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a
uma reflexão sobre a vida.
Leia Kardec!
Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é
sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!