INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 26 de junho de 2022

 


A Virtude – Os Superiores e os inferiores

Com base no Capítulo XVII – Sede Perfeitos - Itens 8 e 9. Devemos ficar atentos ao que nos é informado, não simplesmente aos itens que são objetos desse estudo, mas, também, as ligações desses itens com outros capítulos e passagens de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

A VIRTUDE

“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam”. Isto é, tiram os adornos, desfiguram e enfraquecem as qualidades (grifo nosso). (François-Nicolas-Madeleine)

 Com estas palavras, o autor da mensagem quer dizer que nós, mesmo tendo essas virtudes, ainda estamos sujeitos a pequenos deslizes, que prejudicarão o brilho dessas mesmas virtudes. Fica bem claro que essa instrução se refere à pessoas que, supomos, já dispõem de algumas virtudes, e não àquelas que ainda estão engatinhando no processo evolutivo, e que não são possuidoras de uma grande quantidade de virtudes. Nós viemos a este mundo para deixarmos de lado as nossas imperfeições, os nossos erros, e adquirir a verdadeira riqueza, o verdadeiro bem, que todos nós precisamos para nossa evolução. E esse bem é a virtude moral. Riqueza que ninguém pode retirar de nós, porque nos pertence. Nós, que estamos interessados em aprender o Evangelho de Jesus, já estamos em um nível diferente, porque já demonstramos estar com vontade de mudar nossa orientação de comportamento, já estamos nos preparando para sermos verdadeiros homens de bem. É claro que ainda falta muito, mas já começamos a caminhada. Quando não agimos discretamente, e ficamos alardeando o nosso feito, tecendo elogios a nós mesmos, que somos isso ou aquilo, que fizemos tal coisa, não estamos contribuindo para que tal virtude fique agregada a nós e sim acrescentando mais um defeito, a falta de modéstia, acentuando o nosso orgulho, comprometendo a nossa escalada evolutiva. Em casos especiais, no meio de uma conversa, quando não pudermos evitar de citar um fato de que tenhamos participado, isso deve ser feito da forma mais natural possível, e não com o sentido de nos engrandecer. Quando estamos trabalhando no sentido de melhorar as nossas virtudes, com certeza estamos diminuindo as nossas más tendências. A Doutrina Espírita é uma via de acesso ao conhecimento das leis divinas. Ela nos dá explicações tão claras que podemos associar itens de diferentes capítulos, como por exemplo: vamos fazer uma relação desse assunto (virtude) com a Parábola dos Talentos. Embora a parábola faça referência a uma coisa monetária, porque TALENTO era uma moeda naquela época, hoje a palavra talento tem outra conotação, significa virtude

Então, quando nós recebemos virtudes, seja uma, duas, ou cinco como na parábola, nós temos que multiplicar essas virtudes. Agora, de que maneira vamos multiplicar essas virtudes? Colocando-as em prática,  diariamente. Temos que investir nessas virtudes a todo momento. Jesus diz na parábola que o senhor veio um dia cobrar dos seus servos o que eles haviam feito com os talentos. A maioria das outras religiões e filosofias interpreta essa cobrança que o senhor fez a seus servos como sendo um dia específico no futuro, como elas dizem, no juízo final. Mas nós espíritas sabemos que a cobrança em relação aos talentos que temos e o que estamos fazendo deles, no caso virtudes, é diária. Por isso não podemos esperar um dia específico para prestarmos contas. Temos que investir nesses talentos. Não podemos escondê-los. Muitos recebem virtudes e não sabem o que fazer com elas. E é nesse ponto que se dá a ligação da parábola dos talentos com o assunto virtude. Outro ensinamento relacionado com esse item é amar os nossos inimigos. Jesus nos disse que para combatermos o nosso egoísmo, o nosso orgulho, e a nossa vaidade, a melhor maneira de fazê-lo seria amar os nossos inimigos. Quem ama o inimigo já está despojado de orgulho, de vaidade e de egoísmo. Então, nós já podemos avaliar as nossas virtudes pelo amor que dermos aos nossos inimigos. Jesus não disse que a aplicação desses talentos teria sempre que ser venturosa. Por isso, ao tentarmos por em prática a nossa virtude de amar os nossos inimigos poderemos correr o risco de o plano não dar certo de imediato. O nosso desafeto pode não querer, pode nos responder grosseiramente. Mas é o risco que temos que correr. Nós temos que fazer a nossa parte, que é investir. Se der certo, tudo bem. Se não der, tudo bem também, porque nós fizemos a nossa parte, nós escolhemos o caminho certo. A atitude básica de amar o nosso inimigo foi tomada. Agora, se o investimento não deu certo, esse talento investido vai retornar de alguma forma. Com certeza não vamos perdê-lo, porque fizemos uso daquilo que aprendemos, e fizemos uso daquilo que estamos pregando. Aqueles que se interessam em cultivar a prática da Doutrina Espírita, tem que ter isso em mente. Nós sabemos que não é fácil, mas temos que fazer. Essa é a fundamental prática que nos leva às virtudes. Daí nós concluirmos que a virtude é o conjunto de todas as qualidades que caracterizam o homem de bem. Constitui a meta de perfeição que um dia todos atingiremos. Assim, quando verificarmos que já estamos crescendo em moralidade num determinado ponto, devemos colocar em prática a nossa humildade. Devemos utilizar as poucas virtudes que já adquirimos para trabalharmos, cada vez mais, para a nossa evolução e para a evolução daqueles que estão à nossa volta, e nunca para nos gloficarmos e nos elevarmos, em relação aos nossos irmãos. Como nos ensinou Jesus, aquele que se eleva será rebaixado, e aquele que se abaixa será elevado.

Os Superiores e os inferiores

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. (François-Nicolas-Madeleine) O Espírito mensageiro nos alerta dizendo que a autoridade tanto quanto a riqueza é um empréstimo que nos é concedido como ferramenta para a nossa evolução espiritual. Deus delega ao homem essas condições para que ele as utilize em favor do próximo. Autoriza a agir, mas cobra atitude correta. Isto é, nos responsabiliza pelo resultado daquilo que fazemos. A cobrança é tanto maior, quanto maior for o conhecimento da verdade, que já estiver desenvolvido em cada um de nós. Por isso, quando estivermos numa situação de mando, de comando, tendo subordinados, não devemos esquecer que temos almas a nosso cargo, que somos parcialmente responsáveis pelo mal que eles venham a praticar, assim como, o bem que venham fazer, pois aprenderam conosco. A autoridade, que é representada pelo poder temporário, é outra prova difícil de ser suportada. Pois, às vezes, aqueles que detêm o poder deixam que a ilusão do orgulho turve sua visão para a sua real destinação. E o uso indiscriminado do poder aprisiona o homem em grilhões de muito sofrimento. O poder é conferido por Deus como missão ou prova, para sermos testados em nossas aquisições de luz, a fim de podermos galgar patamares mais elevados. Esse poder é para ser usado com humildade, para a evolução do mundo, e pode ser retirado a qualquer momento. Para Deus não há superiores nem inferiores. As diferenças estão nas virtudes que possuímos. Nós já sabemos que a destinação do homem é o bem. Por isto, toda missão, toda prova que ele recebe tem como objetivo a sua evolução. Se ele se deixar vencer pela vaidade, pelo orgulho, com certeza ele estará falindo na sua tarefa. Haverá um momento em que todos nós teremos que prestar contas daquilo que fizemos aqui na Terra. Seja na prova da riqueza, seja na prova do poder. E a criatura que se deixou iludir pela condição de mando, não cumprindo sua destinação aqui na Terra, terá que responder por que não empregou bem o seu dom, no sentido de proporcionar novas oportunidades de trabalho, distribuindo justiça, gerando a evolução e o progresso dos outros semelhantes. O superior verdadeiramente superior não teme ombrear-se com os humildes, seus comandados, e auxilia-os nos trabalhos sempre que for necessário. Sabe que se algo é necessário fazer deve ser feito, e realiza sem se preocupar com posto ou conveniência. Este é o verdadeiro servidor de seu irmão, conforme asseverou Jesus: “O que quiser ser maior no reino dos céus, seja este o servidor de todos”. Por outro lado, os inferiores também têm um dever a cumprir, e a sua conduta, seu proceder, deve ser de um subordinado que ele gostaria de ter caso fosse o chefe. O nosso amanhã será preenchido com os valores de hoje. Ou seja, seremos tratados amanhã conforme tratamos hoje aqueles sobre os quais exercemos nossa autoridade. Hoje nós podemos estar dando ordens, amanhã teremos que obedecer e, normalmente, na mesma medida que foi exercida a autoridade. Portanto, devemos ensinar aos nossos subordinados que a vida é um condomínio que compartilhamos com os outros nossos semelhantes, e estimulá-los com nosso exemplo. Daí nós concluirmos que cargos e funções de comando são talentos dados por Deus à criatura para seu próprio crescimento. Em qualquer posição que estejamos na vida, façamos o melhor. E Deus, que trata a todos com justiça e bondade, nos acrescentará tudo mais de que necessitamos.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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domingo, 19 de junho de 2022

 


Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas?

Uma pergunta intrigante: Por que Coisas Ruins Acontecem às pessoas Boas? Quando uma crise se abate repentinamente sobre nós ou sobre aqueles que amamos, ela desperta em nós uma série de emoções, desde o sentimento de culpa por aquilo que fizemos ou deixamos de fazer, até a revolta contra Deus por ter permitido que tal tragédia acontecesse. É fácil, é humano, questionar a bondade de Deus quando estamos diante de uma criança que está prestes a morrer. É fácil duvidar do poder divino, da assim chamada "onipotência" de Deus, nestas horas. Porque, se Deus fosse realmente bom, Ele não faria as pessoas sofrerem. E se Deus fosse todo-poderoso, Ele impediria tais coisas de acontecerem. Muitos já fizeram essa pergunta objeto do nosso texto. Só por curiosidade, entrem no Youtube e digitem: Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas. E vocês vão ver inúmeras respostas dadas a essa pergunta. Rabinos responderam, padres responderam, ateus responderam. Todos eles responderam de acordo com as suas convicções. Há, aproximadamente 6300 anos antes de Jesus nascer aqui na Terra, Moisés questionou Deus. Está em Êxodo, capítulo V, versículo 22-23. Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: “Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me enviaste? Por que desde que me apresentei ao Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e de nenhuma sorte livraste o teu povo”. Este é o questionamento feito por Moisés. Bem mais recente um pouco, 300 anos antes de Jesus nascer aqui na Terra, houve um filósofo grego chamado Epicuro, que lançou Paradoxo de Epicuro. No qual ele propõe um trilema, ou seja, são três verdades que não se harmonizam. “Se Deus é bom, por que o mal existe?”. Esta questão foi fortemente cobrada aos cristãos dos primeiros séculos da Igreja Católica, entre eles estava Santo Agostinho. Tal questionamento era alimentado pelo famoso, e até hoje estudado, Paradoxo de Epicuro, que viria a se tornar uma das maiores problemáticas cristãs. O Paradoxo de Epicuro é nada mais que uma série de inferências logicas que demonstrariam a impossibilidade da existência do Mal e de um Deus bondoso, onipotente e onisciente na mesma realidade. Mas afinal, como funciona o Paradoxo de Epicuro? O paradoxo de Epicuro se enquadra na retórica e na lógica como um Trilema, isto é, um problema no qual se possui 3 afirmativas, porém a existência de 2 delas necessariamente exclui a terceira. As afirmativas em pauta no Trilema de Epicuro são: Deus é Onibenevolente (absolutamente e ilimitadamente bondoso). Deus é Onisciente (tem absoluta ciência de tudo, tanto em objeto quanto em fenômeno). Deus é Onipotente (possui poder absoluto, irrestrito e ilimitado). Agora, para encontrar o Trilema basta tentar agrupar em um caso de realidade imaginada, que considere a existência do Mal como verdadeira, as 3 afirmativas como verdadeiras, e verificar que não é possível. Observe: Se Deus é Onisciente e Onipotente, então possui conhecimento da existência do Mal (pela Onisciência) e poder para acabar com ela (pela Onipotência), logo,  se não o faz não pode ser Onibenevolente, pois não estaria sendo absoluta e ilimitadamente bondoso ao permitir o Mal. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onisciente e Onipotente, não pode ser Onibenevolente. Se Deus é Onipotente e Onibenevolente, então possui poder para acabar com o Mal (pela Onipotência) e desejo de assim fazer (pela Onibenevolência), logo, se não o faz é porque não tem conhecimento do Mal, isto é, não possui conhecimento absoluto, assim, não é Onisciente. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onipotente e Onibenevolente, não pode ser Onisciente. Se Deus é Onisciente e Onibenevolente, então possui ciência da existência do Mal (pela Onisciência) e vontade de acabar com o Mal (pela Onibenevolência), logo, se não o faz é porque não tem poder para tal, isto é, não possui poder ilimitado, assim, não é Onipotente. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onisciente e Onibenevolente, não pode ser Onipotente. Desta maneira o Trilema de Epicuro teria provado que, existindo o Mal, Deus não poderia possuir suas três mais marcantes habilidades (Onipotência, Onisciência e Onibenevolência), somente duas delas, o que configura um paradoxo, enfaticamente para os monoteístas abraâmicos que pregam, como axioma e epílogo de todo seu sistema religioso, a bondade absoluta, o conhecimento total e o poder ilimitado de Deus. Qualquer pessoa que clame pela Justiça Divina, e diga que as coisas que acontecem  não são justas ou não estão ligadas ao merecimento, tem inúmeras justificativas a respeito da existência de Deus. Então, como podemos falar sobre Justiça Divina se há dúvida sobre a existência de Deus? Existe a dialética materialista, e eles afirmam que Deus não existe, e eles justificam a inexistência de Deus com a injustiça que há no mundo. Se a vida é injusta, Deus não pode existir. Uma vez com o atributo da divindade nós temos a perfeição, nós temos a sabedoria Suprema; Onipotente, ou seja, que pode tudo. Então, por que Ele não resolve o problema? Ele sabe tudo! Então, Ele não sabia que ia dar certo? Por que fez? Se ele sabia que não ia dar certo e fez assim mesmo, então não é tão ciente assim. Se Ele fez assim mesmo, pode ser onipotente, pode ser onisciente, mas não é muito bom. E, continuando esse raciocínio, a dúvida só faz aumentar. Então onipotente, pode tudo; onisciente, sabe tudo; onipresente, está em toda parte. Agora, o mal existe? Se a resposta for sim, foi criada uma impossibilidade lógica, porque uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Deus é bom ou não é bom. Quando respondemos que o mal existe, ele ocupa algum lugar, e nesse lugar Deus não está. Mas Deus não está em toda parte? Se Ele está em toda parte, não há um lugar onde Ele não esteja. Olha a confusão. Então, nós temos que escolher: ou o mal existe, ou Deus existe, porque os dois não podem ocupar o mesmo espaço, porque onde o mal está Deus não estaria. Mas, se nós dissermos que Deus não está nesse momento, Ele deixou de ser onipresente, Se Ele não sabe o que está acontecendo não pode interferir, ou como os materialistas costumam dizer, Deus não existe. Não devemos esquecer que a nossa estadia na Terra inclui experiências desagradáveis como doenças, solidão, acidentes, calamidades, injustiça e morte. A vida nem sempre parecerá “justa”. A maioria de nós já perguntou num ou outro momento por que Deus permite que aconteçam coisas más a pessoas inocentes. Por isso, temos dificuldade de entender por que as pessoas boas sofrem tanto? Por que ocorrem coisas ruins a pessoas boas? Por que uma pessoa tão boa e tão especial, morreu tão cedo, morreu tão jovem? Essas perguntas todas podem ser sintetizadas da seguinte forma: Afinal, como funciona a justiça de Deus? De uma maneira geral, achamos que as pessoas boas deveriam ser agraciadas com coisas boas e as pessoas ruins deveriam sofrer os reveses da vida. Para estas pessoas, a Justiça deveria funcionar assim. Entretanto, o que parece ocorrer é justamente o contrário. Quantas vezes não ouvimos a seguinte frase: “Se fosse um homem de bem, teria morrido. Mas, como é um marginal, conseguiu escapar da tragédia.” Ou ainda: “Fulano é uma pessoa tão boa, mas nunca vi alguém sofrer tanto!” Então, a quem que eu vou culpar por esses infortúnios, diz o vulgo popular? Vamos culpar a Deus? Estaria Deus alheio ao que se passa na Terra? Será que a Justiça de Deus tem falhas? Não! Isso não é possível. Quero deixar bem claro que não concordo com as teses materialistas. Eu sou espírita. E, como tal, apresento argumentos que expliquem as causas do sofrimento na Terra. Na Revista Espírita de dezembro de 1864, Kardec publicou a seguinte comunicação que recebeu: “Um novo livro acaba de aparecer. É uma luz brilhante que vem clarear a nossa marcha. Sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar” (Espírito de Verdade). Aqui, no caso, trata-se do Evangelho segundo o Espiritismo. E nesse livro, no Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos, Kardec aborda o tema da dor, o tema do sofrimento. E nos dá as causas do sofrimento da Terra. E ele diz: As causas dos sofrimentos da Terra são três. Três motivos temos. A primeira: Causas Atuais das Aflições. Quando o sofrimento é na vida presente. São as consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Por exemplo: uma criança começa a fumar por brincadeira aos treze anos; aos quinze já tinha adquirido o vício; aos cinquenta e cinco começou a ter um problema nos pulmões, e aos cinquenta e sete desencarnou por causa de um câncer nos pulmões. Foi ele que arranjou o problema para si próprio. Ninguém o obrigou a fumar. Não pode culpar ninguém, não. Então, seria interessante nós examinarmos a nossa aflição; quantos por cento somos responsáveis por aquilo que estamos passando agora? A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria. Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual. Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado. Mas, às vezes, nós procuramos e não encontramos uma explicação lógica. Aí, vem a segunda causa. Causa anterior das aflições é quando não há nada que justifique aquilo que está acontecendo, como por exemplo, crianças com enfermidade de nascença, que morrem em tenra idade, e da vida só conheceram sofrimentos. Realmente, o sofrimento delas só pode ter origem em vidas anteriores. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais. Daí, nós concluirmos que: Para a Doutrina Espírita, o Mal é fruto da ignorância. É compreensível que muitas pessoas não concordem com isso. Os espíritos ainda esclarecem que o mal depende, sobretudo, da  vontade que se tenha em fazê-lo e que o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz. O mal surge quando o homem se coloca a frente de Deus. Deus nos criou para que fossemos atrás de nossas próprias batalhas, aprendermos com elas e sermos felizes. Agora como nós lidamos com essas provas é uma questão nossa, se vamos pelo caminho mais difícil é uma escolha que nós mesmos vamos acarretar. Sabemos também que existem as leis divinas, uma delas é a lei de destruição, onde nos é ensinado que para vir o novo tem que acabar com o velho. Podemos dizer então que para sermos felizes temos que compreender a infelicidade. Por isso Deus permite que exista o mal, para vivermos as provas nas encarnações. Além disso, se não pudéssemos errar, seríamos apenas robôs da criação divina e não é isso que Deus quer para nós. Muito pelo contrário, ele quer que compreendamos os males e aprendamos a lidar com ele. Pois, sem compreender e viver o mal não teríamos como ter coragem, resignação, fé, amor, benevolência e as demais virtudes que vamos adquirindo com o tempo. O Espiritismo nos ensina que não existem dois senhores no Universo, o bem e o mal. O bem está em toda parte, pois mesmo quando pensamos que está tudo perdido, estamos tendo uma visão limitada das coisas. Estamos enxergando apenas aquilo que a nossa dor nos permite ver, e muitas vezes o ódio, rancor, maledicência e outros sentimentos menores não permitem que vejamos algo mais sublime que existe à nossa volta. O mal é apenas um estágio ou um momento em nossa evolução. Ao vencermos as barreiras dos nossos desequilíbrios, vencendo nossa pobre visão do mundo, unilateral e baseada muitas vezes apenas nos nossos conhecimentos precários de certo e errado, vamos poder perceber um horizonte sem-fim que nos aguarda. Vamos constatando novas alegrias, perspectivas, vivências e um caminho de luz para seguir. Vamos percebendo que a vida é muito mais do que imaginamos, pois não conseguíamos enxergar antes, naquele momento de dor e confusão mental, toda a beleza da vida, mas somente a escuridão momentânea. Condicionados à estreita visão da vida material e suas dificuldades, perdemos muitas vezes a capacidade de ver além dos problemas. Ir passo a passo ampliando nosso campo mental no estudo e na prática do bem para podermos enfim buscar por novos horizontes de conhecimento, vivências, amor, paz, perdão; e tudo o que vem nos trazer felicidade real e vida perene precisa ser o nosso objetivo maior. Sufocando assim o mal que tenta nos aprisionar em sentimentos menores. O mal é breve, enquanto o bem é eterno. O mal é resultado dos nossos desequilíbrios, enquanto o bem é conquista a ser adquirida para uma vida plena e feliz. O mal é a escuridão da nossa pequena visão de Deus, enquanto o bem é a expressão maior da divindade em nós. O mal é obsessão, enquanto que o bem é libertação. Precisamos praticar e viver o bem, mesmo que estejamos nos sentindo feridos, incompreendidos, e sem perspectivas de melhoria, pois em verdade, podemos estar passando por uma prova momentânea, mas Deus está ao nosso lado. Assim podemos perceber que a origem do mal está na escuridão dos nossos atos, com estreitos sentimentos de ódio, vingança, egoísmo e orgulho. O despertar do bem vai ocorrer quando buscarmos dentro de nós o Cristo que vive em nós, pedindo que sejamos amor e caridade para conosco e com o próximo.

Muita Paz!

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domingo, 12 de junho de 2022

 


Pedir e Obter

Esta reflexão apoia-se no Capítulo XXVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que tem como título: “Pedi e obtereis”. O Evangelho nos ensina: Pedi e obtereis. Aos mais crentes, porém desavisados, esse ensinamento poderia significar que para alcançarmos qualquer objetivo desejado nos bastaria pedi-lo com bastante fé e aguardar que ele nos fosse concedido. Porém, não é assim que funciona a misericórdia de Deus. Há quem conteste a eficácia da prece supondo que, Deus conhecendo as nossas necessidades, inúteis seriam expô-las. Acrescentam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus. Assim sendo, por que orar pedindo, pois, como o próprio Evangelho nos diz, na passagem de Marcos, Cap. VI: 5 a 8: vosso Pai sabe do que necessitais antes de o pedirdes. O ato de pedir, que num primeiro momento pode até parecer um ato de falta de fé na Providência Divina, também pode demonstrar que acreditamos Nele e nas Suas Potencialidades, pois entendemos que essa atitude denota uma posição de humildade da criatura para com o Criador. Na nossa súplica a Deus mostramos nossa fraqueza e o reconhecimento das nossas limitações frente à vida. Quando o Mestre Maior, Jesus, nos convida à prece para pedir e nos afirma que iremos obter aquilo que pedimos, não está dizendo que vamos obter da forma que pedimos, mas sim nos serão dadas as condições para a correção, nos serão apresentados, ao longo de nossa vida, caminhos para a solução. É costume ouvirmos de certas pessoas afirmações do tipo: Deus há de me conceder esta graça; tenho fé de que o que eu pedir me será dado, pois o Pai não desampara a Seus filhos. É verdade, Deus não desampara. Mas não no sentido falso que costumamos aplicar. Deus abre sempre as portas para aquele que bate, isto é, para aquele que procura, que se movimenta, que trabalha, que constrói. As oportunidades são sempre renovadas. Mas sem o trabalho justo, dificilmente elas serão concretizadas em resultados. Há que se ter dedicação ao que se pretende para, construindo o caminho, sermos capazes de atingir nossos objetivos. No entanto, vale destacar que, para alcançarmos a graça divina, não basta tão somente a apresentação de petitórios se permanecermos de braços cruzados, aguardando que a Divindade resolva, por si, os nossos problemas. Jesus prometeu alívio e não solução para as questões que nos atormentam. Sem o mérito da ação nada se consegue; sob a inércia da preguiça nada se faz nesse mundo; nada se modifica ou se transforma. Segundo Bezerra de Menezes, o grande benfeitor espiritual, para que algo seja concedido, há a necessidade primária da dedicação. Demonstrada a dedicação com a obra desejada, o recurso será providenciado; as oportunidades serão apresentadas. Os recursos de Deus não são desperdiçados com aqueles que, apesar de terem grandes intenções, não são capazes de utilizar os talentos de forma a multiplicá-los pela ação adequada. Pedir forças, inspiração, proteção, orientação, é a melhor maneira de iniciarmos a caminhada na direção daquilo que pretendemos. O Espírito da Verdade diz, apenas pedir não basta, será indispensável a ação. Do “céu” nada cairá de graça, será imperiosa a iniciativa mediante a movimentação de atitudes e decisões capazes de nos assegurar o sucesso desejado. “Ajuda-te e o céu te ajudará”, ensina o conceito evangélico, portanto, pouco vale implorar se os nossos braços permanecerem cruzados. O pedir direciona a ação para o objetivo, reforça a concentração no caminho a ser seguido até ele, e sua obtenção nos será concedida a partir do momento em que, por mérito da ação, proporcionarmos as condições para que isso ocorra. Pedi e obtereis, buscai e achareis, batei e se vos abrirá, são variações do mesmo tema que relaciona o querer, o desejar e o agir para obter. Em muitas circunstâncias de nossas vidas, oramos com fervor, pedindo a Deus a concessão de benesses, mas nada fazemos para caminhar em direção ao que queremos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades. As que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, o faz recorrendo a intermediários e intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade do Pai. Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire a força moral necessária para vencer as dificuldades e a retomar ao caminho certo, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. A prece é invocação mediante a qual o homem entra, pela transmissão do pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Todos os seres encarnados e desencarnados estão mergulhados no fluido cósmico universal que ocupa o espaço. O pedir direciona a ação para o objetivo, reforça a concentração no caminho a ser seguido até ele, e sua obtenção nos será concedida a partir do momento em que, por mérito da ação, proporcionarmos as condições para que  isso ocorra. Por exercer a prece uma ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Entretanto, não é assim. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, agindo diretamente em seu nome, dando-lhe momentaneamente uma força excepcional quando o julgam digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa. Assim, dirigido o pensamento para um ser qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo o pensamento. É assim que os Espíritos se comunicam, transmitem suas inspirações e ouvem a prece que lhes é dirigida. O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influência, não deve por isso abster-se de orar a bem de outrem, com a ideia de que não é digno de ser escutado. A consciência da sua inferioridade constitui prova de humildade, grata sempre a Deus, que leva em conta a intenção caridosa que o anima. Seu fervor e sua confiança são um primeiro passo para a sua conversão ao bem, conversão que os Espíritos bons se sentem ditosos em incentivar. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus, recusando a sua assistência e abrir mão do bem que lhes pode fazer. Acedendo ao pedido que se lhe faz, Deus muitas vezes objetiva recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Daí decorre que a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus e sempre mais eficácia, porquanto o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, daquele que apenas de lábios ora, unicamente saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à prece todo o seu poder. Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. Pode-se orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Não há fórmulas para a prece. Ore segundo suas convicções. Use o vocabulário do seu dia a dia, sem qualquer ritual, sem qualquer formulário, em verdadeira conversa informal a quem se dirige (Deus, Jesus, entidade espiritual). Ela deve ser simples, concisa e sem fraseologia rebuscada. Cada palavra deve ter o seu valor e a sua ideia, tocar a alma. Disciplina e paciência são duas virtudes necessárias que, unidas, transformam-se em persistência, perseverança, que nos impede de desistir do caminho quando os resultados nos parecem impossíveis ou inatingíveis. Saber o que querer e buscar o que se quer com persistência, são fatores que contam na obtenção dos resultados desejados. Na obra da caridade como em outras atividades, muitas vezes, somos levados a desistir, a paralisar, quando os primeiros resultados não são animadores. Permanecer olhando para o futuro, medir a distância que nos mantém afastados do ponto que desejamos atingir, pode nos levar a concluir que nunca conseguiremos o nosso intento, nos fazendo desistir da caminhada. Sempre que assim nos for induzido pensar, olhemos para trás, e veremos então que, apesar do ponto futuro parecer distante, já caminhamos bastante; já vencemos outros obstáculos, construindo o caminhar que nos leva ao topo, em uma sucessão de pequenas etapas. A felicidade do homem, neste mundo de provas e expiações, não está nos resultados obtidos. Pois, sempre haverá o que se fazer, e sempre existirá necessidade de ir além. A felicidade relativa que podemos sentir está nas oportunidades de aprender e crescer com experiência, vencendo obstáculos e adversidades, construindo o caminho que nos é próprio. É sempre bom pensar que a felicidade para nós, espíritos em evolução contínua, é o próprio caminho que construímos e percorremos. Como Deus está em nós, Deus nos acompanha passo a passo na busca daquilo que precisamos e nos concede, fruto do mérito adquirido, aquilo que nos é justo conceder. Deus nos deu razão e inteligência, sendo o ser humano livre para agir em uma ou noutra direção, cujos atos acarretam consequências do que fez ou não. Alguns sucessos escapam à fatalidade e não quebram a harmonia das leis universais. Nesse sentido, é possível que Deus atenda a certos pedidos sem perturbar a imutabilidade das leis.

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A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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domingo, 5 de junho de 2022

 


O Poder das Palavras

“As palavras, como as abelhas, têm mel e ferrão.” (Provérbio suíço) Um dos maiores e mais impressionante poder que a maioria de nós tem é a palavra. Cada sílaba, cada som, é uma vibração que, ao falar, estamos soltando no ar. A palavra que emitimos, é o reflexo dos nossos pensamentos e sentimentos, e é capaz de causar o mal e o bem; agradar ou ferir as outras pessoas. Na maioria das vezes, não medimos, realmente, o impacto que uma palavra pode ter. Falamos coisas sem pensar, não percebendo o que dizemos e, muito menos, as consequências geradas a partir de uma palavra ou de uma expressão negativas proferidas. Logo, devemos tomar muito cuidado antes de expressar nossos pensamentos com palavras. Esse conceito deve nortear cada palavra que sai de nossa boca, para evitar ofensas aos outros, afetando, assim, os relacionamentos, o bem-estar e a convivência. É uma forma de energia fortíssima. Infelizmente, o homem não aprendeu ainda a virtude do silêncio; e, o que é pior, experimenta um prazer imenso em falar desnecessariamente e em demasia. Existe um ditado que diz o seguinte: “Nós somos donos do silêncio, mas, ao mesmo tempo, somos escravos da palavra”. Por que isto? A partir do momento em que nós emitimos a nossa palavra, ela vai com endereço certo, com toda vibração, com toda a sua força, e pode causar benefícios ou causar malefícios, e nós passamos a ser os responsáveis por tudo aquilo que advier por conta dessa palavra emitida. Sendo assim, precisamos ter muito cuidado com aquilo que vamos falar. A palavra pode levantar ou derrubar; agradar ou desagradar; emocionar ou irritar; trazer para perto ou afastar. Ela pode ser mel ou fel, tanto para quem ouve como para quem fala. Num momento, ela exprime toda uma paixão, todo um amor, ternura, admiração, respeito; e num outro, toda a raiva, rancor, ressentimento, inveja. Ela pode estar respaldada na verdade ou esconder a mesma verdade. A palavra nunca vem sozinha, ela não é independente; ela está sempre atrelada ao tom da voz, à emoção colocada, ao ritmo que é dita, aos gestos. Às vezes, nós elogiamos. Mas, o que normalmente acontece não é elogio, é a crítica, principalmente para com os defeitos alheios. Tem gente que até se embasa numa proposta de que a crítica constrói. Na realidade, ela mais destrói do que constrói. E por que se faz tanto uso da palavra para apontar as falhas e tão pouco para enaltecer as qualidades das pessoas? Via de regra, é nos bastidores que normalmente acontece essa crítica. Basta que duas ou mais pessoas, mal intencionadas, se reúnam em conversação livre, para que, instantes depois, já estejam falando mal de alguém. O curioso é que nenhuma delas divulga algo de bom. Às vezes, a pessoa que está sendo maltratada tem tantas virtudes, faz tanta coisa boa, porém, isso não é lembrado. Basta ela fazer uma pequena coisa mal feita, para se levar aquilo adiante. E quando aquilo que é dito não é verdade, o que é uma calúnia, pior ainda. A calúnia é a mais terrível e covarde arma de destruição. A maledicência provém do mau hábito que a pessoa tem, de intrometer-se na vida alheia. Não raro, aquilo que nos chega aos ouvidos são meras conjecturas e suposições maldosas, às quais não deveríamos dar o menor crédito. Levianamente, porém, não só transmitimos a outrem, emprestando-lhes foros de veracidade, como até as exageramos, acrescentando-lhes detalhes fantasiosos, para melhor convencer os que nos escutam. Um exemplo característico que demonstra o quanto as declarações maledicentes podem ser altamente prejudiciais às pessoas que estejam envolvidas: Conta a lenda que, certo dia, alguém resolveu caluniar, difamar, injuriar, um de seus desafetos. Passou, então, a inventar situações, a expor a sua versão para determinado fato, e traçando um desenho parcial da personalidade analisada. Utilizou-se de páginas de jornais para divulgar, a seu modo, determinada circunstância acontecida. Resultado, nunca mais o “acusado” foi o mesmo. Sua imagem, sua reputação, sua honra restaram definitivamente abaladas. Uma mentira, uma calúnia, é como se alguém subisse num ponto mais alto da cidade, e desmanchasse um travesseiro de penas, num dia de vento forte. Por mais que nos esforcemos, nunca mais conseguiremos reaver todas as penas saídas do travesseiro. Muitas restarão perdidas para sempre. Assim, ainda que se tenha tido a oportunidade de presenciar certas cenas que nos pareçam comprometedoras, manda a prudência que nos abstenhamos de comentá-las, porque cada um de nós é levado a julgar as coisas que vê, segundo as inclinações de seu pensamento, e isto altera fundamentalmente o verdadeiro sentido delas. Quando nós fazemos uma referência menos elogiosa a uma criatura ausente, colocamos esta pessoa numa situação embaraçosa. E se o nosso ouvinte acreditar em nós, e tomar uma postura contrária à possível vítima, toda a responsabilidade será nossa. Portanto, devemos ter um cuidado redobrado antes de divulgarmos uma informação sobre alguém. Primeiro, ter absoluta certeza quanto àquilo que pretendemos divulgar. Segundo, se o fato foi presenciado por alguém. Terceiro, que é a grande chave da questão. O que vamos divulgar vai contribuir para o bem de alguém? Caso contrário, devemos silenciar. Portanto, devemos ter muito cuidado quando fizermos um julgamento em relação a uma pessoa, colocando-a numa situação difícil, expondo-a ao ridículo, fazendo com que alguém venha a tomar uma posição de conflito contra ela. Para evitar que as palavras sejam armas destrutivas, é preciso torná-las conscientes. Sem dúvida, haverá ocasiões em que, percebendo que um irmão do caminho esteja procedendo erroneamente, de certa forma, nós temos o dever de, muito em particular, fazê-lo convencer-se de tal situação; entretanto, nunca alardeando com terceiros as fraquezas e deslizes dele. Jesus nos questionou: Por que reparas o cisco no olho de teu irmão e não notas a trave no teu olho? Assim procedem muitas pessoas. Reprovam os defeitos dos outros e esquecem-se de olhar os seus. Criticam nos outros o que costumam fazer habitualmente, sem se dar conta. O Cristo disse também que, quem endereçar uma palavra injuriosa, denegrindo a imagem de um semelhante, será condenado ao fogo do inferno. Por isso, quando endereçarmos uma palavra de agressão a quem quer que seja, estaremos condenados ao fogo do inferno. Mas não é esse fogo do inferno que as religiões pregam, não é isso. Esse inferno não existe. O Mestre fala do fogo da nossa consciência. Um estudo realizado pelo cientista japonês Masaru Emoto confirmou que cada pensamento do ser humano gera uma emoção e uma reação bioquímica e elas se manifestam no organismo através de três sistemas: imunitário, nervoso central e endócrino. Para testar sua teoria, Emoto congelou água em frascos de vidro com palavras escritas voltadas para o líquido. Em um segundo instante, o cientista fotografou os cristais formados sob a influência das palavras negativas e positivas. O resultado demonstrou que os mais belos cristais foram aqueles que receberam palavras de amor e gratidão, enquanto os outros – que estiveram perante palavras de ódio e rancor – ficaram completamente distorcidos. Sabendo que a água possui uma capacidade para absorver informação na forma de diferentes elementos, Masaru Emoto quis investigar se ela também poderia receber informação a partir das palavras.

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