INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 19 de junho de 2022

 


Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas?

Uma pergunta intrigante: Por que Coisas Ruins Acontecem às pessoas Boas? Quando uma crise se abate repentinamente sobre nós ou sobre aqueles que amamos, ela desperta em nós uma série de emoções, desde o sentimento de culpa por aquilo que fizemos ou deixamos de fazer, até a revolta contra Deus por ter permitido que tal tragédia acontecesse. É fácil, é humano, questionar a bondade de Deus quando estamos diante de uma criança que está prestes a morrer. É fácil duvidar do poder divino, da assim chamada "onipotência" de Deus, nestas horas. Porque, se Deus fosse realmente bom, Ele não faria as pessoas sofrerem. E se Deus fosse todo-poderoso, Ele impediria tais coisas de acontecerem. Muitos já fizeram essa pergunta objeto do nosso texto. Só por curiosidade, entrem no Youtube e digitem: Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas. E vocês vão ver inúmeras respostas dadas a essa pergunta. Rabinos responderam, padres responderam, ateus responderam. Todos eles responderam de acordo com as suas convicções. Há, aproximadamente 6300 anos antes de Jesus nascer aqui na Terra, Moisés questionou Deus. Está em Êxodo, capítulo V, versículo 22-23. Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: “Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me enviaste? Por que desde que me apresentei ao Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e de nenhuma sorte livraste o teu povo”. Este é o questionamento feito por Moisés. Bem mais recente um pouco, 300 anos antes de Jesus nascer aqui na Terra, houve um filósofo grego chamado Epicuro, que lançou Paradoxo de Epicuro. No qual ele propõe um trilema, ou seja, são três verdades que não se harmonizam. “Se Deus é bom, por que o mal existe?”. Esta questão foi fortemente cobrada aos cristãos dos primeiros séculos da Igreja Católica, entre eles estava Santo Agostinho. Tal questionamento era alimentado pelo famoso, e até hoje estudado, Paradoxo de Epicuro, que viria a se tornar uma das maiores problemáticas cristãs. O Paradoxo de Epicuro é nada mais que uma série de inferências logicas que demonstrariam a impossibilidade da existência do Mal e de um Deus bondoso, onipotente e onisciente na mesma realidade. Mas afinal, como funciona o Paradoxo de Epicuro? O paradoxo de Epicuro se enquadra na retórica e na lógica como um Trilema, isto é, um problema no qual se possui 3 afirmativas, porém a existência de 2 delas necessariamente exclui a terceira. As afirmativas em pauta no Trilema de Epicuro são: Deus é Onibenevolente (absolutamente e ilimitadamente bondoso). Deus é Onisciente (tem absoluta ciência de tudo, tanto em objeto quanto em fenômeno). Deus é Onipotente (possui poder absoluto, irrestrito e ilimitado). Agora, para encontrar o Trilema basta tentar agrupar em um caso de realidade imaginada, que considere a existência do Mal como verdadeira, as 3 afirmativas como verdadeiras, e verificar que não é possível. Observe: Se Deus é Onisciente e Onipotente, então possui conhecimento da existência do Mal (pela Onisciência) e poder para acabar com ela (pela Onipotência), logo,  se não o faz não pode ser Onibenevolente, pois não estaria sendo absoluta e ilimitadamente bondoso ao permitir o Mal. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onisciente e Onipotente, não pode ser Onibenevolente. Se Deus é Onipotente e Onibenevolente, então possui poder para acabar com o Mal (pela Onipotência) e desejo de assim fazer (pela Onibenevolência), logo, se não o faz é porque não tem conhecimento do Mal, isto é, não possui conhecimento absoluto, assim, não é Onisciente. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onipotente e Onibenevolente, não pode ser Onisciente. Se Deus é Onisciente e Onibenevolente, então possui ciência da existência do Mal (pela Onisciência) e vontade de acabar com o Mal (pela Onibenevolência), logo, se não o faz é porque não tem poder para tal, isto é, não possui poder ilimitado, assim, não é Onipotente. Conclui-se: existindo o Mal, sendo Deus Onisciente e Onibenevolente, não pode ser Onipotente. Desta maneira o Trilema de Epicuro teria provado que, existindo o Mal, Deus não poderia possuir suas três mais marcantes habilidades (Onipotência, Onisciência e Onibenevolência), somente duas delas, o que configura um paradoxo, enfaticamente para os monoteístas abraâmicos que pregam, como axioma e epílogo de todo seu sistema religioso, a bondade absoluta, o conhecimento total e o poder ilimitado de Deus. Qualquer pessoa que clame pela Justiça Divina, e diga que as coisas que acontecem  não são justas ou não estão ligadas ao merecimento, tem inúmeras justificativas a respeito da existência de Deus. Então, como podemos falar sobre Justiça Divina se há dúvida sobre a existência de Deus? Existe a dialética materialista, e eles afirmam que Deus não existe, e eles justificam a inexistência de Deus com a injustiça que há no mundo. Se a vida é injusta, Deus não pode existir. Uma vez com o atributo da divindade nós temos a perfeição, nós temos a sabedoria Suprema; Onipotente, ou seja, que pode tudo. Então, por que Ele não resolve o problema? Ele sabe tudo! Então, Ele não sabia que ia dar certo? Por que fez? Se ele sabia que não ia dar certo e fez assim mesmo, então não é tão ciente assim. Se Ele fez assim mesmo, pode ser onipotente, pode ser onisciente, mas não é muito bom. E, continuando esse raciocínio, a dúvida só faz aumentar. Então onipotente, pode tudo; onisciente, sabe tudo; onipresente, está em toda parte. Agora, o mal existe? Se a resposta for sim, foi criada uma impossibilidade lógica, porque uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Deus é bom ou não é bom. Quando respondemos que o mal existe, ele ocupa algum lugar, e nesse lugar Deus não está. Mas Deus não está em toda parte? Se Ele está em toda parte, não há um lugar onde Ele não esteja. Olha a confusão. Então, nós temos que escolher: ou o mal existe, ou Deus existe, porque os dois não podem ocupar o mesmo espaço, porque onde o mal está Deus não estaria. Mas, se nós dissermos que Deus não está nesse momento, Ele deixou de ser onipresente, Se Ele não sabe o que está acontecendo não pode interferir, ou como os materialistas costumam dizer, Deus não existe. Não devemos esquecer que a nossa estadia na Terra inclui experiências desagradáveis como doenças, solidão, acidentes, calamidades, injustiça e morte. A vida nem sempre parecerá “justa”. A maioria de nós já perguntou num ou outro momento por que Deus permite que aconteçam coisas más a pessoas inocentes. Por isso, temos dificuldade de entender por que as pessoas boas sofrem tanto? Por que ocorrem coisas ruins a pessoas boas? Por que uma pessoa tão boa e tão especial, morreu tão cedo, morreu tão jovem? Essas perguntas todas podem ser sintetizadas da seguinte forma: Afinal, como funciona a justiça de Deus? De uma maneira geral, achamos que as pessoas boas deveriam ser agraciadas com coisas boas e as pessoas ruins deveriam sofrer os reveses da vida. Para estas pessoas, a Justiça deveria funcionar assim. Entretanto, o que parece ocorrer é justamente o contrário. Quantas vezes não ouvimos a seguinte frase: “Se fosse um homem de bem, teria morrido. Mas, como é um marginal, conseguiu escapar da tragédia.” Ou ainda: “Fulano é uma pessoa tão boa, mas nunca vi alguém sofrer tanto!” Então, a quem que eu vou culpar por esses infortúnios, diz o vulgo popular? Vamos culpar a Deus? Estaria Deus alheio ao que se passa na Terra? Será que a Justiça de Deus tem falhas? Não! Isso não é possível. Quero deixar bem claro que não concordo com as teses materialistas. Eu sou espírita. E, como tal, apresento argumentos que expliquem as causas do sofrimento na Terra. Na Revista Espírita de dezembro de 1864, Kardec publicou a seguinte comunicação que recebeu: “Um novo livro acaba de aparecer. É uma luz brilhante que vem clarear a nossa marcha. Sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar” (Espírito de Verdade). Aqui, no caso, trata-se do Evangelho segundo o Espiritismo. E nesse livro, no Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos, Kardec aborda o tema da dor, o tema do sofrimento. E nos dá as causas do sofrimento da Terra. E ele diz: As causas dos sofrimentos da Terra são três. Três motivos temos. A primeira: Causas Atuais das Aflições. Quando o sofrimento é na vida presente. São as consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Por exemplo: uma criança começa a fumar por brincadeira aos treze anos; aos quinze já tinha adquirido o vício; aos cinquenta e cinco começou a ter um problema nos pulmões, e aos cinquenta e sete desencarnou por causa de um câncer nos pulmões. Foi ele que arranjou o problema para si próprio. Ninguém o obrigou a fumar. Não pode culpar ninguém, não. Então, seria interessante nós examinarmos a nossa aflição; quantos por cento somos responsáveis por aquilo que estamos passando agora? A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria. Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual. Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado. Mas, às vezes, nós procuramos e não encontramos uma explicação lógica. Aí, vem a segunda causa. Causa anterior das aflições é quando não há nada que justifique aquilo que está acontecendo, como por exemplo, crianças com enfermidade de nascença, que morrem em tenra idade, e da vida só conheceram sofrimentos. Realmente, o sofrimento delas só pode ter origem em vidas anteriores. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais. Daí, nós concluirmos que: Para a Doutrina Espírita, o Mal é fruto da ignorância. É compreensível que muitas pessoas não concordem com isso. Os espíritos ainda esclarecem que o mal depende, sobretudo, da  vontade que se tenha em fazê-lo e que o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz. O mal surge quando o homem se coloca a frente de Deus. Deus nos criou para que fossemos atrás de nossas próprias batalhas, aprendermos com elas e sermos felizes. Agora como nós lidamos com essas provas é uma questão nossa, se vamos pelo caminho mais difícil é uma escolha que nós mesmos vamos acarretar. Sabemos também que existem as leis divinas, uma delas é a lei de destruição, onde nos é ensinado que para vir o novo tem que acabar com o velho. Podemos dizer então que para sermos felizes temos que compreender a infelicidade. Por isso Deus permite que exista o mal, para vivermos as provas nas encarnações. Além disso, se não pudéssemos errar, seríamos apenas robôs da criação divina e não é isso que Deus quer para nós. Muito pelo contrário, ele quer que compreendamos os males e aprendamos a lidar com ele. Pois, sem compreender e viver o mal não teríamos como ter coragem, resignação, fé, amor, benevolência e as demais virtudes que vamos adquirindo com o tempo. O Espiritismo nos ensina que não existem dois senhores no Universo, o bem e o mal. O bem está em toda parte, pois mesmo quando pensamos que está tudo perdido, estamos tendo uma visão limitada das coisas. Estamos enxergando apenas aquilo que a nossa dor nos permite ver, e muitas vezes o ódio, rancor, maledicência e outros sentimentos menores não permitem que vejamos algo mais sublime que existe à nossa volta. O mal é apenas um estágio ou um momento em nossa evolução. Ao vencermos as barreiras dos nossos desequilíbrios, vencendo nossa pobre visão do mundo, unilateral e baseada muitas vezes apenas nos nossos conhecimentos precários de certo e errado, vamos poder perceber um horizonte sem-fim que nos aguarda. Vamos constatando novas alegrias, perspectivas, vivências e um caminho de luz para seguir. Vamos percebendo que a vida é muito mais do que imaginamos, pois não conseguíamos enxergar antes, naquele momento de dor e confusão mental, toda a beleza da vida, mas somente a escuridão momentânea. Condicionados à estreita visão da vida material e suas dificuldades, perdemos muitas vezes a capacidade de ver além dos problemas. Ir passo a passo ampliando nosso campo mental no estudo e na prática do bem para podermos enfim buscar por novos horizontes de conhecimento, vivências, amor, paz, perdão; e tudo o que vem nos trazer felicidade real e vida perene precisa ser o nosso objetivo maior. Sufocando assim o mal que tenta nos aprisionar em sentimentos menores. O mal é breve, enquanto o bem é eterno. O mal é resultado dos nossos desequilíbrios, enquanto o bem é conquista a ser adquirida para uma vida plena e feliz. O mal é a escuridão da nossa pequena visão de Deus, enquanto o bem é a expressão maior da divindade em nós. O mal é obsessão, enquanto que o bem é libertação. Precisamos praticar e viver o bem, mesmo que estejamos nos sentindo feridos, incompreendidos, e sem perspectivas de melhoria, pois em verdade, podemos estar passando por uma prova momentânea, mas Deus está ao nosso lado. Assim podemos perceber que a origem do mal está na escuridão dos nossos atos, com estreitos sentimentos de ódio, vingança, egoísmo e orgulho. O despertar do bem vai ocorrer quando buscarmos dentro de nós o Cristo que vive em nós, pedindo que sejamos amor e caridade para conosco e com o próximo.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

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