INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
Pense nisso!

Dê vida a esse Blog. Comente!
Seu comentário é muito importante!

domingo, 28 de agosto de 2022

 


O Dom Esquecido

Página do livro Jesus no Lar, pelo Espírito Neio Lúcio.

A narrativa se passa em reunião na casa de Simão Pedro, onde Jesus aproveita as discussões entre seus discípulos para transmitir lições de sabedoria. Entendo que essas estórias de Neio Lúcio possam ser interpretadas como parábolas modernas, devido aos ensinamentos que podemos extrair delas.

Conta-nos, assim, o autor espiritual. Existiu um homem, banhado pela graça do merecimento, que recebeu do Alto a permissão para abeirar-se do Anjo Dispensador dos dons divinos que florescem no mundo. Ante o Ministro Celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da Mocidade. Recebeu a concessão, mas, em breve, reconheceu que a juventude poderia ser força e beleza, mas também era inexperiência e fragilidade espiritual, e, já desinteressado, voltou ao Doador Sublime e solicitou-lhe a Riqueza. Conseguiu a abastança e gozou-a longo tempo; todavia, reparou que a retenção de grandes patrimônios provoca a inveja maligna de muitos. Cansando-se na defesa laboriosa dos próprios bens, procurou o Anjo e rogou-lhe a Liberdade. Viu-se realmente livre. No entanto, foi defrontado por cruéis demônios invisíveis, que lhe perturbaram a caminhada, enchendo-lhe a cabeça de inquietudes e tentações. Extenuado, em face do permanente conflito interior em que vivia, retornou ao Celeste Dispensador  e suplicou o Poder. Entrou na posse da nova dádiva e revestiu-se de grande autoridade. Entendeu, porém, mais cedo que esperava, que o mando gera ódio e revolta nos corações preguiçosos e incompreensíveis e, atormentado pelos estiletes ocultos da indisciplina e da discórdia, dirigiu-se ao benfeitor e implorou-lhe a inteligência. Todavia, na condição de cientista e homem de letras, perdeu o resto da paz que desfrutava. Compreendeu, depressa, que não lhe era possível semear a realidade, de acordo com os seus desejos. Para não ser vítima da reação destruidora dos próprios beneficiados, era compelido a colocar um grão de verdade entre mil flores de fantasia passageira e, longe de acomodar-se à situação, tornou à presença do Anjo e pediu-lhe o Matrimônio Feliz. Satisfeito em seu novo desígnio, reconfortou-se em milagroso ninho doméstico, estabelecendo grandiosa família, mas, um dia, apareceu a morte e roubou-lhe a companheira. Angustiado pela viuvez, procurou o Ministro do Eterno e afirmando que se equivocara mais uma vez, suplicou-lhe a graça da Saúde. Recebeu a concessão. Entretanto, logo que se escoaram alguns anos, surgiu a velhice e desfigurou-lhe o corpo, desgastando-o e enrugando-o sem compaixão. Atormentado e incapaz agora de ausentar-se de casa, o Anjo amigo veio ao encontro dele e, abraçando-o, paternal, indagou que novo dom pretendia do Alto. O infeliz declarou-se em falência. Que mais poderia pleitear? Foi então que o glorioso mensageiro lhe explicou que ele, o candidato à felicidade, se esquecera do maior de todos os dons que pode sustentar um homem no mundo, o dom da coragem que produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia.

Então, Jesus, sorrindo, ante a pequena assembleia, rematou: Formosa é a mocidade; agradável é a fortuna; admirável é a liberdade; brilhante é o poder; respeitável é a inteligência; santo é o casamento venturoso; bendita é a saúde da carne. Mas se o homem não possui coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, a fim de aprender a consolidar-se no caminho para Deus, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.

Reflexão: Deus, o criador de todas as coisas, concede ao homem, espírito em processo evolutivo, a liberdade de escolher os seus caminhos e, com isto, traçar, construir o seu próprio destino. Seja qual for a estrada escolhida, o homem se depara com as experiências necessárias, para lhe proporcionar as lições responsáveis por sua evolução espiritual. Dependendo da escolha feita, o caminho a ser percorrido pode ser mais árduo, mais penoso, mais brando ou mais leve. Mas a realidade da vida demonstra que, em qualquer percurso, existem sempre experiências, lições, aprendizados, com suas consequências naturais. Cabe ao homem percorrer o caminho escolhido com coragem, com determinação, com paciência, com disciplina, com entusiasmo, para conseguir amealhar em si os valores positivos da experiência e de elevá-los aos patamares sublimes da espiritualidade superior. Nós sabemos que não é fácil para o homem, quase sempre ligado apenas aos resultados imediatistas, perceber essa verdade. Em cada caminho uma lição; em cada passo um valor a ser aprendido, a ser interiorizado. O Criador não se preocupa com as dores ou sofrimentos que estamos passando momentaneamente, pois nada é eterno. Tudo se modifica, tudo evolui. Seu foco em relação a nós está ligado à forma com que conseguirmos superar as nossas vicissitudes, e com a postura de resignação ou revolta que estejamos desempenhando. Aquele que vive preocupado com os pontos futuros a serem atingidos, quando visitado pela impaciência, costuma desistir da caminhada e escolher novos rumos, reiniciando experiências e vivendo em eterno conflito consigo mesmo. É claro que é necessário sabermos aonde pretendemos chegar. Mas é preciso entender que todo caminho é construído de pequenos passos, que devem ser dados no momento presente. A felicidade do homem não está em atingir este ou aquele ponto futuro, mas em cada pequeno passo conquistado. Assim, a felicidade do homem deve ser vista como a própria oportunidade de caminhar, de superar obstáculos, de aprender as lições da estrada, de adquirir conhecimento e sabedoria, ao longo da relação com o mundo em que vive. O sucesso e a felicidade dependem fundamentalmente de nosso ponto de vista e de nossa postura no caminho. Disse um pensador que não existem homens fracassados, mas, sim, pessoas inconstantes, que desistem de caminhar, que desertam das experiências. A lei do trabalho e a lei do progresso nos impõem que aquele que procura acha, e aquele que caminha chega sempre ao ponto desejado. Diante da dificuldade natural, o homem costuma reclamar da falta deste ou daquele dom, ou desta ou daquela habilidade que lhe permita ter sucesso. Procura justificar suas falhas ou inconstância pela falta de recursos, pela ausência de poder e assim por diante, não percebendo que o importante é agir. Todos esses dons temporários pedidos: poder, mocidade, riqueza, liberdade, saúde, inteligência, trazem suas consequências naturais, e são isoladamente impotentes para ajudar o homem na superação dos obstáculos e nas experiências nos caminhos escolhidos.  Sem coragem, sem determinação, sem entusiasmo, ingredientes que fortalecem o espírito, dando-lhe paciência, resignação e disciplina, nenhum empreendimento terá sucesso, fazendo o homem fugir das dificuldades ao invés de superá-las pelo esforço digno. Sem entusiasmo nada se consegue, pois o objetivo sempre nos parece longe, e já nos faz sentir cansados, antes mesmo de iniciarmos a caminhada. Quando visitados pelo desânimo diante de nossas provas, é sempre bom olharmos para trás, para o passado, para o conceito histórico de nossas vidas. Com certeza, verificaremos o quanto já caminhamos, o quanto já crescemos. Esta atitude reforça a fé. Faz crescer a esperança e germinar a coragem e o entusiasmo em nossos corações. Há a necessidade de percebermos que não existe o caminho certo, o caminho melhor. O que existe é sempre aprendizado; é sempre prova; é sempre experiência. Por isso, devemos aproveitar as oportunidades que nos são concedidas para escolhermos por onde caminhar. Vendo em cada pedra da estrada não um problema ou dificuldade, mas uma grande oportunidade de aprender, de melhorar, de crescer em sabedoria. Assim, não deixemos que as aflições ou obstáculos sejam empecilhos para aquilo que desejamos. Não deixemos que o aparente fracasso nos deprima ou nos paralise a caminhada, ou mesmo que nos faça desviar de nossos objetivos. Acredite! A felicidade que tanto procuramos está na oportunidade de caminhar. Que os dons desejados sejam sempre: a coragem, que traz a força; a resignação; a tolerância; a paciência e a persistência. Com eles seremos capazes de administrar bem nossas provas. Que possamos sempre pedir: Senhor! Dai-nos a coragem e a determinação para mudarmos aquilo que podemos. A resignação diante das coisas que não podemos mudar. E a sabedoria para saber distinguir uma das outras.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

 

 

domingo, 21 de agosto de 2022

 


O Homem e a vida espiritual

A Crença que devemos ter nas coisas que ainda não conseguimos ver

Estamos neste mundo corpóreo, considerado como de expiações e provas, para passar por experiências que nos são adequadas, tendo em vista o aprendizado e a evolução do nosso ser, onde crer ou não crer em nossa natureza espiritual não é essencial para que vivamos essas experiências. Crer ou não crer em Deus também não é essencial para que o homem seja capaz de viver neste mundo. A vida lhe foi dada e ele terá que vivê-la. Portanto, não importa como ele percebe essa vida ou deixa de crer sobre ela. A fé, entretanto, significa o repositório dos valores morais que ajudam a nortear a caminhada terrestre. Dependendo daquilo que se creia, pode-se assumir diante do mundo uma postura que contraria a moral necessária à harmonia universal. A fé refletida pelas crenças ajuda o homem a construir seu caminho, motivando-o e impulsionando-o no sentido de uma vida proveitosa. Aquele que não crê na vida espiritual tem mais dificuldade para justificar as necessidades de harmonia com valores morais. A fé espírita é apoiada na lógica e no princípio de que o Universo está em constante evolução. Mesmo com tantos conflitos, essa evolução se dá na Humanidade, dia após dia, ano após ano. É algo incontestável. Basta olharmos para a história da vida no planeta e constatarmos através de inúmeras formas que a evolução nunca parou, independente da vontade do homem. Os seres espirituais utilizam-se do corpo para viverem experiências sob condições limitantes de sentidos e de movimentos, necessitando aprender do que seja compartilhar com seus semelhantes a obra da Criação. Algumas pessoas só acreditam naquilo que os seus cinco  sentidos materiais conseguem  perceber. É a chamada regra de São Tomé: “Ver para crer”. Para estas pessoas, torna-se difícil crer na vida após a morte, ou mesmo crer em Deus, o que me parece um contrassenso. Como não crer em Deus, o Criador de todas as coisas, se os nossos sentidos estão constantemente a observar o dia e a noite, a chuva e o sol, as árvores, os pássaros, as estrelas. Como negar então a existência  do Criador se estas coisas não foram feitas pelo homem, que mais nada é do que simples criatura? Segundo a teoria materialista, nossa alma é a sede da inteligência e o princípio da vida material orgânica, mas se aniquila com a morte. Estes que assim pensam acham que depois da morte nada resta, e que a alma é criada junto com o corpo. Os espiritualistas, no entanto, acreditam que a alma é a causa da inteligência, mas independente da matéria.  Creem que a alma sobrevive a morte. Assim pensam todos aqueles que professam as chamadas religiões não materialistas: judeus, árabes, budistas e todas as religiões orientais. A Doutrina Espírita é espiritualista, mas diferencia-se de outras seitas cristãs por crer que a alma não apenas sobrevive após a morte como também é pré-existente à vida. A Doutrina Espírita é reencarnacionista. Em “O Livro dos Espíritos” encontramos os seguintes pontos básicos de nossa crença, de nossa fé: Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Assim, Deus é justiça. Criou o Universo, que abrange todos os seres: animados e inanimados; materiais e imateriais.  Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os imateriais o mundo invisível ou dos espíritos. O mundo dos espíritos é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevive a tudo. O mundo corporal é secundário, poderia deixar de existir ou não ter jamais existido, sem que isso se altere a existência do mundo espiritual. A alma é o espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. Portanto, o espírito não é um ser indefinido. É um ser real. Esta é a nossa crença, e nela está a base de nossa fé e o apoio dos valores que norteiam nossas ações. No meu entendimento, não pode o homem moderno, o homem do século XXI, dizer que crê apenas naquilo que vê. A Ciência evoluiu tanto, e já deu demonstrações factíveis que muita coisa existe além daquilo que o homem é capaz de perceber através dos seus sentidos materiais. As ondas eletromagnéticas, responsáveis pelas transmissões de rádio, de televisão, de telefonia celular, são exemplos do que estou me referindo. Ninguém vê a onda de televisão, mas a voz e a imagem de quem está falando chegam e se reproduzem em nossos aparelhos. Portanto, são reais. Não é porque nem todos conseguem ver ou perceber a presença do mundo espiritual que ele não exista. Sabemos que os nossos sentidos são todos materiais. Aqueles que conseguem perceber além da matéria são considerados como possuidores de um sexto sentido. Portanto, não se trata de ver para crer, mas ao contrário, de crer para ver, e a visão neste caso tem o sentido de perceber a natureza do mundo espiritual à nossa volta. Os princípios contidos em O Livro dos Espíritos e a doutrina cristã trazida por Jesus, o Mestre dos Mestres, são o grande consolo que podemos usufruir neste mundo de expiações e provas. Que Deus nos permita compreender e manter nossa fé na vida futura e na evolução espiritual. Que possamos converter nossas ações em utilidade para o mundo em que vivemos.

Muita Paz!

Estou a serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

domingo, 14 de agosto de 2022

 


A Parentela corporal e espiritual

Esse estudo é baseado na página “A Escola das Almas”, do livro Jesus no Lar, pelo Espírito Neio Lúcio. Como sempre digo, entendo que essas estórias de Neio Lúcio possam ser interpretadas como parábolas modernas, devido aos ensinamentos que podemos extrair delas. A narrativa se passa em reunião na casa de Simão Pedro, onde Jesus aproveita a ocasião para transmitir lições de sabedoria. Conta-nos, assim, o autor espiritual: Congregados em torno do Cristo, os domésticos de Simão ouviram a voz suave e persuasiva do Mestre, comentando os sagrados textos. Quando a palavra divina terminou a formosa preleção, a sogra de Pedro indagou, inquieta: - Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar? Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou: - Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos. No começo, é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores. Reparando que a senhora galileia se sensibilizara até às lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder: -O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade. E, sorrindo, perguntou: -Que fazes inicialmente às lentilhas, antes de servi-las à refeição? A interpelada respondeu, titubeante: -Naturalmente, Senhor, cabe-me levá-las ao fogo para que se façam suficientemente cozidas. Depois, devo temperá-las, tornando-as agradáveis ao sabor. Pretenderias, também, porventura, servir pão cru à mesa? De modo algum, tornou a velha humilde; antes de entregá-lo ao consumo caseiro, compete-me guardá-lo ao calor do forno. O divino amigo então considerou: -Há também um banquete festivo, na vida celestial, onde nossos sentimentos devem servir à glória do Pai. O lar, na maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador. O que nos parece aflição ou sofrimento dentro dele é recurso espiritual. O coração acordado para a vontade do senhor retira as mais luminosas bênçãos de suas lutas renovadoras, porque, somente aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições. Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva. Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece. O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimento e conflitos naturais, em seu círculo, são lições. A sogra de Simão escutou,  atenciosa, e ponderou: -Senhor, há criaturas, porém, que lutam e sofrem; no entanto, jamais aprendem. O Cristo pousou na interlocutora os olhos muito lúcidos e tornou a indagar: -Que fazes das lentilhas endurecidas não cedem à ação do fogo? –Ah! Sem dúvida, atiro-as ao monturo, porque feririam a boca do comensal descuidado e confiante. –Ocorre o mesmo, terminou o Mestre, com a alma rebelde às sugestões edificantes do lar. A luta comum mantém a fervura benéfica; todavia, quando chegar a morte, a grande selecionadora do alimento espiritual para os celeiros de Nosso Pai, os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, dentro da qual foram conduzidos ao forno bendito da carne, serão lançados fora, a fim de permanecerem, por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.

REFLEXÃO:

Nessa arena de aprendizado que é a Terra, o homem recebeu a missão de evoluir em espiritualidade, pois, foi criado simples e ignorante. Simples porque nada tinha, e ignorante porque nada sabia, além das experiências registradas em seu instinto. Foi dotado de inteligência e livre-arbítrio para que pudesse aprender na vida de relação com seu semelhante. De degrau em degrau, de experiência em experiência, de encarnação em encarnação, o homem oportuniza o exercício da relação com seu semelhante e amplia sua percepção para o significado do amor incondicional. Jesus ao vir à Terra orientar seus irmãos em Deus, falou diversas vezes por parábolas para que, ao longo do tempo, cada um pudesse tirar delas a compreensão necessária. Mas, só falou por parábolas sobre assuntos mais ou menos abstratos de Sua doutrina de amor. Na parte básica, na parte fundamental, foi sempre direto, principalmente no estabelecimento da lei maior, da lei de justiça, amor e caridade. Não usou meias palavras e buscou exemplificar o seu cumprimento. Entretanto, mesmo tendo recebido a mensagem de amor de forma direta, sem rodeios, nem historinhas, o homem não foi capaz de entendê-la, de incorporá-la à sua existência. Daí os conflitos, os desentendimentos, a luta por interesses particulares. Muitos são os cenários nos quais o homem gravita e desempenha o seu papel em todos eles. No entanto, deve tirar lições necessárias para a sua evolução espiritual. Como disse, o homem gravita em cenários diversos: na família, na sociedade, no trabalho, na religião. E, em todos eles, busca representar o papel adequado. Porém, é importante ressaltar que o cenário doméstico, o cenário da família, é o mais repleto de experiências, e constitui-se na primeira oficina de burilamento espiritual. Na família, encontramos os afetos e os desafetos de outras eras, de outras experiências que, assim como nós, necessitam vencer a si próprios e aprender a conviver com irmandade e amor. Deus nos concede a misericórdia do esquecimento do passado para que consigamos manter relações equilibradas com o mundo em seus diferentes cenários. Se assim não fosse, tornar-se-ia muito difícil refazer caminhos, retomar experiências passadas, equilibrar o que foi desequilibrado, convivendo uns com os outros, credores e devedores. É na família, portanto, que estão nossas maiores provas e nossas maiores oportunidades. Assim, sendo, devemos abraçá-las com todo esforço, com toda determinação e resignação para conseguirmos através da ajuda mútua e da compreensão adquirirmos valores do amor incondicional. Como já vivemos muitas vezes a prova da matéria, já tivemos relações com muitos irmãos, muitos pais, muitas mães, muitos filhos. Muitos irmãos do caminho compartilharam conosco as experiências da vida na carne. Portanto, podemos concluir que nossa parentela espiritual é imensa, ultrapassando mesmo os limites de nossa percepção. Poderíamos até dizer que o mundo em si é uma grande família, embora ainda não se comporte como tal. Alguns de nós percebem e aproveitam as oportunidades concedidas e adiantam-se. Outros, tornam-se rebeldes renitentes e teimam em se manterem nas posições da incompreensão, da dureza de coração e, por conseguinte, não conseguem se desprenderem das algemas do orgulho, do egoísmo, da intemperança, da cupidez, da ilusão material. Costumo dizer que ninguém pode percorrer o caminho por ninguém. Ninguém pode ser considerado responsável pelo insucesso do outro uma vez que, a todos compete viver suas próprias experiências. O livre-arbítrio induz à responsabilidade individual, apesar de vivermos relações coletivas, interagindo uns com os outros. A cada um será dado conforme o que tiver edificado. Assim, caro irmão, cara irmã, observa a sua conduta dentro da família. Por mais singela que ela possa ser, procure desenvolver a paciência e a tolerância com seus companheiros de jornada familiar. Se você lida com parente difícil, prova que lhe parece insuportável, percebe que ela é necessária e que, por escolha ou por imperativo, ela lhe foi concedida para o desenvolvimento da sua luz espiritual. Ore, e peça ao Pai misericordioso forças para superar as próprias imperfeições que lhe impede de identificar no parente difícil ao seu lado um irmão de caminhada. Veja pelos olhos do Espírito, para que você possa ser útil ao irmão do caminho, que foi colocado em sua vida. Perdoa e concede a misericórdia, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes para cada falta. Se hoje já conseguimos perceber uma tênue luz espiritual a nos apontar o caminho, devemos exercitar a tolerância, a humildade, e estender a mão àqueles que ainda teimam em se manterem à margem da estrada. Todos que aqui estamos, neste planeta de expiações e provas, somos carentes de afeto, carentes de misericórdia, carentes de indulgência para nossas faltas. Colhemos hoje o que semeamos no passado. Somos pecadores contumazes, e esse fato por si só já não nos autoriza a julgarmos quem quer que seja. Assim, se hoje nos sentimos ofendidos, devemos expandir nossos sentimentos e aprender a perdoar. Se hoje sofremos as consequências dos conflitos humanos, e somos bafejados pela ingratidão daqueles que nos são caros, devemos agradecer a experiência concedida, e tirar dela a oportunidade de amparar e suportar nossas dores com resignação. A família terrestre é a grande oficina de aprendizado. É a escola das almas, que permitirá o nosso acesso aos planos sublimes ou a permanência nos planos de sofrimento e dor. Aproveitemos, pois, as oportunidades de conviver e aprender com os irmãos difíceis da jornada terrestre.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

domingo, 7 de agosto de 2022

 


Universidade de Amor

Quando o princípio espiritual conquistou a condição de exercitar sua evolução através do ser “hominal”, isto é, na forma de homem, adquiriu o direito de escolher os próprios caminhos, passando a ser uma entidade individualizada pela sua inteligência e pela sua vontade. Apesar de todos nós termos iniciado essa caminhada como seres simples e ignorantes, nos diferenciamos uns dos outros pelas escolhas que fizemos dos caminhos que desejávamos percorrer.

Em todas as jornadas escolhidas, voluntária ou involuntariamente, existem lições a serem aprendidas, provas a serem vencidas, flores e espinhos a serem colhidos, pedra e lama a serem ultrapassadas.

O Espírito não regride. Caminha sem ajuda a procura de iluminação. Aprende sempre nas experiências felizes e, principalmente, nas infelizes, onde é obrigado a compreender como a vontade e a justiça de Deus se fazem presentes em sua vida. O Espírito aprende sempre, mesmo que permaneça prisioneiro em lições mais demoradas de serem compreendidas. O Espírito traz em si um impulso irresistível e contínuo para buscar a luz, que provém de Deus.

Em todas as experiências na carne e no plano espiritual, onde se mantém aguardando novas oportunidades, existem valores a serem entendidos, aprendidos e incorporados definitivamente no ser.

Poderíamos mesmo dizer que esses valores vão sendo agregados pelo Espírito no caminho da virtude que ele tem que percorrer. Independentemente do caminho escolhido os valores imperecíveis deverão ser conquistados. O termo mais apropriado para este aprendizado é realmente conquistado. Não é uma simples aquisição por troca como fazemos no plano terreno da matéria. Mas por mérito, por condição definitiva. Aqueles que já podem vislumbrar, mesmo que tenuamente, o caminho da verdade podem escolher as provas que julgam convenientes experimentar, e as expiações que necessitam vivenciar para reparação do caminho. Porém, aqueles que não conseguem perceber, o recebem como imposição de Deus, assim como os pais matriculam contra a vontade dos filhos nos seus primeiros anos escolares.

Poderíamos considerar o planeta Terra e toda a atmosfera à sua volta, onde gravitam bilhões de seres entre mergulhos na carne e espera na erraticidade, como uma universidade de amor, onde alguns evoluem baseados num sistema de créditos, escolhendo as matérias que devem estudar a cada ciclo reencarnatório. Quando encarnado, o ser consegue vivenciar suas próprias experiências na relação com seus semelhantes, buscando tirar delas os valores necessários para a sua evolução. Assim, podemos dizer que há criaturas que nos ensinam o correto uso do dinheiro; que nos ensinam a necessidade de perseverar; que nos induzem a compreender o valor da solidariedade e da afetividade; que nos ensinam a aplicação do poder da autoridade e suas consequências ilusórias.

Na relação com seus semelhantes, o homem aprende a necessidade de desenvolver o trabalho edificante e educativo que forja a paciência e o ensina a valorizar a humildade e a doação.

Com certeza, a Terra é uma universidade espiritual, onde cada um de nós curte suas experiências, escolhe suas provas, e conquista por mérito o viver no caminho do bem. O currículo de elevação espiritual que nos é próprio, nos níveis inferiores à infância espiritual, as provas e as experiências são impostas, e a liberdade de escolha é limitada. Nos níveis superiores, as missões substituem as provas e consubstanciam em ações sublimes o aprendizado do amor.

O direito de escolher os dons que nos serão concedidos ou as experiências que devemos viver é proporcional ao mérito e aos valores que já foram adquiridos pelo Espírito. Daí, a verdade na sabedoria popular que afirma que Deus não dá fardos pesados a ombros fracos.

No auge do desenvolvimento na universidade terrena, o Espírito consegue perceber o sentido da unidade exemplificada por Jesus quando dizia: Eu e o Pai somos um. Eu estou Nele e Ele está em mim.

Assim, meu irmão, minha irmã, observa o caminho que hoje você percorre. Se colhe dores, sofrimentos, ingratidão e incompreensão; se erra, padece de doenças do corpo e desequilíbrio do espírito, crê, és um Espírito livre, matriculado na universidade do amor.

Todas as suas provas foram por você escolhidas ou condicionadas para que pudesse conquistar os valores da virtude e do amor. Não se lastime. Não tema, confia. Permanece ligado ao Mestre Jesus. Pede força para que você consiga sair das experiências de hoje como um ser mais evoluído. Mais belo e capaz de distribuir o amor de Deus por todas as criaturas.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.

Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!

O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!