INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 14 de agosto de 2022

 


A Parentela corporal e espiritual

Esse estudo é baseado na página “A Escola das Almas”, do livro Jesus no Lar, pelo Espírito Neio Lúcio. Como sempre digo, entendo que essas estórias de Neio Lúcio possam ser interpretadas como parábolas modernas, devido aos ensinamentos que podemos extrair delas. A narrativa se passa em reunião na casa de Simão Pedro, onde Jesus aproveita a ocasião para transmitir lições de sabedoria. Conta-nos, assim, o autor espiritual: Congregados em torno do Cristo, os domésticos de Simão ouviram a voz suave e persuasiva do Mestre, comentando os sagrados textos. Quando a palavra divina terminou a formosa preleção, a sogra de Pedro indagou, inquieta: - Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar? Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou: - Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos. No começo, é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores. Reparando que a senhora galileia se sensibilizara até às lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder: -O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade. E, sorrindo, perguntou: -Que fazes inicialmente às lentilhas, antes de servi-las à refeição? A interpelada respondeu, titubeante: -Naturalmente, Senhor, cabe-me levá-las ao fogo para que se façam suficientemente cozidas. Depois, devo temperá-las, tornando-as agradáveis ao sabor. Pretenderias, também, porventura, servir pão cru à mesa? De modo algum, tornou a velha humilde; antes de entregá-lo ao consumo caseiro, compete-me guardá-lo ao calor do forno. O divino amigo então considerou: -Há também um banquete festivo, na vida celestial, onde nossos sentimentos devem servir à glória do Pai. O lar, na maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador. O que nos parece aflição ou sofrimento dentro dele é recurso espiritual. O coração acordado para a vontade do senhor retira as mais luminosas bênçãos de suas lutas renovadoras, porque, somente aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições. Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva. Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece. O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimento e conflitos naturais, em seu círculo, são lições. A sogra de Simão escutou,  atenciosa, e ponderou: -Senhor, há criaturas, porém, que lutam e sofrem; no entanto, jamais aprendem. O Cristo pousou na interlocutora os olhos muito lúcidos e tornou a indagar: -Que fazes das lentilhas endurecidas não cedem à ação do fogo? –Ah! Sem dúvida, atiro-as ao monturo, porque feririam a boca do comensal descuidado e confiante. –Ocorre o mesmo, terminou o Mestre, com a alma rebelde às sugestões edificantes do lar. A luta comum mantém a fervura benéfica; todavia, quando chegar a morte, a grande selecionadora do alimento espiritual para os celeiros de Nosso Pai, os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, dentro da qual foram conduzidos ao forno bendito da carne, serão lançados fora, a fim de permanecerem, por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.

REFLEXÃO:

Nessa arena de aprendizado que é a Terra, o homem recebeu a missão de evoluir em espiritualidade, pois, foi criado simples e ignorante. Simples porque nada tinha, e ignorante porque nada sabia, além das experiências registradas em seu instinto. Foi dotado de inteligência e livre-arbítrio para que pudesse aprender na vida de relação com seu semelhante. De degrau em degrau, de experiência em experiência, de encarnação em encarnação, o homem oportuniza o exercício da relação com seu semelhante e amplia sua percepção para o significado do amor incondicional. Jesus ao vir à Terra orientar seus irmãos em Deus, falou diversas vezes por parábolas para que, ao longo do tempo, cada um pudesse tirar delas a compreensão necessária. Mas, só falou por parábolas sobre assuntos mais ou menos abstratos de Sua doutrina de amor. Na parte básica, na parte fundamental, foi sempre direto, principalmente no estabelecimento da lei maior, da lei de justiça, amor e caridade. Não usou meias palavras e buscou exemplificar o seu cumprimento. Entretanto, mesmo tendo recebido a mensagem de amor de forma direta, sem rodeios, nem historinhas, o homem não foi capaz de entendê-la, de incorporá-la à sua existência. Daí os conflitos, os desentendimentos, a luta por interesses particulares. Muitos são os cenários nos quais o homem gravita e desempenha o seu papel em todos eles. No entanto, deve tirar lições necessárias para a sua evolução espiritual. Como disse, o homem gravita em cenários diversos: na família, na sociedade, no trabalho, na religião. E, em todos eles, busca representar o papel adequado. Porém, é importante ressaltar que o cenário doméstico, o cenário da família, é o mais repleto de experiências, e constitui-se na primeira oficina de burilamento espiritual. Na família, encontramos os afetos e os desafetos de outras eras, de outras experiências que, assim como nós, necessitam vencer a si próprios e aprender a conviver com irmandade e amor. Deus nos concede a misericórdia do esquecimento do passado para que consigamos manter relações equilibradas com o mundo em seus diferentes cenários. Se assim não fosse, tornar-se-ia muito difícil refazer caminhos, retomar experiências passadas, equilibrar o que foi desequilibrado, convivendo uns com os outros, credores e devedores. É na família, portanto, que estão nossas maiores provas e nossas maiores oportunidades. Assim, sendo, devemos abraçá-las com todo esforço, com toda determinação e resignação para conseguirmos através da ajuda mútua e da compreensão adquirirmos valores do amor incondicional. Como já vivemos muitas vezes a prova da matéria, já tivemos relações com muitos irmãos, muitos pais, muitas mães, muitos filhos. Muitos irmãos do caminho compartilharam conosco as experiências da vida na carne. Portanto, podemos concluir que nossa parentela espiritual é imensa, ultrapassando mesmo os limites de nossa percepção. Poderíamos até dizer que o mundo em si é uma grande família, embora ainda não se comporte como tal. Alguns de nós percebem e aproveitam as oportunidades concedidas e adiantam-se. Outros, tornam-se rebeldes renitentes e teimam em se manterem nas posições da incompreensão, da dureza de coração e, por conseguinte, não conseguem se desprenderem das algemas do orgulho, do egoísmo, da intemperança, da cupidez, da ilusão material. Costumo dizer que ninguém pode percorrer o caminho por ninguém. Ninguém pode ser considerado responsável pelo insucesso do outro uma vez que, a todos compete viver suas próprias experiências. O livre-arbítrio induz à responsabilidade individual, apesar de vivermos relações coletivas, interagindo uns com os outros. A cada um será dado conforme o que tiver edificado. Assim, caro irmão, cara irmã, observa a sua conduta dentro da família. Por mais singela que ela possa ser, procure desenvolver a paciência e a tolerância com seus companheiros de jornada familiar. Se você lida com parente difícil, prova que lhe parece insuportável, percebe que ela é necessária e que, por escolha ou por imperativo, ela lhe foi concedida para o desenvolvimento da sua luz espiritual. Ore, e peça ao Pai misericordioso forças para superar as próprias imperfeições que lhe impede de identificar no parente difícil ao seu lado um irmão de caminhada. Veja pelos olhos do Espírito, para que você possa ser útil ao irmão do caminho, que foi colocado em sua vida. Perdoa e concede a misericórdia, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes para cada falta. Se hoje já conseguimos perceber uma tênue luz espiritual a nos apontar o caminho, devemos exercitar a tolerância, a humildade, e estender a mão àqueles que ainda teimam em se manterem à margem da estrada. Todos que aqui estamos, neste planeta de expiações e provas, somos carentes de afeto, carentes de misericórdia, carentes de indulgência para nossas faltas. Colhemos hoje o que semeamos no passado. Somos pecadores contumazes, e esse fato por si só já não nos autoriza a julgarmos quem quer que seja. Assim, se hoje nos sentimos ofendidos, devemos expandir nossos sentimentos e aprender a perdoar. Se hoje sofremos as consequências dos conflitos humanos, e somos bafejados pela ingratidão daqueles que nos são caros, devemos agradecer a experiência concedida, e tirar dela a oportunidade de amparar e suportar nossas dores com resignação. A família terrestre é a grande oficina de aprendizado. É a escola das almas, que permitirá o nosso acesso aos planos sublimes ou a permanência nos planos de sofrimento e dor. Aproveitemos, pois, as oportunidades de conviver e aprender com os irmãos difíceis da jornada terrestre.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

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