INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 12 de dezembro de 2021

 


Julgamento das atitudes alheias - Ensino espírita

O tema desse estudo nos fala sobre a importância de não julgarmos precipitadamente as criaturas e, consequentemente, não atirarmos a primeira pedra naqueles que nos parecem errados. De um modo geral, somos benevolentes para com os nossos erros e muito severos para com os erros dos outros. Para que vocês percebam a precipitação, o equívoco, no julgamento do próximo, vou contar uma pequena estória: Um jovem casal mudou-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã em que eles passavam em sua nova casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou no varal no qual a vizinha pendurava os lençóis e comentou com o marido: Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar roupas! O marido observou calado. Alguns dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha pendurava seus lençóis e novamente a mulher comentou com o marido: Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! E assim, com o passar dos dias, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal, a mulher repetia seu discurso. Passado um mês, a jovem esposa se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos e, surpresa, foi dizer ao marido: Veja! Ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha falou com ela? O marido lhe respondeu calmamente: Ninguém foi ensiná-la a lavar roupas. Aconteceu que hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela! Creio que era a sujeira que impedia você de ver a brancura dos lençóis da nossa vizinha.

REFLEXÃO:

Muito embora o Cristo também tenha ensinado que a verdadeira justiça repousa em Deus, em inúmeras situações nos comportamos como juízes implacáveis da causa alheia. Assim, ao avaliarmos os fatos e, principalmente, as pessoas, podemos rotulá-los como certos ou errados, bons ou maus, simpáticos ou antipáticos, valorizando-os ou desconsiderando-os, em conformidade com os conteúdos moral, emocional e intelectual que, consciente e/ou inconscientemente, carregamos. No instante em que a mulher da nossa estória julgara a conduta da vizinha, ela estava se arvorando também em juíza, e esse é um grande problema de que a Humanidade padece, tanto que Jesus, numa de suas advertências, deixou bem claro qual é o risco de se fazer um julgamento, quando disse: “Não julgueis, afim de não serdes julgados; porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros”. (Mateus, 7:1-2). Podemos interpretá-la como um alerta para o fato de que, em nosso grau de evolução não temos condições de emitir um julgamento de maneira justa e imparcial, exatamente porque nosso ponto de vista é, ainda, muito limitado, ou seja, não estamos de posse de todos os fatos referentes ao acontecimento e não possuímos uma visão real da situação. Assim, para não cairmos em erro, seria prudente, então, abstermo-nos de julgar. Esta citação evangélica, por si só, revela toda amplitude do ensinamento que o Cristo pretendeu transmitir, nos levando a pensar duas vezes antes de querer julgar o nosso próximo, pois sem dúvida, ainda somos criaturas imperfeitas eivadas de parcialidade, paixões, egoísmo, e jamais poderíamos julgar alguém de forma reta e justa.  Este é um ensinamento do Mestre, que destaca os perigos de nos deixarmos levar pelos julgamentos inconsequentes de situações e pessoas, sem nenhuma cautela, alterando o verdadeiro juízo dos acontecimentos. A máxima: “Com a mesma medida com que medis será medido”, foi endereçada a todos nós, no tocante à aplicação do nosso juízo quando nos defrontamos com problemas alheios. Estamos sob a égide da Lei de Causa e Efeito, se o nosso juízo for parcial quando julgamos as atitudes e os atos do próximo, como pretender um julgamento equitativo e reto para com as nossas próprias ações? Quando prejudicamos alguém com o nosso falso juízo, atraímos para nós a necessidade de um reajuste, no qual o Espírito passa a ser réu, uma vez que não existe causa que não conduza a um efeito. Podemos, porém, ampliar essa interpretação e compreendermos que Jesus poderia, igualmente, estar nos alertando para o fato de que não existe, em realidade, aquilo que costumamos chamar de juízo de valores, pelo menos não como o entendemos, ou seja, não devemos julgar porque o critério que comumente utilizamos para definir o que é bem e mal, não está exatamente de acordo com a realidade, se analisado do ponto de vista da vida eterna e do Espírito. Isso porque somos ainda imperfeitos. Outro aspecto a ser considerado na relação que estabelecemos com o mundo e com outros seres humanos e que pode influenciar fortemente nossa visão, refere-se ao que a psicologia chama de projeção: o sujeito se livra de conteúdos penosos e incompatíveis, projetando-os nos outros. Dessa forma, na eventualidade de emitirmos algum tipo de julgamento, devemos levar em consideração também a realidade das projeções que costumamos fazer, ou seja, é muito provável que o mal que vemos em nosso semelhante esteja, primeiramente, em nosso próprio mundo íntimo, contaminando nosso ponto de vista. Não é raro encontrarmos, por exemplo, pessoas a quem descrevemos como vilões, que são, na verdade, mais adiantados que nós, em termos de escala espiritual, mas que, no entanto, não fazem questão de esconder suas sombras, parecendo inferiores segundo nosso critério de julgamento. Nós, por nossa parte, podemos parecer quase perfeitos, porém, à custa da repressão de muitos aspectos sombrios de nossa personalidade. É muito difícil, então, num mundo onde o engano e o autoengano ainda predominam, estabelecer um juízo de valores que seja coerente com a realidade. Dessa forma, além do fato de jamais termos condições de conhecer todas as peripécias envolvidas num acontecimento para, então, avaliá-lo com propriedade, existe, também, a verdade de que nem sempre aquilo que julgamos como um mal seja realmente maléfico e vice-versa. Nosso ponto de vista é, efetivamente, muito estreito para cogitarmos emitir julgamentos. Por isso, o Mestre de Nazaré, constatando nossa visão frágil, aconselhou-nos a não julgar. Parece cada vez mais claro que Jesus nos dizia, na expressão simples do não julgueis, que essa faculdade ainda não nos está disponível, por nos faltar competência espiritual para tanto. A mesma recomendação nos apresenta o Espiritismo: O homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? O Espiritismo ratifica essa advertência: Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir. Ao invés de certezas fundamentadas em julgamentos frágeis, recorramos mais à prática da empatia, aquela que nos convida a entrar nos sentimentos dos irmãos de jornada, experimentando-lhes as dores e as vivências, sempre conscientes de que existe mais vantagem em ampliar nossa visão de vida, abertos às possibilidades, do que em nos sentirmos como os donos da verdade. Na vida, só é possível e válido o autojulgamento, porque somente o próprio indivíduo é capaz de avaliar tudo o que se passa em seu íntimo: o que lhe dói, o que lhe faz duvidar e sofrer, bem como o que lhe agrada e preenche o coração. Resumindo: Como é que você cuida os erros alheios e não cuida os seus próprios?  Como é que você é tão severo com as falhas do outro e sempre arruma uma desculpa pras suas? Como é que você fica tão indignado ao perceber os defeitos do próximo e se sente tão injustiçado quando apontam os seus defeitos? Dois pesos e duas medidas. Apontamos os defeitos dos outros numa tentativa ridícula de nos destacarmos, pois nos elevamos a nossos próprios olhos e diminuímos o próximo com nossas conclusões tortas e nossos julgamentos fraudulentos. Não se esqueça de que aqueles defeitos e erros que você, espírito imortal, não apresenta neste atual passeio terrestre, provavelmente já teve e cometeu em outras experiências. Sem falar que ninguém está livre de errar ainda pro futuro. Não vamos virar santos da noite para o dia. Não há fórmula mágica para a reforma íntima. Mas será que não podemos nos tornar desde já um pouquinho mais tolerantes? Não é por bondade que falo. Ao ser severo com alguém, você está sendo severo com você mesmo. Você entende isso? Então, para entendermos, para sermos benevolentes, indulgentes para com os erros de nossos irmãos, é preciso que, antes de tudo, nos conscientizemos dos nossos erros, das nossas imperfeições e das nossas limitações. A partir daí sim, teremos condições de compreender os erros dos outros. Até porque, quem tem telhado de vidro, não joga pedra no dos outros. Nossas imperfeições decorrem ora do desconhecimento da lei divina, ora de seu errado entendimento, ora de uma vivência em desacordo com ela. A Doutrina Espírita é uma doutrina de equilíbrio. Podemos fazer uma analogia do encardido da vidraça com nossos preconceitos que as vezes não deixam que enxerguemos com clareza certas situações. Afinal por que não devemos julgar nem ao menos os atos mais obscuros que nos deparamos? Seria certo o espírita se abster de qualquer opinião? Para analisarmos com mais calma cada pergunta dessas devemos primeiro lembrar que os espíritos nos indicam sempre a calma e a atitude pacifista. Isso nos “obriga” a ter uma atitude muitas vezes vista pelo mundo como covarde ou sem conteúdo. Mais importante que ter a razão é estar em paz, portanto é indispensável para nós espíritas a calma ao analisar as situações e nunca ter a arrogância de pensamento de acharmo-nos superiores a qualquer indivíduo. Somos todos imperfeitos a caminho da evolução moral numa grande família espiritual e para isso é necessário a boa convivência e o amor entre todos os membros desta família.

Muita Paz!

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