INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 20 de fevereiro de 2022

 


O Pior inimigo

Ensino espírita

Com base no conto O Pior inimigo, do livro Alvorada Cristã, pelo Espírito Neio Lúcio. Entendo que as páginas de Neio Lúcio são, em verdade, valioso curso de iluminação espiritual. Conta-nos assim o autor: Um homem, admirável pelas qualidades de trabalho e pelas formosas virtudes do caráter, foi visto pelos inimigos da Humanidade que conhecemos por Ignorância, Calúnia, Maldade, Discórdia, Vaidade, Preguiça e Desânimo, os quais tramaram, entre si, agir contra ele, conduzindo-o à derrota. O honrado trabalhador vivia feliz, entre familiares e companheiros, cultivando o campo e rendendo graças ao Senhor Supremo pelas alegrias que desfrutava no contentamento de ser útil. A Ignorância começou a cogitar da perseguição, apresentando-o ao povo como mau observador das obrigações religiosas. Insulava -se no trato da terra, cheio de ambições desmedidas para enriquecer à custa do alheio suor. Não tinha fé, nem respeitava os bons costumes. O lavrador ativo recebeu as notícias do adversário que operava, de longe, sorriu calmo e falou com sinceridade: - A Ignorância está desculpada. Surgiu, então, a Calúnia e denunciou-o às autoridades por espião de interesses estranhos. Aquele homem vivia, quase sozinho, para melhor comunicar-se com vasta quadrilha de ladrões. O serviço policial tratou de minuciosas averiguações e, ao término do inquérito vexatório, a vítima afirmou sem ódio: - a Calúnia estava enganada. Logo após, veio a Maldade, que o atacou de mais perto. Principiou a ofensiva, incendiando-lhe o campo; destruiu-lhe milharais enormes; prejudicou-lhe a vinha; poluiu-lhe as fontes. Todavia, o homem do campo incansável, reconstruindo para o futuro, respondeu sereno: - contra as sombras do mal, tenho a luz do bem. Reconhecendo os perseguidores que haviam encontrado um espírito robusto na fé, instruíram a Discórdia que passou a assediá-lo dentro da própria casa. Provocações cercaram-no de todos os lados e, a breve tempo, irmãos e amigos da véspera relegaram-no ao abandono. O servo diligente, dessa vez, sofreu bastante, mas ergueu os olhos para o Céu e falou: - meu Deus, estou só, no entanto, continuarei agindo e servindo em teu nome. A Discórdia será por mim esquecida.  Apareceu, então, a Vaidade que o procurou nos aposentos particulares, afirmando-lhe: - és um grande herói. Venceste aflições e batalhas! Serás apontado à multidão na auréola dos justos e dos santos. O trabalhador sincero repeliu-a: -sou apenas um átomo que respira. Toda glória pertence a Deus. Ausentando-se a Vaidade com desapontamento, entrou a Preguiça e, acariciando-lhe a fronte com mãos traiçoeiras, afiançou: - Teus sacrifícios são excessivos. Vamos ao repouso! Já perdeste as melhores forças! Vigilante, contudo, o interpelado replicou sem hesitar: - Meu dever é o de servir em benefício de todos, até ao fim da luta. Afastando-se a Preguiça, vencida, o Desânimo compareceu. Não atacou de longe, nem de perto. Entrou no coração do operoso lavrador e começou a perguntar-lhe: -esforçar-se pra quê? Vigilante, contudo, o interpelado replicou sem hesitar: - Meu dever é o de servir em benefício de todos, até ao fim da luta. Servir por quê? Não será melhor deixar tudo por conta de Deus, mesmo? Não se lembra de que a morte destruirá tudo? O homem forte e valoroso, que triunfara em muitos combates, começou a ouvir as interrogações do Desânimo, deitou-se e passou cem anos sem levantar-se.

REFLEXÃO:

A evolução do homem, em Espírito, o obriga a vencer muitas barreiras, muitas provas. A fonte das vicissitudes que o visitam, quase sempre se localiza dentro de si mesmo, mesmo que o incentivo possa vir de fora dele. O caminho da virtude obriga-o a superar as paixões inferiores, provenientes do seu estado de fraqueza espiritual. Enquanto os sentimentos e emoções provenientes do ser animal o puxa para trás, estacionando-o em posições ilusórias, os valores do Espírito impulsiona-o para frente, para seu destino glorioso. A fraqueza do homem aflora quando ele se deixa visitar por examinadores que testam a sua constância de propósitos. São eles: egoísmo, orgulho, inveja, ciúme, vaidade, maledicência, preguiça. O homem, de uma forma geral, reage aos impulsos exteriores ou às tentações conforme o seu estado evolutivo, deixando-se arrastar, muitas vezes, pela invigilância de suas ações. Muitas são as visitas que recebemos, e, para as quais ainda não nos preparamos para lidarmos com elas. As consequências dessas visitas serão sempre dores e vicissitudes, de maior ou menor intensidade, em função da capacidade que desenvolvemos de perceber e vigiar. Quem de nós poderia afirmar que jamais se deixou abater pelo desânimo? Quem de nós poderia dizer que jamais questionou os porquês de tudo que fazemos ou sentimos? Quem de nós poderia garantir estar preparado para os percalços da vida, sem se deixar abraçar pelo desânimo? Como lutar contra esse inimigo das trevas que nos abate sem piedade, levando-nos à autocompaixão, à inércia e à agonia? Jesus nos trouxe em seu evangelho a indicação, o caminho: “Vigiai e orai.” A oração reforça a vontade interior, predispondo o espírito à ação. Mas, por si só não basta para assegurar que não vamos cair. Mesmo com o auxílio da espiritualidade superior nos encontramos caindo quando em vez, incapazes de dominar o visitador das trevas que nos abate. Oração sem vigilância não proporciona a eficácia no combate à inferioridade. A vigilância talvez seja a ação mais importante a ser tomada por aquele que ambiciona crescimento espiritual. O conhecimento de si mesmo e o combate às fraquezas que habitam em nós, frutos da vida instintiva que ainda trazemos, ajuda a vencê-las. Reconhecer-se e caminhar para vencer a si próprio é o melhor guia para a evolução. Nossas fraquezas de hoje poderão ser nossas forças de amanhã. Bastando que ajamos no sentido de identificá-las e vencê-las. Mas nossa força de hoje pode ser nossa fraqueza de amanhã, se nos limitarmos a pensar que já somos capazes de vencer as inferioridades. As circunstâncias podem abater o ânimo do trabalhador do bem. Todos conhecemos histórias de pessoas que perseveraram longo tempo no caminho do trabalho edificante, exercitando tolerância, compreensão, amor e caridade, e, que, repentinamente, abandonaram tudo para permanecerem inertes no mundo em que vive. A humildade requerida do homem frente à Criação não implica em postura de inferioridade ou questionamento de que nada adianta fazer porque não faremos diferença. Existe certa história que bem reflete a necessidade de exercitar a fé e a ação. Contam, que certo escritor um dia recolheu-se à casa de praia para meditar sobre o significado da vida, na razão de ser de cada indivíduo. Pretendia escrever a respeito. Certa manhã, levantou-se cedo para caminhar na praia. Observou um vulto que parecia dançar na areia. Indo e vindo na direção da arrebentação do mar. Ao aproximar-se, verificou tratar-se de um rapaz que se abaixava, recolhia as estrelas do mar na areia e as devolvia ao oceano. O rapaz não se cansava de repetir aquele gesto. Chegando junto dele, perguntou: -o que fazes? Ao que ele respondeu: -a maré está baixando, e se eu não devolver as estrelas do mar que ficam na areia, elas morrerão. O escritor achou um absurdo, e lhe disse: -não vês que existem quilômetros e quilômetros de praia e milhões de estrelas do mar? Você não será capaz de fazer diferença com esse seu gesto. O rapaz, ao invés de desanimar, olhou para o escritor, abaixou-se, pegou outra estrela do mar, correu para a arrebentação e lançou-a para o oceano. Voltando para junto do escritor, disse-lhe: -fez diferença para aquela que joguei. O escritor ficou desconcertado, e recolheu-se à sua casa, não conseguindo apagar aquela imagem do jovem lançando estrelas ao mar. No dia seguinte, acordou cedo e, imbuindo-se de coragem, passou toda manhã ajudando o rapaz a lançar as estrelas de volta ao mar. Aquele que pensa que as ações humildes ou modestas do dia-a-dia não servem para nada e abandona o serviço, movido pelo desânimo, deve pensar nesta história. Por mais singela que seja a ação no bem, ela sempre fará diferença neste mundo de expiações e provas. Não se deixe visitar pelo desânimo; não se deixe abater pela contestação de suas ações. Tudo que vem de Deus é útil para a criação. Não acredite que você não faça diferença. Todos somos importantes, e todas as coisas que fazemos tem uma razão de ser. Assim, caros irmãos, façamos uma reflexão sobre o que o Desânimo pode fazer na vida do homem. Vamos nos preparar para vencer esse visitador que nos derruba quando em vez. Saibamos, pois, que podemos ser os intermediários do Mestre Jesus, em qualquer parte. Basta que compreendamos a obrigação fundamental no trabalho do bem.   “Não desprezes o dom que há em ti”.  (Paulo. I Timóteo, 4:14)

Muita Paz!

 

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