Reencarnação!
Instrumento pedagógico
Ensino espírita
O objetivo deste
trabalho é mostrar que a alma é imortal e ao corpo físico retorna quantas vezes
for necessário. Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas
num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo. A doutrina da
reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências
sucessivas, é a única que corresponde à ideia da justiça de Deus com respeito aos
homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e
fundamentar as nossas esperanças, pois nos oferece o meio de resgatarmos os
nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os
Espíritos ensinam. (Questão 171 de O Livro dos Espíritos) O que sou? De onde
vim? Por que e para que estou aqui? Qual será o meu futuro? As pessoas que não
aceitam a ideia da reencarnação não conseguem, de forma que atenda à nossa
racionalidade, responder as perguntas lá do início e explicar o motivo dos
nossos sofrimentos e das diferenças entre as pessoas. Por que razões pessoas
sofrem desde que nasceram, sem o direito à mudança de cenário e outras não?
Estes casos vistos aos olhos de uma única existência poderiam ser considerados
como frutos da injustiça de Deus que, como pai, não deu a elas as mesmas
oportunidades e condições de sobrevivência que deu a outros. Entretanto, vistos
com os olhos do Espírito, desvendamos as causas que as levam aos sofrimentos na
matéria. Na lei de justiça, os erros cometidos e os males infligidos ao próximo
devem ser reparados durante novas existências, a fim de que, experimentando os
mesmos sofrimentos, o Espírito possa resgatar seus débitos, passando a
conquistar o direito de ser feliz. A reencarnação, chave do crescimento
espiritual, é uma das leis da natureza. Só ela pode dar certeza ao homem de
onde ele vem, para onde vai e porque está na Terra. Justificando todas as
anomalias e injustiças aparentes da vida. Reencarnação quer dizer voltar à vida
material. É a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo,
especialmente formado para ele, e que nada tem de comum com o antigo, a fim de
se ajustar às leis divinas. Ninguém está aqui pela primeira vez. As pessoas
nascem, vivem, e morrem. Passam um período na espiritualidade e tornam a
nascer. Isso é um processo educativo. Nesses ciclos: mundo espiritual, mundo
material, elas vão encontrando consequências do que fizeram, obedecendo a uma
lei chamada de causa e efeito. Nós temos livre-arbítrio? Temos! Mas temos
também responsabilidades pelo que fazemos. Aqui, no mundo material, existem
códigos a serem respeitados. Por exemplo: o código de trânsito tem suas regras,
quem não as respeita é multado, e o infrator tem que pagar a multa; quem não
obedece ao código penal sofre as penas da lei. Com relação à vida espiritual, é
a mesma coisa. Quem desobedece é punido. Todo ato contrário às leis soberanas
gera desequilíbrio, a exigir reparação. Só que, muitas vezes, o efeito daquilo
que se fez não aparece de imediato. Na justiça aqui da Terra, todo mecanismo é
externo. É o guarda de trânsito que multa, é o juiz que condena. Já na questão
espiritual, esse controle é totalmente automático e interior, ele é feito pela
nossa consciência. Entre as encarnações, a consciência, aos poucos, vai
despertando e o Espírito contempla, no cenário da própria consciência, os atos
que praticou. Ele vislumbra todas as consequências que advieram de seu
proceder. E se vê tal qual é, sem ilusões ou desculpas. Alguns recalcitram no
reconhecimento da própria realidade. Esse mecanismo de causa e efeito não é
simplesmente justiça. Ele é um processo de educação. Ele nos ensina quais são
os resultados das nossas ações. Quando são ações boas, nós nos sentimos bem. E
quando cometemos algum deslize qualquer, o efeito é desagradável. Assim, nós
vamos aprendendo a caminhar na vida. Aprendendo a viver. O ponto de partida
para se entender a reencarnação é conhecer e entender a existência do Espírito,
que quando encarnado é chamado de Alma. O princípio espiritual, centelha
divina, evolui desde o momento obscuro de sua criação, sem deter-se um só
instante, conquistando com suas experiências os valores divinos do amor em
todas as suas manifestações. E, gradualmente, ele sai da ignorância e cresce em
conhecimentos e em moralidade. Mas para isto precisa do mergulho na carne, onde
vivencia experiências, aprende e interioriza valores, purificando-se para
candidatar-se aos planos sublimes da existência. Esse processo é vasto e
demanda incontáveis existências. E nesse longo caminhar, vagarosamente, o
Espírito inteira-se do teor das leis divinas, que se encontram inscritas em sua
consciência. Aquele que consegue adaptar sua vontade e seu proceder aos
estatutos divinos, apressa e ameniza sua evolução para Deus. A reencarnação é,
pois, a grande ferramenta que o Criador utiliza para ensinar Seus filhos o
verdadeiro sentido do que seja amor ao próximo. Ela é um instrumento pedagógico
para o Espírito, indispensável, pois, à sua evolução. Necessária ao duplo
progresso, moral e intelectual. Uma só existência corporal é insuficiente para
que o Espírito possa adquirir tudo que lhe falta na prática do bem, e se
desfazer de tudo que de mal há em si. Em cada reencarnação, o ser encarnado tem
a oportunidade de corrigir os erros que cometeu em outras existências.
Aceitando e concordando que somos em espírito criados à semelhança de Deus, e
que em espírito estamos destinados à perfeição, pela evolução gradativa, a
doutrina da reencarnação é consoladora, pois faz com que o homem veja seu
Criador, não como um Deus vingativo e parcial, mas como um pai amigo e justo.
Haveria grande injustiça, daquele que é nosso Criador, se ele não nos desse
chances de reparar as faltas cometidas, muitas vezes em momentos impensados,
frutos da nossa cegueira e imperfeição espiritual. Não atuaria Deus com
equidade, nem de acordo com Sua bondade, se condenasse para sempre uma criatura
por seus erros, que a ignorância a fez cometer. Ao contrário, a reencarnação
abre-nos uma porta para o arrependimento. Então, com essas informações e esses
esclarecimentos, podemos entender que a reencarnação é uma lei natural,
portanto divina, e sua finalidade é o melhoramento progressivo da Humanidade Se
nós precisamos atingir a perfeição, como Jesus nos orientou e, ao
desencarnarmos não tivermos produzido todos os efeitos de melhoria que
deveríamos produzir, evidentemente que precisamos de mais tempo para
produzi-los. Sem a reencarnação, nós não vamos compreender a nossa dor; nós não
vamos entender as diferenças sociais; nós não vamos entender por que uma
criança fica doente, e por que uns são maus e outros bons. Dentro destas
questões de desigualdade, a justiça divina fica traduzida claramente através
das vidas sucessivas. Com a ideia de que a vida começa no berço e termina no
túmulo, ou seja, uma única existência, a justiça divina se mostra injusta,
porque o criminoso não teria oportunidade de uma nova vida para se corrigir.
Com a reencarnação, nós adquirimos a luz do conhecimento, que eliminará a
sombra que existe em nós. Que possamos meditar acerca do que estamos fazendo na
nossa atual existência. A reencarnação fundamenta todo o nosso desenvolvimento
moral e intelectual. Sem ela, a existência física perderia a perspectiva de uma
vida futura, o que nos levaria ao materialismo; com ela, todo o sofrimento encontra
a sua explicação lógica, reacendendo, assim, a esperança num futuro mais
promissor. Mas, por que se combate tanto a reencarnação? Porque uma vez
admitida, implodirá toda a fundamentação das seitas salvacionistas, que
prometem ou negociam lugares no céu, perdões gratuitos dos erros, caminho único
para a felicidade, através de rituais que mais valorizam o exterior, e retiram
a atenção do essencial que é a reforma íntima. A reencarnação, ao desmentir a
necessidade de intermediários ou representantes da divindade, mostrando que
cada um pode ser o responsável pela sua "salvação", fará ruir a
exigência de remidos ou eleitos que encaminhem seguramente o crente para o
reino dos céus. O homem tem a sua consciência e ela é o seu guia. Aquele que
abdica dela e entrega a sua função a outrem, é como um cego que se deixa guiar
pelas ventanias da estrada. Templos deve haver. Dirigentes são necessários para
que a organização seja a tônica nas casas religiosas. Donos da verdade, jamais.
Vejamos, então, em síntese, que a Bíblia ensina realmente que a alma já existe
antes do momento da concepção. Em outras palavras, a alma ou o espírito é
preexistente com relação ao instante em que acontece a concepção no ventre
materno. “Antes de te formar no ventre de tua mãe, Eu te conheci; antes de
saíres do ventre materno, Eu te consagrei; profeta das nações Eu te destinei”
(Jeremias 1: 5).
Muita Paz!
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