INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 6 de março de 2022

 


Entusiasmo e Responsabilidade

O objetivo desse texto é levantar, de maneira despretensiosa, algumas questões de ordem moral e espiritual que permitam melhorar os nossos relacionamentos, a partir de um processo reflexivo sobre elas. No item 2 do capítulo XX de O Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito Constantino diz o seguinte: “Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos trabalhadores da última hora”. Daí, podemos depreender que não basta ser espírita; é preciso ser bom espírita. Para ilustrar o nosso estudo, fomos buscar no livro Pontos e Contos, ditado pelo Espírito Irmão X, uma passagem intitulada Entusiasmo e Responsabilidade. Conta-nos assim o autor: Nos primeiros tempos da nova fé, Aureliano Correia não regateava as manifestações entusiásticas. - Sou espírita, exclamava convicto, pertenço às fileiras dos discípulos sinceros da Nova Revelação. Tenho a minha tarefa a cumprir. O rapaz vivia embriagado de júbilo. Comparecia pontualmente às reuniões doutrinarias, comentava ardoroso, os ensinamentos ouvidos. Expunha projetos grandiosos, relativamente ao futuro. Instituiria núcleos de fé viva, disseminaria fundações de amor fraternal. Afirmava, sem medo, a nova atitude e prometia realizações seguras e generosas. Não se contentava em estabelecer compromissos com a fé. Aureliano ia mais longe. Referia-se ao Espiritismo na política, na filosofia, nas artes, nas ciências. Trabalharia sem cessar, dizia ele, e criaria diretrizes novas e edificações mais sólidas para o espírito humano. Continuava atravessando a região do entusiasmo fácil, quando, certa noite, no parcial desprendimento do sono, foi conduzido à presença de um de seus orientadores espirituais. O companheiro exultava. A entidade amiga falou carinhosamente, depois de abraçá-lo: - Aureliano, que o Senhor te abençoe as esperanças de redenção. Teu caminho cobre-se, agora de júbilos santos. Guardas, meu amigo, a divina lâmpada no coração. A benção do Eterno Pai segue tuas aspirações de progresso. Sê bendito e feliz, filho meu! Teu ideal de crente fervoroso será uma roseira florida no jardim do Mestre Generoso e o perfume de fé em teu espírito idealista. O rapaz chorava de contentamento e emoção. E o sábio mentor prosseguiu calmo e bondoso: - Atingirás a praia sublime da paz consoladora e, seguro na terra firme das convicções sadias, observarás, espiritualmente, de longe, o oceano revolto do mundo, embora continues em serviço de abnegação ativa a beneficio dos nossos irmãos encarnados, aflitos e vacilantes, na grande jornada, através das ondas vorazes da ilusão. Receberás consolações celestes, ao contato dos amigos espirituais que te esperam, deste lado da vida. Conhecerás a profunda alegria da luz eterna, no tabernáculo da alma crente. As dificuldades da terra surgirão aos teus olhos, na qualidade de benfeitoras. No seio das lutas mais forte, sentirão o beijo caricioso da amizade dos Servos Glorificados de Deus, invisíveis no mundo aos olhos mortais. Cada dia será uma taça de oportunidades benditas ao teu coração e cada noite um parque de claridades compassivas, onde meditarás nas Dádivas Celestes, entre a alegria e o reconhecimento. Alcançarás o bem-estar de quem encontrou o amor universal, a compreensão de todos os seres e o respeito a todas as coisas e, venturoso, estarás a caminho de esferas iluminadas, a distancia dos círculos inferiores da carne, seguindo com Jesus, amparado por seu divino amor... Enquanto a entidade fazia súbita parada, sentia-se Aureliano o mais feliz dos homens. Seria o aprendiz superior, discípulo dileto do Cristo. Não cabia em si de satisfação. O orientador devotado, porém, quebrou a pausa longa e tornou a falar: - Mas, como sabes Aureliano, não existe concessão sem responsabilidade. Alguma coisa dará de ti mesmo, para receberes tantas bênçãos. Para que te integres na posse definitiva de semelhante tesouro, é necessário que abandones a caverna dos instintos inferiores e que sejas um homem renovado em Cristo-Jesus. Não poderás perder o Mestre de vista, procurando seguir-lhe os passos, desde a manjedoura de submissão a Deus até o cuspo irônico do povo de Jerusalém, a fim de que o encontres no Calvário, a caminho da ressurreição. É indispensável seguir Jesus e Alcançá-lo, no monte do testemunho, diante dos homens e da suprema obediência ao Eterno Pai. Serás bafejado pelas harmonias celestes; entretanto, não te poderás esquivar aos sacrifícios terrestres. Receberás a tranquilidade que excede a compreensão das criaturas; todavia, para que isto se verifique, é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens! Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas, os rasgos da palavra, mas não se lembrara ainda do campo da responsabilidade e do serviço inevitáveis. Queria uma doutrina para se proteger, mas nunca pensara na fé que exige trabalho, abnegação e testemunho no bem ativo. Estava, portanto, decepcionado. Aureliano, tão expansivo nas afirmações fáceis, levantou-se da cama, profundamente amuado, arredio, nervoso. Sua mente recuava, a passos largos, nas promessas feitas. Mal não saíra de casa, a caminho do centro urbano, eis que quatro companheiros humildes lhe surgem à frente, solicitando ansiosos: - Aureliano amigo, fundamos ontem um núcleo modesto e contamos com você! Sentimo-nos cercados de necessidades espirituais e precisamos cooperadores de sua envergadura. Venha hoje à noite, não falte. Esperamos que aceite o nosso convite e que não desampare a nossa confiança! O interpelado, porém muito diferente da véspera, sem qualquer disposição ao serviço sério, e positivamente em fuga ante a ideia de responsabilidade, respondeu com secura: - Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita. E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente: - Tenho muita vontade de ser.

REFLEXÃO:

O homem, filho de Deus, criado em espírito à Sua imagem e semelhança, diferencia-se dos animais chamados irracionais pela vontade própria, pela inteligência, pelo livre-arbítrio, na escolha de seus caminhos. Cada um decide o que deseja viver e como deseja viver e, portanto, tem total autonomia de curso. Cabe-lhe buscar aquilo que deseja, esforçando-se, através do trabalho, na construção de seu próprio destino. Evolui em espiritualidade, em função das experiências vividas, das quais tira lições necessárias ao seu burilamento, ao seu aperfeiçoamento, à aquisição da luz divina. Quando encarnado, luta contra a herança milenar trazida de seu passado, que o obriga conciliar a inteligência de que é dotado com o instinto, que faz parte integrante da sua animalidade. Quando atinge determinado grau de percepção, lida com a razão, que o faz entender melhor a sua origem e a sua destinação. Aqueles que já entendem e percebem a presença de Deus em suas vidas, já conseguem avaliar melhor sua condição humana e sua evolução espiritual. O Espiritismo, cristianismo redivivo, traz para aqueles que percebem a clareza de sua doutrina um entusiasmo muito grande, levando-os ao desejo de romperem com o passado delituoso e a buscarem um futuro mais promissor em termos espirituais. Kardec diz, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que reconheceremos o espírita pela luta que ele trava com suas próprias imperfeições e pela disposição que, sinceramente, apresenta para vencer o mundo. Mas é preciso entender que a Natureza não dá saltos, e que nossos compromissos do pretérito são imensos. Assim, ninguém há de tornar-se santo da noite para o dia porque já é capaz de questionar-se naquilo que faz. O entusiasmo daquele que começa a praticar a doutrina, a acompanhar e assistir as palestras, a habituar-se às leituras das obras trazidas pelos mensageiros divinos, é sempre muito grande. A descoberta pela aplicação da fé raciocinada dos princípios e das leis que regem a vida, faz com que o iniciante busque falar da doutrina a todo instante, a todas as pessoas, e em todas as ocasiões. Alguns tornam-se até inconvenientes quando desejam modificar as outras pessoas com seus novos modelos de pensar, com seus novos paradigmas espirituais. Para essas pessoas, tudo o que ocorre é prontamente explicado à luz da reencarnação, à luz dos débitos do passado. Outros, depois de abraçarem a causa espírita, preocupam-se em rebuscar o passado, para identificarem as vidas anteriores, tornando-se, muitas vezes, presas fáceis do erro e da ilusão. Ora, se Deus quisesse que soubéssemos o que fomos, não nos teria proporcionado a misericórdia do esquecimento do pretérito. É claro que o entusiasmo é uma premissa necessária ao trabalhador da seara do bem. Entusiasmo significa alegria de sentir Deus em nós e, portanto, é a força propulsora de grandes ações. Mas apenas o entusiasmo não constrói um mundo melhor. O mundo é construído pelas ações, pelas obras, e estas requerem disposição para o serviço e, sobretudo, responsabilidade pelos resultados. Lembrando a Parábola do Semeador, é preciso perceber o terreno que preparamos dentro de nós para receber a semente do amor e da fraternidade. Se prepararmos o terreno com a terra rasa do entusiasmo inicial, a planta não vinga, e o aparecimento dos primeiros obstáculos faz com que deixemos a desejar a responsabilidade pelo serviço. Tenho muita vontade de trabalhar pela causa espírita; tenho muita vontade de ajudar ao necessitado; assim que puder, montarei um orfanato. Estas são frases bastante comuns entre nós, que já recebemos do Criador a oportunidade de discernir sobre nossa destinação. O homem velho teima em se manter ligado aos compromissos do mundo material, e inibe a ação do homem novo que deseja alçar voos mais elevados na espiritualidade. Muitos de nós desistem e dizem ser difícil tornar-se espírita no entendimento de que o espírita deve ser uma pessoa perfeita. Não digamos que temos vontade. Sejamos espíritas, lutando a cada instante para vencer a animalidade inferior que ainda mora conosco. A cada queda, a cada deslize, que sejamos capazes de reconhecer as fraquezas existentes. Peçamos força e amparo para vencermos a nós mesmos. Sim, somos espíritas e nos dispomos a servir, a trabalhar pelo bem por um mundo melhor, onde o amor se estabeleça em sua plenitude, e a misericórdia e o perdão sejam parte integrante da vida. Se somos pequenos pecadores, não importa. Que além do entusiasmo pela Doutrina Espírita, saibamos aceitar a responsabilidade pelo serviço na seara do amor e do bem. Deus é nosso pai. Jesus é nosso mestre e nosso guia. E, nós, pecadores contumazes, mas marchando incessantemente a caminho da luz.

Muita Paz!

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