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Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 13 de março de 2022

 


Olá, Amigos! Que tal começar a semana com uma boa reflexão? Para isso, vamos explanar mais um ensino espírita.

A Volta do Espírito à vida corporal

Estudo com base no Capítulo VII de O Livro dos Espíritos, “Da volta do Espírito à vida corporal”, no qual Kardec trata, dentre outros, o tópico Prelúdio da volta. E o nosso objetivo com essa análise é ampliarmos os nossos conhecimentos a respeito de como se dá o processo do retorno do Espírito ao mundo material. A ideia das vidas sucessivas, ou seja, o retorno periódico da individualidade à vida material, com esquecimento temporário das experiências anteriores, é muito antiga. Os povos da Ásia (como os hindus), da África (como os egípcios) e da Europa (gregos, romanos e os celtas) acreditavam que o Espírito do homem poderia voltar a viver na Terra em uma nova existência. Alguns deles acreditavam que pudesse vir a animar um corpo de um animal e vice-versa, teoria esta denominada de Metempsicose.

Hoje, sabemos pelo Espiritismo, que essa volta em corpo animal é impossível, pois o Espírito nunca retrocede no grau de evolução alcançado, podendo apenas estacionar. A Doutrina Espírita, doutrina cristã, assenta suas bases na crença da reencarnação. E, através dessa crença, a justiça divina começa a fazer sentido para seus adeptos, sem aquele ponto de vista de céu e inferno, que algumas religiões se baseiam. Aceitando e concordando que somos em Espírito criados à semelhança de Deus, e, que, em Espírito, estamos destinados à perfeição pela evolução gradativa do entendimento e da vivência do amor, passamos a perceber que a dádiva da reencarnação é a misericórdia de Deus para com suas criaturas. O princípio espiritual, centelha divina, evolui desde o momento obscuro de sua criação, sem deter-se um só instante.

O Espírito evolui, conquistando com suas experiências os valores divinos do amor em todas as suas manifestações. Mas para isto, precisa do mergulho na carne, onde vivencia, experimenta, aprende, e interioriza esses valores, purificando-se, para candidatar-se aos planos sublimes da existência. Somos hoje a conquista de milhares de anos em evolução. E como seres na forma de homens, fomos agraciados além do instinto que nos é próprio pela nossa herança animal, com a inteligência e com o livre-arbítrio, que nos permite discernir entre o bem e o mal, e a escolher os rumos que desejamos dar à nossa existência. O Espírito reencarna muitas vezes (seu progresso é lento) num mesmo mundo, apropriado ao seu grau de evolução, ou em mundos semelhantes (há muitas moradas na casa do Pai).

Então, vamos entender como se dá a partida do Espírito do mudo espiritual para o mundo material; vamos entender quantas coisas estão envolvidas nessa viagem, desde a preparação até o momento da partida, rumo ao desconhecido. Os Espíritos que integram o que chamamos de erraticidade, segundo os mentores espirituais, formam a imensa fila da reencarnação.  Enquanto aguardam, vivem a vida normal de Espíritos. Estudam e trabalham. Por isso, vamos refletir sobre o que Kardec nos trás de ensinos ditados pela Espiritualidade superior acerca do Prelúdio da volta. Dos questionamentos que o Codificador fez aos Espíritos que supervisionaram o trabalho de codificação da Doutrina, podemos retirar o seguinte: Os Espíritos sabem em que momento voltarão a reencarnar?

Em regra geral, não sabem quando irão passar por nova experiência na Terra. Apenas pressentem o instante, como sucede ao cego que se aproxima do fogo. Os Espíritos, já com algum esclarecimento, sabem que um dia terão que retornar a um corpo, para retomar, pelo estudo e pelo trabalho, a lenta, mas progressiva escalada da evolução. E é natural que seja assim, porque, afinal, reencarnar não depende só deles. Há inúmeros fatores envolvidos no processo. Os outros, isto é, os não esclarecidos, nem desconfiam que isso possa acontecer.  Entre eles, há os que não sabem que já morreram; e há os que, já estando conscientes disso, não sabem ou não acreditam em reencarnação; outros ainda há que não acreditam, até mesmo, na sobrevivência da alma, de que eles próprios são a prova mais definitiva, como não acreditam em Deus, nem em justiça divina.

Continuam ateus e materialistas. Isso acontece, porque a morte não transforma as pessoas. Elas continuam lá como eram aqui: com suas dúvidas, suas crenças e seus preconceitos. Por outro lado, o corpo de que se servem, o corpo espiritual ou perispírito, é tão igual ao que deixaram, aqui, que elas não percebem, no primeiro momento, que já estejam entre os chamados mortos. Alguns já aprenderam que a reencarnação é uma necessidade da vida espiritual, como a morte o é da vida corpórea. Nascer, viver, morrer, renascer são inevitáveis no processo evolutivo. Não há evolução sem reencarnação. Não adianta fugir. É lei natural emanada do Poder Maior. Logo, os que querem evoluir mais rapidamente preocupam-se com a sua reencarnação. Outros, como dissemos, nem sabem que ela existe.

E essa incerteza quanto ao futuro acaba por constituir-se numa espécie de punição. Alguns deles, quando a ignorância os domina, dando nascimento à revolta, são forçados a voltar ao corpo ainda que na inconsciência. Outros aceitam a volta, diante dos conselhos dos benfeitores da espiritualidade, mas depois se arrependem e, em muitos casos não chegam a nascer. Dai, advém o aborto espontâneo, mesmo com todos os cuidados que a futura mãe tem com seu estado de gravidez. Muitos imploraram a volta ao corpo e sentem prazer em tal viagem, sabendo que é pelas vidas sucessivas que se melhora espiritualmente. As variações são muitas, no quadro das vidas múltiplas. Outros são ainda mais cuidadosos: pedem um preparo alongado, de maneira a não servirem de motivo de escândalo no decorrer da vida na Terra.

O livre-arbítrio faculta ao Espírito apressar ou retardar a sua volta.  Apressa-a, quando, motivado por um desejo muito forte, adquire, através do trabalho edificante, créditos que avalizem seu desejo. Retarda-a quando se acovarda diante das provas. Mas os que adiam o enfrentamento da prova sofrem por isso, à semelhança do doente que recusa o remédio que pode curá-lo. De qualquer forma o adiamento não pode ser indefinido. Mesmo os que se sentem felizes no estágio em que se encontram, não podem nele permanecer indefinidamente, adiando sempre o momento de reencarnar. Cedo ou tarde sentirão a necessidade de progredir. Todos têm que se elevar: esse o destino de todos. Costuma-se perguntar se a alma que irá animar um corpo que está sendo formado no seio da mãe está a ele predestinada ou se é escolhida à última hora.

É evidente que o Espírito é, sempre, de antemão designado. Mesmo porque, conforme esclarece a Doutrina, é no momento da concepção que se estabelece a ligação entre o Espírito, que está vindo, e o corpo que começa a formar-se. E é o corpo espiritual do reencarnante que vai servir de modelo à formação do feto, conforme programação pré-estabelecida. Tudo nos exatos termos em que se projetou a nova experiência, respeitadas a lei de causa e efeito que direciona os resgates e as provas escolhidas pelo próprio reencarnante. Nada de improvisações ou acasos, absolutamente, fora de qualquer fase do processo. Em geral, cabe ao Espírito apenas a escolha das provas. O projeto do corpo está afeto a Espíritos com conhecimento especializado. 

Eles é que cuidam disso, levando em consideração o perispírito do reencarnante que forçosamente, como modelo biológico organizador que é, irá influenciar no corpo material que surgirá.  Pode, entretanto, o interessado solicitar certas imperfeições que visem a ajudá-lo a se sair bem das provas que auxiliarão o seu progresso. A união de um Espírito a determinado corpo pode, sim, ser imposta por Deus. Isso acontece nas chamadas reencarnações compulsórias, sempre objetivando a melhoria e proteção do Espírito obrigado a ela.  Seja nos casos de rebeldia irrefreável, com graves perturbações na harmonia geral, quando se aproveita a oportunidade para resgates e reconstruções perispirituais, seja nos casos em que se precisa esconder o reencarnado de seus inimigos e algozes que tornariam impossível sua vida no plano espiritual.

É comum aparecerem vários Espíritos como candidatos a tarefas importantes a serem executadas.  Desejam enfrentar certos trabalhos para colherem maiores frutos em seu aprendizado e evolução. Muitos podem pedir isso. No entanto, Deus é quem julga qual o mais capaz de desempenhar a missão a que a criança se destina.  Mas, como dissemos acima, o Espírito é designado antes que soe o instante em que haja de unir-se ao corpo. É muito solene para o Espírito o instante da sua encarnação. Não só pela bênção que isso representa, mas pela carga de responsabilidade que traz nos ombros, certo de que não só ele, mas muitas outras pessoas que estarão à sua volta, dele dependerão. Muita ansiedade envolve o Espírito prestes a encarnar. Por mais preparado que esteja, há sempre a incerteza quanto à eventualidade do seu triunfo nas provas que vai suportar na vida.

Há sempre riscos muito fortes envolvendo o nosso mergulho na carne. Daí a ansiedade e o medo. Dependendo da esfera a que pertença; se já reina a afeição, os amigos e parentes desencarnados costumam acompanhar o reencarnante no momento de sua despedida, tal como ocorre na sua volta, ao fim da existência terrena. A reencarnação assinala um grande momento na vida de todos nós. Pela oportunidade maior de avançarmos um pouco mais na estrada da evolução. O invólucro fluídico é que liga o Espírito ao gérmen. Essa união vai-se adensando e tornando-se mais íntima, de momento a momento, até que se completa quando a criança vem à luz.

No período intercorrente, da concepção ao nascimento, a ação da força vital faz com que diminua o movimento vibratório do perispírito, até o momento em que, não atingindo o mínimo perceptível, o Espírito fica quase totalmente inconsciente. É dessa diminuição de amplitude do movimento fluídico, diz Gabriel Delanne, que resulta o esquecimento. Quando o Espírito vai encarnar num corpo humano em via de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen, que o atrai por uma força irresistível desde o instante da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, esse laço se encurta. Sob a influência do princípio vital presente no gérmen, o perispírito se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, como se o Espírito, valendo-se do seu perispírito, se enraizasse no gérmen, a exemplo da planta que se enraíza no solo.

Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, está completa a união, e o ser nasce então para a vida exterior. A reencarnação é um choque biológico. A partir do momento em que o Espírito é colhido no laço fluídico que o prende ao gérmen, ele entra em estado de perturbação que aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de modo que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, ele começa a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que hão de lhes servir às manifestações. Aqueles que trazem para o mundo físico um acervo de qualidades despertadas têm a vantagem de se livrarem de muitas tentações, saindo ilesos das emboscadas das trevas, que sempre acontecem.

A reencarnação é uma necessidade da alma, como força que a impulsiona para o alto e para Deus. Os processos da reencarnação são engenhosos; no entanto, os benfeitores espirituais cuidam dessa ciência com todo o amor que podem dar aos que vão ingressar nos fluidos da carne. Nós já reencarnamos muitas vezes, e poderemos voltar muito mais, herdando a Terra como promessa da Luz. O prelúdio da volta pode ser a intuição que temos no fundo d'alma e a necessidade de crescimento espiritual. Concluindo: O estado corporal é transitório e passageiro. É no estado espiritual, sobretudo que o Espírito colhe os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação; é também nesse estado que se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há de pôr em prática na sua volta à Humanidade.

Muita Paz!

 

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