INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 4 de dezembro de 2022

 


Ingratidão, afeições destruídas!

A importância deste tema está na compreensão de uma das possíveis causas da ingratidão dos filhos ou de outras pessoas, como efeitos de nossas próprias faltas atuais ou de vidas passadas e do entendimento da evolução espiritual pelos laços de família. Muitos ingratos vão aparecer nas nossas vidas? Com certeza! Isso faz parte. Porém, temos que aprender a lidar com cada um deles, e não deixar que destruam a nossa capacidade de amar e de acreditar no amor verdadeiro e na mudança das pessoas. Haverá justificação para a ingratidão? As causas que, eventualmente, possam estar na origem de atitudes e comportamentos mal-agradecidos, acredita-se que sejam de natureza diversa e que, quaisquer que sejam os motivos, não justificam os procedimentos característicos da ingratidão: insensibilidade para reconhecer valores, sentimentos e atitudes recebidas, como, por exemplo: amabilidades, consideração, estima, amizade, solidariedade, lealdade. Falta de humildade, em certo tipo de personalidade? Esquecimento, puro e simples, de reconhecer um bem recebido? Ausência do hábito de agradecer àqueles que praticam o bem, em benefício concreto de outros? Falta de delicadeza para agradecer um simples favor? Vergonha de manifestar comportamentos suaves e atos de gratidão? Possivelmente outros motivos se poderiam invocar para os procedimentos e atitudes ingratos, ou pelo menos de não gratidão, todavia, o fato é que ela, a ingratidão, existe, se manifesta e, quantas vezes, magoa e ofende justamente quem ficaria feliz em receber o reconhecimento, um humilde sorriso generoso e sincero, um simples obrigado. Realmente, a ingratidão tem um “sabor” não muito agradável, mas não devemos permitir que ela nos abale e venha a ferir nosso caráter. A ingratidão é filha do egoísmo, pois o egoísta só pensa em si, em seus projetos e não liga para o esforço de quem o ajudou. A ingratidão é resultado de uma vida centrada em si mesmo. Muitas vezes, elas não percebem sua própria natureza ingrata. E continuam sendo ingratas vida afora. São várias as consequências negativas da ingratidão. Ela causa uma dor emocional e psicológica imensa. Nossa autoestima fica abalada, ficamos arrasados, como se não tivéssemos valor e significássemos nada para aquela pessoa. Sentimo-nos usados e tolos; desapoiados e desrespeitados. A ingratidão é considerada pelos maiores estudiosos do mundo, a mais terrível, inatural e maléfica atitude de um ser humano. A pessoa ingrata não reconhece o que fazemos por elas. Pelo contrário, ao conquistar o que desejava, parece fazer questão de apagar a página da vida onde consta o nosso auxílio quando mais precisou. E faz de conta que ninguém a ajudou a alcançar o sucesso. Gente precisa de gente, quem nunca ouviu isso? Nós necessitamos viver em sociedade, pois ninguém é capaz de viver sozinho. Quando vivemos em sociedade, colaboramos e temos a colaboração do próximo, é um relacionamento de harmonia. Os humanos sempre estão em dívida uns com os outros ou apenas agradecidos por um favor ou benefício que lhe foi dado. Mas saiba que as pessoas ingratas não percebem a característica da ingratidão, por vergonha ou por característica da sua personalidade. O ingrato não reconhece que, sem ajuda, não chegaria a lugar nenhum. Esquece com facilidade as coisas boas que lhe fizeram. Vive no seu mundo, busca apenas os seus próprios interesses. A ingratidão é falta de bom senso, de sabedoria, de visão e de humildade. O ingrato não vê o que os outros veem e nem sente o que os outros sentem, não por que não querem ou não desejam, mas por incapacidade, por fraqueza e ausência de amor. Há na cabeça do ingrato, um vazio de amor ao próximo que se manifesta permanentemente. Agora, e a ingratidão dos filhos, como superar? Dia desses, li um e-mail de uma mãe alegando sofrer demais com a ingratidão do filho. Estava ela numa cadeira de rodas, com o pé quebrado, e o rapaz, forte e saudável, recusou-se a ajudá-la. Naturalmente que, como mãe e ser humano que é, ficou chateada e começou a indagar: que fiz eu, meu Deus, para merecer filho tão ingrato, que em nada ajuda a mãe, mesmo quando ela necessita? Na visão Espírita, a ingratidão é uma prova para a nossa perseverança na prática do bem. Não nos cabe julgar os ingratos, porquanto eles serão submetidos à justiça divina. Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec pergunta na Questão 937: Para o homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade não são também uma fonte de amarguras? Os Espíritos responderam: “São; porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis; serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi. Lembrai-vos de todos os que hão feito mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram por paga a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco e impostor, e não vos admireis de que o mesmo vos suceda. Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na Terra e não atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios. E ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão”. Aqui, os Espíritos nos dizem que a ingratidão em nossos caminhos será sempre um modo de testar o nosso coração na confiança em Deus. Compete à alma não fugir do problema surgido à sua frente, mas resolvê-lo. Certamente que a ingratidão fere, por vezes até aos Espíritos de ideias nobres, no entanto, eles buscam no coração e na caridade os meios de se livrarem desse magnetismo inferior lançado pelos ingratos. Por estes, deve-se orar com sinceridade, pois, são mais sofredores e precisam da nossa compreensão. Jesus já disse antes que eles não sabem o que fazem. Verdadeiramente, a ingratidão é um teste para os nossos sentimentos de amor e somente o trabalho no bem comum, o amor e a caridade podem e têm o poder de desfazê-lo, transformando-o em alegria e desejando que o ingrato conheça a verdade. Ninguém resiste ao amor; ele é a força que transmuta o ferro em ouro, que transforma o coração que odeia, em músculo divino que ama verdadeiramente. A ingratidão vem do egoísmo, como filha de tal desvio e sai por aí ofendendo corações despreparados. Mas, quando ela encontra o amor, se desfaz pelas bênçãos de Deus, cedendo lugar ao desprendimento, filho da fraternidade, e a alma reconhece que somente Jesus tem o poder de guiar Seu rebanho para o ambiente de Deus. Não devemos desejar, mas o egoísta encontrará nos seus caminhos a percorrer corações endurecidos, pela justiça não imposta por ele, porém, pela natureza. É lei colhermos o que semearmos. Lembremo-nos dos grandes personagens que estiveram ou estão na Terra, sofrendo as calúnias dos ingratos e que, no entanto, continuam amando a todos eles. São felizes, por postarem-se acima do mal, das injúrias e da maldade. Devemos, então, copiar os seus procedimentos; essas almas se encontram em todas as religiões, nas ciências e filosofias espiritualistas. São cidadãos universais, que já não usam como capas nenhuma das condições humanas, mas somente o amor, a caridade. As suas vidas são o Evangelho aberto, qual a natureza a nos dizer, para tudo e para todos, da paz de Deus. São como a chuva e o sol, o ar e a água. Não escolhem por onde passam para fazerem o bem, sendo eles o próprio bem circulando pelos canais do Cristo. Para consolo dos que são apedrejados, é bom nos lembrarmos de que Jesus, quando andando na Terra, amando, foi injuriado, apedrejado, cuspido, interpretado como salteador e inimigo, mas que nunca se desviou do Seu roteiro, e para provar a certeza que Ele tinha de amar, cedeu Sua vida na cruz, eternizando o bem e ainda perdoando a todos sem julgá-los como malfeitores, entendendo que aqueles que O agridem não sabem o que fazem. Portanto, não devemos nos admirar que aconteça o mesmo conosco; são testes por que devemos passar, dando-nos segurança por dentro, para nossa missão junto aos que ignoram a paz. Não precisamos mais de recompensa, a não ser o bem que fazemos aos outros. A nossa consciência responderá pelo que semeamos. Se o céu, como diz Jesus, está dentro da alma, devemos buscar esse céu do modo que a lei determina, e sentiremos a felicidade penetrar em nosso coração. A ingratidão, de certa maneira, é uma prova para a perseverança no bem e oportunidade para o perdão, esquecendo as ofensas. Sejamos fortes em Deus e brandos em Cristo, que o resto vem por acréscimo de misericórdia, e quando a luz acender em nosso coração, por muito amarmos, estaremos livres de todas as investidas daqueles que nos respondem pelo bem que fazemos pelas ingratidões. Novamente falamos: Eles não sabem o que fazem. O Espírito Santo Agostinho trata no tópico “A Ingratidão dos filhos e os laços de família”, em O Evangelho segundo o Espiritismo, e dá-nos sábias lições. Destaca que a ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Diz-nos o Espírito Agostinho que Deus não faz provas superiores às nossas forças, e que podemos vencer o complicado desafio da ingratidão dos filhos. Ele Indica para deixarmos de olhar apenas o presente e voltarmos os olhos ao passado para, com a ideia das múltiplas existências, encontrarmos um consolo e forças para prosseguir. Pois bem, não é tarefa fácil deixar de esperar reconhecimento, ainda mais de alguém tão ligado a nós pelos laços do coração e do sangue, como os filhos. O próprio Agostinho reconhece como são complicados os assuntos pertinentes ao coração. Muito mais difícil enfrentar a ingratidão do que a mesa escassa. Seria mesmo grande ingenuidade considerar que não brotará um mínimo de decepção no indivíduo que recebe a indiferença, quando não a aversão de alguém tão querido. Entretanto, vale lembrar que estamos no Planeta Terra, orbe de provas e expiações, e, portanto, o impossível é Deus errar. Logo, ingratidão, venha de quem vier é sempre algo possível e até comum de acontecer. Aliás, eis a vida mostrando isto em todos os instantes. O grande ponto é aprendermos a lidar com ela, a ingratidão, principalmente dos mais caros a nós. Ou, melhor, iniciarmos o processo de não esperar nada, absolutamente nada de quem quer que seja. Como fazer isto? É um trabalho íntimo que requer muito esforço, porém, é possível realizá-lo. Evoluir de tal modo que nosso agir seja sempre no bem, independentemente do que outras pessoas irão pensar ou falar, até porque isto não nos diz respeito. Treinar o desapego do reconhecimento, pois será isto que nos dará a independência do “Obrigado”. E buscar modificar a visão de caridade. A caridade que praticamos, o amor que doamos, as provas de renúncia e abnegação, o suor que vertemos em benefício alheio, em realidade, ajuda muito mais a nós do que ao outro, pois somos sempre os primeiros beneficiados pela caridade praticada. É como consta em O Evangelho segundo o Espiritismo, na mensagem de Lázaro denominada “O dever”. O dever, em primeiro lugar, é para comigo, depois com o outro. Ora, se o dever é para comigo, então, vou estender minha mão ao outro, pois será assim que trabalharei pela minha própria evolução. Quem acende em si a luz da caridade ilumina quem está ao redor e jamais ficará imerso nas trevas. Portanto, agradecer é dever de quem recebe, mas nem todos cumprem o dever. Entretanto, não esperar gratidão, reconhecimento ou mesmo um mero obrigado é o antídoto para livrar-se da decepção. Tornar a prática do bem um hábito, de tal modo que dia chegará em que agiremos no bem sem perceber, e de forma tão espontânea que agradeceremos quando recebermos e não cobraremos quando beneficiarmos. Assim, livres de nos sentirmos vítimas da ingratidão alheia, seguiremos nosso caminho sempre fazendo o bem, não por recompensa, mas porque é um hábito que adquirimos com muito treino e vontade de gozar um pouco de liberdade que só o bem nos concede. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano. Kardec, em “O que é o Espiritismo”, expressa: “Se admitirmos a Justiça de Deus, não podemos deixar de admitir que esse efeito tem uma causa; e se esta causa não se encontra na vida presente, deve achar-se antes desta, porque em todas as coisas a causa deve preceder ao efeito; é, pois, necessário que a alma já tenha vivido, para que possa merecer uma expiação”.  Nada é por acaso! Pelos ensinos dos Espíritos Superiores, sabemos que as vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e provas para o futuro, embora o ser não conheça os atos praticados em existências anteriores. Se suportarmos com resignação as expiações e provações depuramo-nos e elevamo-nos. As naturezas das vicissitudes e das provas podem indicar o que fomos e fizemos, do mesmo modo que julgamos os atos de um culpado pela falta que lhe infligimos. Nesse sentido, o Espiritismo esclarece uma das possíveis causas da ingratidão dos filhos. Depois de uma existência, o Espírito leva consigo as paixões e as virtudes inerentes à sua natureza e aperfeiçoa-se no Espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. O Espírito cheio de ódio e desejoso de vingança revolta-se com a ideia do perdão. Contudo, este ser infeliz, após anos de meditações e preces, aproveita a oportunidade de um novo corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos pelo seu planejamento reencarnatório permissão para lá viver uma nova chance de progresso. Pelo planejamento reencarnatório, se retornar como pai ou mãe, pedirá para reparar a sua falta perante o filho, a fim de ter melhor cuidado com ele. Entretanto, mergulhados na vida corpórea, os Espíritos perdem as lembranças do passado, das faltas e dos erros, mas trarão os traços dos sentimentos inferiores de forma instintiva. Os ressentimentos de existências anteriores provocam certos ódios e repulsas instintivas de filhos, dos pais, aparentemente injustificáveis. Por outro lado, como pais, temos a missão de cuidar e educar os filhos, corrigindo os possíveis desvios ou as más tendências, inclusive corrigindo a nós mesmos. Se não cumprir a sua responsabilidade de pai ou mãe, conduzindo seu filho para o caminho do bem, por sua culpa, o terá entre os Espíritos sofredores. Por isso, não condene o filho ingrato, pois um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido. Um ou outro veio para perdoar ou expiar. A ingratidão do filho será para os pais, nesta vida, o começo de uma prova. Se não tiver êxito, Deus dará o consolo, pois um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. A bondade de Deus nunca fecha a porta. Agradeça a Deus, sem queixas e com paciência, a oportunidade dada para vencer a prova, suportando a ingratidão do filho. Pelos laços de família, que constitui uma lei da Natureza, tem-se a oportunidade de aprendizado e evolução, tendo por fundamento o amor e a união, congregando ideais, sonhos, árduas tarefas, sofrimentos e valores. Arraigada em vidas passadas, a família é formada por agentes diversos, que se reencontram afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes, os reajustes e os resgates indispensáveis. A família pelos laços espirituais fortalece-se pela purificação e se perpetua no mundo espiritual através das várias migrações da alma, porquanto na reencarnação o Espírito vem do espaço para progredir e as associações familiares na Terra têm as suas funções educadora e regenerativa. A proposta da evolução não é gerar apego, mas promover e ampliar a família no sentido do amor fraterno universal. A semente a ser plantada é a do amor incondicional, sem nada esperar em troca. A recompensa será a satisfação de ver os filhos trilhando o caminho do bem. Quem ama de verdade já está recompensado. Por tudo isso, acolha e auxilia os filhos. Não julgue o filho ingrato. Depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que poderão salvar outros. Faça o bem conscientemente, para qualquer pessoa, mesmo para quem lhe trata mal, pois isto será um tapa na maldade e pode curar, no mínimo você mesmo. Ajude sem esperar que as pessoas lhe agradeçam, sem contar com gratidão. Às vezes ela virá. Mas muitas vezes não. O que importa é que você ajudou a aliviar o sofrimento de alguém e sabe disto, tem consciência de que o que você fez realmente tem um valor de ajuda. Pensemos nisto!

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

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