Algumas notas
sobre a Salvação
Dentro do
contexto religioso sempre houve acentuada preocupação sobre a tão desejada
salvação. Há inúmeras citações na Bíblia sobre o tema, contudo, assim acredito,
bem poucos sabem como de fato salvar-se ou mesmo por que salvar-se? O tema é de
vivaz interesse entre os religiosos, obviamente, afinal, quem não almeja ser
salvo para sentar-se à direita do Pai? A Soteriologia é o estudo da salvação
humana. As religiões oferecem suas várias interpretações para a salvação
humana, cada qual baseada em preceitos específicos. A Soteriologia é justamente
o estudo que se faz sobre esses tipos de salvação, avaliando suas condições. O
cristianismo, por possuir diversas ramificações, possui também diversas
elaborações sobre a salvação do homem, embora o caminho básico seja a vida de
Jesus Cristo. Mas, além disso, está em questão também como Deus seleciona os
condenados e os redimidos, considerando seus pecados. A partir daí, em cada
vertente do cristianismo aparece um novo acréscimo do caminho percorrido para
salvação humana. No caso do Catolicismo, a Igreja Católica é o grande canal
condutor da salvação. O homem deve se unir a ela em sua busca de santidade e na
prática de seus sacramentos na expectativa da salvação. Já os protestantes
também possuem suas ramificações religiosas, o que os divide em novas formas de
encarar a salvação humana. Alguns acreditam no amor incondicional de Deus e,
por isso, bastaria a fé em Jesus Cristo para salvação. Aqueles que escolhem
crer e suportam essa posição até o fim alcançam a salvação almejada. Outros
acreditam que Deus não permite salvação a todos. Além disso, seria condição
inerente aos humanos serem pecadores em função do pecado de Adão e Eva no
paraíso. Neste caso, o homem não tem poder nenhum sobre o processo de salvação,
seria uma decisão unicamente de Deus. Há aqueles preconizando salvação pelo
sangue de Jesus, contudo, se assim fosse, todos os cristãos já estariam salvos,
em razão do sangue do Justo já ter sido derramado há bom tempo. O sacrifício do
Mestre foi inigualável, contudo, apenas o sangue Dele não poderá nos conduzir à
salvação. Se a salvação for certa e inquestionável, após a vida atual,
religiosos e mesmo os materialistas serão salvos, mesmo se não o desejarem,
portanto, perde-se tempo lidando com a matéria, seria uma questão de lógica:
como todos se salvarão, por qual razão se preocupar precocemente com o assunto?
Por outro lado, se a salvação é incerta, precisamos descobrir como a
conquistaremos, considerando evidentemente nosso desejo em sermos salvos. E
mais, se existe a possibilidade de não nos salvarmos, é possível imaginar
alguns sendo salvos enquanto outros não, desta forma, haverá integrantes dentre
as famílias separados definitivamente pela eternidade afora, proposta pouco
alentadora. Além disso, se almejamos ser salvos, como faremos para alcançar a
salvação o mais rápido possível? Como se nota, são muitas as interrogações.
Estudando a Doutrina Espírita, compreendemos que Jesus não morreu por ninguém
ou para salvar alguém do Inferno. Sua morte não significa a nossa salvação, e
nem o perdão “adiantado” dos erros que cometemos. Jesus, o Espírito mais
evoluído que já esteve na Terra, encarnou e viveu neste Mundo por amor a nós, para
exemplificar o amor, o perdão, a caridade, a fé, sendo “o modelo e guia, o tipo
de perfeição moral a que se pode aspirar na Terra”, definição essa contida na
questão 625 de O Livro dos Espíritos. “Pelas obras é que se reconhece o
cristão”, pois se apenas a fé salvasse o indivíduo, de que valeria a caridade,
a reforma íntima, o trabalho no bem? Qualquer um que se arrependesse de seus
erros antes de morrer seria salvo e iria para o Céu, mesmo se tivesse sido um
ladrão ou assassino? E onde estaria, nesse caso, a justiça de Deus, que oferece
tempo para alguns se arrependerem, enquanto que a outros arrebata do corpo
físico sem a oportunidade de repensarem suas atitudes? Quando tomamos consciência do cometimento de
uma falta, o arrependimento é importante, porém, ele não necessita de um rótulo
religioso, mas sim ser complementado pela expiação e pela reparação do erro
cometido. Expiação são os sofrimentos físicos e morais consequentes do erro; e
a reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal,
apagando assim os traços da falta e suas consequências. A Doutrina Espírita
elucida que a salvação de cada um, entendida como evolução espiritual, que é
destino de todos os Espíritos criados por Deus, depende exclusivamente de si
mesmo, e ocorre a partir da transformação moral, pois “fora da caridade não há
salvação”. Assim, somente através da reforma íntima é possível salvar-se do
comodismo, da indiferença, da omissão, da descrença, transformando a fé e a
confiança em Deus em obras de amor e paz. Sendo o Céu um estado íntimo,
construído pela consciência tranquila, e não um lugar de ociosidade e
contemplação, o Céu de cada um só pode ser construído por ele mesmo, através de
pensamentos, palavras e atitudes que revelem seu estado íntimo de constante
aprimoramento espiritual, esforçando-se por tornar-se cada vez mais solidário,
mais caridoso, mais parecido com Jesus. A interpretação espírita da salvação
existe, e é voltada a orientar o Espírito a bem se conduzir na vida, do ponto
de vista ético e moral, garantindo assim um futuro melhor nas muitas
existências vindouras. Não obtendo sucesso nesta empreitada, o Espírito colherá
os frutos amargos de suas escolhas, passando por sofrimentos e apreensões
intermináveis, do seu ponto de vista, sendo estas, contudo, totalmente
dispensáveis, pois só surgem pelo mal proceder. Entretanto, este conceito
espírita não se baseia no entendimento do inferno ou do céu como aceitam
algumas tradições religiosas, porquanto, segundo a ótica espírita, o inferno e
o céu podem realmente existir, porém, dentro de cada um de nós, em função de
como vivemos, não contemplando a existência de um local no Universo onde todos
os não salvos seriam enviados, sem direito a de lá sair, e, por oposição, outra
localidade no Universo onde todos os salvos permaneceriam, convivendo com Deus
pela eternidade afora. A salvação espírita ocorre quando o Espírito observa os
preceitos morais contidos nas leis divinas, assim agindo, não haverá temor no
pós-morte, tampouco haverá vergonha, inquietação, nem ranger de dentes. Por
outro lado, mesmo se o Espírito não seguir na totalidade os mandamentos morais,
ele não será irremediavelmente condenado, sofrerá as temporárias consequências,
voltará e prosseguirá a sua jornada até alcançar a perfeição. A propósito, na
nossa faixa evolutiva, não há qualquer Espírito em condições de observar
rigorosamente todos os preceitos morais de forma continuada, só Espíritos de
elevadíssima evolução podem fazê-lo, como estamos muito distantes desta
condição, todos nós ainda oscilaremos entre o cumprimento e o descumprimento
dos deveres morais, uns mais, outros menos. Ainda dentro da visão espírita,
como dito anteriormente, ninguém se perderá definitivamente, todos alcançarão
uma relativa perfeição, contudo, este trilhar será diverso, uns chegando à meta
primeiro, outros mais tarde, mesmo considerando dois Espíritos criados ao mesmo
tempo, pois cada qual agirá por si mesmo, acertando e errando em momentos
diversos de suas caminhadas. Estes sucessos e insucessos da jornada
determinarão o tempo necessário para se conquistar o galardão definitivo de
Espírito puro, contudo, é certo, mais cedo ou mais tarde, todos alcançarão esta
meta. Conclui-se ser esta proposta eminentemente consoladora, possibilitando a
qualquer Espírito terminar a sua jornada evolutiva com aproveitamento e, ao
final, “sentarem-se” todos à direita do Pai. Desta forma, a salvação espírita é
uma realidade, mas enquanto não alcançamos a condição de pureza, representa uma
salvação provisória. Para um determinado período na longa existência, é
necessário sempre agir no bem para sempre se “salvar”, a cada nova existência,
não é uma salvação definitiva, esta só ocorrerá ao final da jornada. Enfatizamos
uma vez mais, mesmo trilhando o caminho do mal, não há destinação perpétua de
sofrimento, de fato, no próprio texto sagrado, a Bíblia, há pelo menos duas
passagens opondo-se por completo à base de sustentação do conceito de inferno
eterno, e foi o nosso Maior Mestre quem as formulou: 1. Eu te digo, não sairás
de lá antes de pagares o último centavo. Esta passagem confirma sermos nós
mesmos a quitar as nossas próprias dívidas, e também ser perfeita a justiça
divina, permitindo ao devedor pagar integralmente o seu débito. Observa-se
ainda nessa afirmação do Nazareno a certeza de que, ao quitarmos o último
centavo, nós estaremos livres das obrigações a pagar, não nos restando mais
nada a saldar, derrubando por completo a tese das penas eternas, e quanto mais
rápido pagarmos, mais rápido sairemos da “prisão”, pode-se também inferir do
texto; 2. Que vos parece? Se um homem possui cem ovelhas e uma delas se
extravia, não deixa ele as noventa e nove nos montes e vai à procura da
extraviada? Se consegue achá-la, em verdade vos digo, terá maior alegria com
ela do que com as noventa e nove que não se extraviaram. Assim, também, não é
da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
Ora, se nenhuma ovelha se desencaminhará para a perdição eterna, pode-se
entender “extraviar-se” desta forma, não há também como imaginar um local ou
região de sofrimentos perpétuos, abrigando todos os faltosos que não quitaram
as suas respectivas dívidas. Ressalta também deste ensino não haver falta
irremissível, ou seja, não existem pecados capitais. Esclarece ainda a Doutrina
sobre a existência de um mecanismo sábio e justo viabilizando a caminhada para
a salvação plena: a reencarnação. Segundo esta lei, viveremos em mundos
materiais até não existir mais nenhum resgate, após estas muitas vidas
encarnados, só reencarnaremos em missões significativas em prol do progresso da
Humanidade. Esta lei dá plena sustentação na afirmação de Jesus: todas as
ovelhas serão salvas, sem exceção. Por outro lado, a salvação espírita não nos
conduzirá a um céu de contemplação, onde passaremos a eternidade escutando
melodiosas harpas e saboreando frutas frescas ao lado do Criador; esta
concepção é infantil e irreal, nos salvaremos para trabalhar mais junto a Deus,
cumprindo as Suas deliberações que, nesta fase das nossas existências, serão
perfeitamente entendidas, aceitas e desejadas. São muitos os que estão ligados
à preguiça ou à acomodação, transferindo deveres que apenas eles podem cumprir.
A religião é um dos alvos mais comuns desses transferidores de
responsabilidades. Por desconhecerem o verdadeiro papel da religião,
transformam-na em uma instituição paternalista, com o poder de intermediar
junto ao Criador um tratamento diferenciado para os seus seguidores: isenção do
compromisso de lutar para evoluir. Tal ilusão, tornada realidade, feriria
frontalmente as afirmativas de Jesus contidas em João 5:17. Estas verdades, sem
sombra de dúvida, descartam qualquer mérito para os que aderem à lei do menor
esforço, inoperantes, à espera de desmerecidos privilégios, como se as leis
divinas fossem espelhadas nas leis humanas. A religião tem muito a oferecer
para a nossa formação espiritual, mas podemos compará-la muito bem a uma luz
que se acende iluminando o caminho que devemos seguir; todavia, é necessário
que nos submetamos ao esforço da caminhada. Ainda que muitos busquem na
religião a fórmula mágica para a salvação, não podemos esquecer que a salvação
nada mais é que a libertação da criatura com relação às forças deprimentes dos
vícios que a aprisionam. De forma que, sem desconsiderar a importância da
religião como coadjuvante desse processo de libertação, o êxito depende
exclusivamente do firme propósito da vítima para se libertar. Ou seja, a
religião influencia, porém a libertação (salvação, como é conhecida por algumas
religiões), é determinada pelo esforço de quem deseja libertar-se. Todo
processo de libertação do Espírito realiza-se de dentro para fora, sendo,
então, um processo de autolibertação. O bom senso nos conduz a este raciocínio
e tomamos como referencial as inolvidáveis lições contidas nos Evangelhos.
Destaquemos as lições de vida que nos foram transmitidas por Judas e Pedro.
Ambos beberam da água especial que Jesus prometera à samaritana: “Mas aquele
que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der
se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. Judas, escravizado
à sede de poder e a resultados imediatos, entregou Jesus, e, atormentado pela
culpa, aniquilou-se através do suicídio. Todavia, Pedro agiu de forma
diferente; incitado pelo medo, negou ser discípulo do Mestre; reconhecendo,
entretanto, o equívoco cometido, entre escravizar-se à culpa e reparar o erro, optou
pela reparação, transformando-se em um dos baluartes do Cristianismo. Por que
essa diferença de resultados? Será que Jesus salvou Pedro e desprezou Judas? De
Jesus jamais poderíamos imaginar um tratamento diferenciado, que nos fizesse
concluir que Ele amava Pedro mais que a Judas. No entanto, Jesus já havia
oferecido lições importantes, para compreendermos este aparente paradoxo, a
parábola do semeador: “E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que
ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a
palavra, e ela fica infrutífera. Mas o que foi semeado em boa terra, este é o
que ouve a palavra, e a entende; e dá fruto, e produz cem, outro, sessenta, e
outro, trinta”. Judas
representou muito bem a terra invadida pelos espinheiros e Pedro a boa terra,
que produziu frutos. Sem que desconheçamos a excelente semente plantada por
Jesus, como Judas não se dispôs à autolibertação, Jesus não usou do seu poder
para violentar-lhe o processo natural de evolução. O Mestre já fizera
referência ao conhecimento da verdade, como instrumento indispensável para a libertação.
Porém, o conhecimento da verdade não acontece repentinamente, ou por imposição:
é um processo que se vai completando através das sucessivas reencarnações. Sob
a ação do tempo e o esforço de aprender, Judas não poderia ser diferente;
conheceu a verdade e através dela libertou-se. Ante o exposto, por que nos
iludirmos com o canto de sereia da salvação gratuita sem esforço e,
consequentemente, sem mérito? Não podemos olvidar o perigo que representa a porta
larga das facilidades. Fé improdutiva e salvação gratuita não constam nos
ensinamentos do Mestre, que deixou claro que cada um receberia de acordo com as
suas obras. Fuja da infantil ilusão da salvação pela graça. Conta o vulgo
popular, que determinado indivíduo, avesso a qualquer ideia espiritualista,
espera se esquivar da justiça divina com as mesmas artimanhas que tem usado
para ludibriar a justiça terrena. Com este objetivo, para que Deus perdoe suas
falcatruas, subornos e adultérios, imagina em se converter a uma das várias
religiões tradicionais que aceitam e pregam a ideia da salvação pela graça.
Imagina que, ao entrar na velhice, basta se arrepender, pedir perdão,
encomendar algumas orações e pronto:se não for para o céu, pega no máximo um
purgatoriozinho transitório. Afinal, Jesus teria morrido na cruz para pagar
pelos pecados de todos nós, incluindo os bilhões de criaturas que viveram há
dois mil anos e, de lá para cá, até os dias de hoje. Quer dizer, o justo paga
pelo pecador, até por antecipação, e Deus ingenuamente aceita essa troca de papéis
com toda a indiferença. Quanta simploriedade nessa crença! Até faz lembrar um
outro costume vigente quando Jesus andava na Terra. Naquele tempo, Deus
perdoaria os erros humanos através do sacrifício de animais pelos sacerdotes de
Jerusalém. Se o pecado fosse grande, a oferenda tinha que ser um animal de
grande porte, como um boi, para que Deus se desse por satisfeito. Entretanto,
se o pecado fosse de porte médio, um desfalque nas finanças públicas, por
exemplo, o sacrifício de um carneiro já resolveria a situação.E se fosse um roubozinho menor, aí o abate de uma pomba-rola era o
suficiente para aplacar a suposta ira de Deus. Todo o questionamento era então
proibido e considerado heresia, os homens estavam impedidos de raciocinar e de
expressar a sua desconformidade. A fé era imposta pelo medo, sem maiores
explicações, ou crê ou morre. Naturalmente, com o decorrer dos séculos, todos
esses absurdos, dogmas e contradições foram enfraquecendo as religiões que
antigamente exerciam poderosa influência sobre a sociedade. E agora, ao
perderem terreno, elas se voltam contra o Espiritismo, o consolador prometido
por Jesus, que no tempo previsto vem explicar tudo o que o Evangelho apresenta
sob a forma de alegorias, já que a humanidade de então, rude e ingênua, não estava
apta a compreender toda verdade. Aliás, foi o próprio Jesus quem assegurou:
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Evangelho de João, 8:32).
Libertará de quê? Do erro, da ignorância e das vidas sucessivas, pois, uma vez
resgatadas as nossas faltas e aprendida a lição do perdão e do amor ao próximo,
não teremos mais a necessidade de reencarnar no plano material. Alguém sem
religião pode se salvar mais fácil do que o beato? A Igreja dizia que fora dela
não havia salvação, o que era fruto do seu atraso evolutivo da época. Esse erro
e outros, como o absurdo inferno imaginado por Dante Alighiere na sua “Divina
Comédia”, eram aceitos pela Igreja até princípios do século XX. Mas alguns
desses ensinos errados ainda são aceitos até hoje por parte de evangélicos e
católicos de pouco esclarecimento sobre a verdade, os quais estão frontalmente
contra os postulados cristãos verdadeiros, pois discriminam e, às vezes, até
ofendem quem não comunga com suas ideias religiosas “vencidas”, o que é
lamentável! O inferno bíblico figurado, como o é o purgatório da Igreja, é
elogiado por Kardec por ser temporal. De fato não podemos pecar “eternamente”
e, consequentemente, não podemos também pagar “eternamente”, o que seria
injusto. Nós seremos medidos, mas na mesma medida com que tivermos medido
(Mateus 7: 2). E Jesus diz que temos que pagar tudo até o último centavo
(Mateus 5: 26), mas, pago o último centavo, estaremos quites com os nossos
pecados, o que joga por terra, totalmente, as tais de “penas eternas”. A justiça
divina é perfeita. E, assim, ninguém paga mais do que deve. E o pagamento ou
carma de sofrimento não é castigo de Deus, mas disciplina, para que entendamos
que, de acordo com essa lei inexorável de causa e efeito, nós colhemos o que
semeamos (Paulo em Gálatas 6: 7). Se quisermos, pois, um destino feliz,
pratiquemos, então, o bem e o amor incondicional evangélico, que nos recomenda
a prática desse amor até para com os nossos inimigos (Mateus 5: 44). E é só
assim que, um dia, poderemos conseguir passar pela difícil “porta estreita”,
símbolo de nossa salvação ou libertação que nos foi dado pelo próprio Mestre
dos Mestres que veio, exatamente, para nos ensinar a verdade que nos liberta,
tirando-nos, pois, da nossa atual escravidão do mal. As pessoas que ainda vivem
o cristianismo medieval, que, oficialmente, vai até princípios do século XX,
não foram e não são cristãos verdadeiros, embora os seus adeptos pensassem e
pensem ainda o contrário. E os erros do cristianismo do passado são
justificados pela ignorância e o atraso evolutivo da humanidade da época. Mas
hoje, não se justificam mais, pois as portas da verdade esclarecedora do
evangelho estão aí escancaradas, e só não entra por elas quem não quiser! A
crença numa religião exclusivista, ou seja, aquela que considera como
verdadeira e salvadora somente a nossa e que as outras levam à condenação é
completamente errada, pois o que nos salva mesmo é a prática do amor a Deus
sobre tudo e ao nosso semelhante no mesmo grau em que nos amamos. E esse amor
está presente em todas as religiões e é o que nos ensina com maestria o excelso
Mestre: Conhecereis meus discípulos por se amarem uns aos outros (João 13: 34 e
35), e não, pois, por terem ou deixarem de ter uma determinada religião, o que
lembra a conhecida frase de Kardec: “Fora da caridade não há salvação”.
Muita Paz!
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é
levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das
leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
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