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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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quinta-feira, 21 de abril de 2022

 


Reflexões sobre o Carnaval

Este é um tema bastante polêmico para nossa reflexão. Estamos em pleno Carnaval, festa de grande apelo popular aqui no Brasil, voltada unicamente para a materialidade, e esperada com grande animação por muitos. E, como acontece todos os anos, vem à tona o questionamento sobre a conveniência de participar ou não das festividades. De início, devo esclarecer que não sou nenhum moralista, nem sou daqueles que tentam manter as janelas fechadas, a todo custo, para não ouvir o “bumbum paticumbum prugurundum”, muito menos sou contra a alegria. Num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não posso deixar de comentar esses desatinos. Apenas constato o que ocorre nesse tipo de festa e informo as orientações espirituais que nos são trazidas pelos benfeitores espirituais. Ninguém tem dúvida de que o carnaval é uma festa de grande apelo popular. Momentos de alegria são desfrutados por aqueles que apreciam o folguedo. Ao longo dos séculos, as comemorações carnavalescas, desde gregos e romanos, entraram pelo calendário cristão, sempre com a característica da licenciosidade e da falta de limites. Principalmente no nosso país, esses festejos, cada vez mais, se adentram pelos descaminhos da luxúria, dos falsos prazeres, da violência, dos vícios, alimentando a falsa ideia da necessidade que as pessoas têm de extravasarem seus contidos desalinhos comportamentais. Quando se fala desse festejo, acendem-se os ânimos, os defensores e os críticos se manifestam. Claro que as opiniões variam. Uns, dizem que é festa perniciosa. Outros, dizem que é alegria, que se trata de uma festa para o povo colocar para fora suas emoções guardadas, as angústias contidas durante o ano que passou, um dia de contos de fadas; dia em que a alma dança, e o coração se enche de euforia. O carnaval é uma dessas festas que costuma ser chamada de folia, que vem do francês folie, que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão. Hoje, essa festividade adquiriu o conceito de que é lícito ser irresponsável durante a folia. A palavra carnaval significa desvio, anormalidade, fantasia, descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode observar o que há de mais profundo, de mais primitivo em si mesmo. Infelizmente, os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões. É preciso não esquecer que comportamentos inadequados devem ser evitados nesses instantes de alegria, que podem ser usufruídos sem que se deixe levar pelo desequilíbrio nem pela euforia exagerada. Além de uma festa popular, o carnaval é também uma manifestação tradicional de cultura, que vem sendo mantida desde longa data. Mas, infelizmente, o tempo e a tolerância da sociedade em geral fizeram com que o que era uma manifestação singela de alegria popular se transformasse num festival de exibicionismo exacerbado, onde tudo é permitido em nome de uma falsa felicidade, que tem data certa para terminar. São atitudes desregradas e impensadas que, muito frequentemente, resultam em tristeza e dor por muito mais tempo que os poucos dias de folia. Na literatura encontramos uma frase da Idade Média, de que “Nada aconteceria se as pessoas enlouquecessem uma vez por ano”. Hoje, estamos próximos dessa frase, só que, não por um dia, mas por muitos. Agora são três dias ou mais de loucuras, sob a denominação de “Tríduo Momesco”, ocasião em que os foliões vão da mais histérica e hilária alegria ao caos total, despertados pela tresloucada folia. Dizem, também, que tudo isso decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas, também, da orgia e depravação, levam algumas pessoas a se comportarem fora do seu normal. É a exibição de corpos desnudos, aparentemente felizes por fora, mas, muitas vezes, infelizes por dentro, completando a ilusão da riqueza, do poder e do luxo, em efêmera extravasão de uma fugaz alegria. Muitos jovens e adultos, também, transtornados pela música hipnotizante e frenética, caem nas armadilhas das drogas alucinantes. Será que vale a pena? O Carnaval passou a ser um veículo para desaguar caracteres tortuosos da alma. São atitudes desregradas e impensadas que, muito frequentemente, resultam em tristeza e dor por muito mais tempo que os poucos dias de folia. As pessoas desrespeitam o santuário do corpo, abusando das faculdades que lhes foram dadas. Entregam-se aos prazeres materiais sem a capacidade de perceberem sua essência de Espíritos eternos. O culto à carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. E o mais doloroso disso tudo, em razão dos excessos, é o fato de tantos males físicos e morais ocorrerem, atingindo o ser humano no que ele tem de mais sagrado: o respeito a si mesmo. É evidente que muitos vão para o Carnaval sem intenções malévolas. Vão para se distraírem, para relaxarem das tensões, das preocupações que lhes ocupam o dia a dia. E ingenuamente julgam que não há nenhum mal em participarem, pois não fazem nada de errado. O forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon, guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”, que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos carnavalescos encarnados. A carne é fraca, dizem alguns, para justificarem seus erros e fraquezas, atribuindo à fragilidade do corpo físico a ausência de disposição para resistirem às tentações que essa festividade pode proporcionar. É claro que esta é uma justificativa inaceitável, que de modo algum legitima os excessos eventualmente cometidos (é o Espírito quem dá à carne as qualidades correspondentes ao seu estado evolutivo e não o contrário. Então, não pode o homem assim escusar-se de seus erros alegando fraqueza da carne). Indiscutivelmente, o Carnaval de hoje se constitui nas mais devassas manifestações, e as consequências desses excessos serão cobradas depois pelo corpo, que, por mais forte e resistente que seja, tem o seu limite que deve ser respeitado, para que possa continuar sendo instrumento para o progresso do indivíduo. Meses depois, a festa ainda traz consequências: gravidez precoce e abortos realizados, frutos de envolvimentos insensatos e o contágio com doenças sexualmente transmissíveis. As consequências cruéis desse grotesco espetáculo se fazem sentir de forma rápida e inexorável. Pergunte a si mesmo: vale a pena pagar o alto preço exigido por alguns dias de loucura? Vale a pena ver seu nome na estatística de horrores que acontece no carnaval? Ninguém pode ser contra a alegria em si, muito menos o Espiritismo, que procura valorizar a felicidade como meta de progresso espiritual, mas a alegria que se vê no Carnaval não é essa, a alegria carnavalesca é movida pelo abuso das sensações físicas, pelo abuso do álcool e das drogas, por um intenso desgaste de energia, pela irresponsabilidade nas atitudes, por violência e tantas outras mazelas. Esse é o lado da festa que podemos observar deste lado de cá da vida. Mas o Carnaval não é somente uma festa de cunho material como se poderia supor.

O CARNAVAL E A INFLUÊNCIA ESPIRITUAL: Esta é uma questão muito importante. E deve ser observada e entendida. A Doutrina Espírita não é impositiva. Ela é uma doutrina esclarecedora, e nos diz o que acontece no Carnaval, a partir do momento em que participamos dessa festa. Diz a música que atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu. Ledo engano. Os desencarnados também vão atrás, sim, e se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis das preferências que estes trazem escondidas no seu íntimo. O carnaval observado do Além, narram os Mentores espirituais, que a realidade desta festa é muito diferente e lamentavelmente triste e perigosa. A faixa vibratória em que se situa é a dos Espíritos desditosos, que se locupletam com os desejos daqueles outros que, embora encarnados, ajustam-se aos apelos do além infeliz, servindo-lhes de vasos nutrientes, onde as sombras se impõem e triunfam por momentos.  Dezenas, centenas e milhares de entidades vampirescas, abraçam e se desdobram em influenciar os foliões, para juntos beberem, fumarem, se drogarem e cometerem os mais tristes desatinos, transformando a festa em um terrível circo dos horrores de grandes e atemorizantes proporções. O homem vive onde e com quem se sintoniza psiquicamente. E essa sintonia se dá pelos desejos e tendências existentes na intimidade de cada um, num feio espetáculo. Há nesses momentos de indisciplina sentimental lastimáveis desvios de espíritos fracos, permitindo o largo acesso das forças das trevas influenciá-los negativamente, fomentando desvios de conduta, para juntos cometerem os mais tristes desatinos, evidenciando um verdadeiro processo de obsessão coletiva, afetando o estado espiritual dos incautos. As pessoas se confundem com os obsessores. As duas populações, a física e a espiritual, em perfeita sintonia, misturam-se, sustentando-se em simbiose psíquica. Quantos crimes acontecem nesses dias, quantos acidentes, quanta loucura. Acidentes de carro, violência e até óbitos pelo uso de drogas ou combinações perigosas de medicamentos e bebidas. Algumas pessoas devem pensar: eu brinco, mas não faço nada de errado!  Mas se você atravessar um pântano de lama fétida, local de doenças e outras mazelas, pode até acontecer de você não adoecer, mas que vai sujar-se, não há a menor dúvida. Para atravessar a tempestade de energia negativa que envolve o carnaval, sem ser tocado por ela, só se você for alguém espiritualmente iluminado. Mas se você for tão iluminado, com certeza não estará participando do carnaval. O Carnaval se constitui, sob minha ótica, em um verdadeiro processo de Obsessão Coletiva, afetando profundamente o estado espiritual dos incautos. Mas o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade. Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos. Nessa época, as vibrações espirituais em torno da Terra se tornam um tanto densas e favorecem a entidades inferiores do mundo espiritual, que se aproximam e procuram atrair para seu campo de influência os mais fracos, que não sabem discernir os limites do gozo. Multidões de Espíritos infelizes também invadem as avenidas num triste espetáculo de grandes proporções. Malfeitores das trevas se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis do pensamento, em razão das preferências que trazem no mundo íntimo. Muitos excessos são cometidos por influência de irmãos ainda presos à esfera dos vícios. É comum nos defrontarmos com situações em que, a pretexto de “aproveitar” a data e os feriados consequentes, alguns se entregam a práticas que desafiam a resistência do corpo, num roteiro de bailes, desfiles dos blocos, dentre outras que põem em risco a saúde. É difícil para qualquer cristão passar incólume pelos ambientes carnavalescos. Por maior que seja a sua fé, os riscos de contrariedade e aborrecimentos são muito grandes. O Carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. E o que é que o Espiritismo acha do Carnaval? Ele não acha nada. A Doutrina Espírita respeita o livre-arbítrio de cada um. Ela apenas esclarece que o pensamento altera o meio, atraindo pensamentos semelhantes e, a partir daí, ficamos todos ligados pelas leis de afinidade psíquicas, indo de simples insinuação à dominação completa da vontade. A Doutrina Espírita também esclarece quais são as consequências dos atos, deixando para nós escolhermos o caminho. O certo é que não se pode servir a Deus e a Mamon. Há sempre a necessidade de situar-se cada coisa em seu próprio lugar. Existe festa de Carnaval menos agressiva, e sempre valerá a pena analisar a situação. Na realidade, o ser humano é um carnavalesco em potencial. Uma hora ele é pierrô, em outra ele é palhaço, e numa outra ele é arlequim. Sempre mascarado no certame da vida, até que um dia a máscara cai, é quando chega a quarta-feira de cinzas da desencarnação, e ele se vê do outro lado da vida, com contas a ajustar, justamente porque não brincou o Carnaval da vida de cara limpa. Ao ver a fantasia rota e maltratada, quantas decepções pelo tempo perdido. Valeu a pena? Quer brincar o Carnaval? Não se esqueça que o “Bloco Escola da Vida” está sempre em evolução com seu enredo: “A vida que liberta”. Agora vá! Mas não fantasiado. Vá pleno de si. Vá para a apoteose maior, para a felicidade de religar-se a Deus. A festa da vida é muito maior, muito mais divertida, ritmada e harmoniosa, quando sabemos escolher um bom enredo para vivenciá-la. E não se esqueça: devemos procurar sempre as melhores notas nos quesitos que nos são delegados por Deus. Vale lembrar os famosos critérios socráticos: bondade, utilidade e verdade. Se nossas atitudes não são aprovadas por tais crivos, nossa consciência espírita não respaldará tais ações, porquanto, submeter-se docilmente a este tipo de subjugação é escolha nossa, pois o livre-arbítrio é alicerce da Lei de Deus. Logo, aproveitar o Carnaval, do ponto de vista espírita, é ocupar esses quatro dias de uma forma prazerosa. O Carnaval se constituiu, sob minha ótica, em um verdadeiro processo de obsessão coletiva, afetando o estado espiritual dos incautos. O grande saldo da festa se resume numa única palavra: ilusão. Se participar do Carnaval é certo ou errado? Essa é a pergunta que não quer calar, mas que somente a sua consciência pode responder. Estejamos, portanto, vigilantes, sabedores de que todos os excessos com que venhamos a nos envolver são de responsabilidade única e exclusiva de nós mesmos, e, que, dessa maneira, repercutirão em nossa vida, sejam eles de que natureza forem. Devemos fazer tudo de conformidade com os valores eternos do Evangelho; limites sem constrangimentos; liberdade sem abuso; permissão sem permissividade. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos evangélicos, propostos por Jesus.

Muita Paz!

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