O Sermão da
montanha comentado – Episódio 01
Quando Moisés
implantou as suas leis, foi para que o homem daquela época pudesse se pautar
por um código que tinha limites, punições, castigos, porque aquelas criaturas
só entendiam aquela linguagem, só entendiam aquela sistemática que era da
pressão, do medo, do temor. Mas, quando veio Jesus, Ele trouxe para nós um novo
código de ética. Deu-nos o Sermão do Monte, que
é o texto mais importante do Novo Testamento. Nele estão expressos os
principais conceitos do Cristianismo, e contém, sem dúvida alguma, a síntese da
mensagem do Cristo. É o maior e mais completo código de ética existente no
mundo. É a iniciação cristã do processo de evolução do espírito, em sua jornada
terrena. Se pudéssemos fazer uma comparação, diríamos que o Sermão da Montanha
está para nós, assim como os Dez Mandamentos estão para os judeus. O Sermão do
Monte não se trata de descrições de alguém excepcionalmente virtuoso, mas, sim,
das características que todas as criaturas devem ter. Ele é o maior de todos os
discursos que Jesus teria proferido, registrado nos Evangelhos. Ele é tão rico,
tão completo, que Mahatma Gandhi, o grande líder indiano, que não era cristão,
ao travar contato direto com o Evangelho de Jesus, e, lendo-o, asseverou com
muita propriedade: Se toda a literatura espiritual da Humanidade perecesse, e
só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido. As Bem-aventuranças,
dentro do Sermão do Monte, é um longo discurso de Jesus. Dos quatro
evangelistas que narram a história do Cristo, apenas dois contam a história do
Sermão. Um deles é Lucas, e o outro é Mateus. Os discursos são semelhantes mas
profundamente diferentes. O discurso de Mateus é um discurso longo, de três
capítulos consecutivos; vai do capítulo quinto ao sétimo do texto. Já o
discurso de Lucas é bem menor, ocupa apenas parte do seu capítulo sexto. E
fragmentos que estão contidos na pregação de Mateus aparecem espalhados em
alguns lugares do Evangelho de Lucas. A diferença entre os dois Evangelhos é
que, no de Mateus, embora seja apenas uma curiosidade, o evangelista diz que
Jesus subiu ao alto do monte e, olhando a multidão, sentou e, abrindo a sua
boca, ensinava, dizendo... Já no evangelho de Lucas, a mensagem é dita de
maneira diferente; ele diz que Jesus percebendo a multidão que o seguia, desceu
para um lugar plano e, chegando a esse lugar, abriu a sua boca e ensinava,
dizendo... Esse discurso é uma série de afirmações sobre as qualidades do
verdadeiro discípulo do Cristo. Essas Bem-aventuranças mal entendidas representam
o mais violento contraste entre os padrões do homem material e o ideal do ser
espiritual. Na primeira frase, Jesus faz referência ao sofrimento daquele povo,
quando Ele coloca Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados. A partir
dessa colocação, começam a surgir dúvidas. Como chamar de felizes os que
choram; de felizes os injustiçados; de felizes os que sofrem perseguição.
Existe uma aparente contradição nisso tudo. Jesus proclama felizes,
precisamente, aqueles que o mundo considera infelizes. O Cristo ensinou o
avesso daquilo que os homens pensavam. Bem-aventurados os que sofrem, porque se
alegrarão, porque deles é o reino dos céus. Isto sugere que tudo aquilo que é
colocado como Bem-aventurado, se bem vivido, bem experimentado, resulta em Bem-aventurança.
E essas Bem-aventuranças englobam uma série de situações humanas em que, no
momento que você observa, dá a impressão de que está tudo errado. Mas atado a
esse suposto erro há sempre uma situação grandiosa sendo prometida.
Bem-aventurado é uma expressão de Jesus, que significa Bem encaminhado, feliz,
sob o aspecto espiritual. Talvez, o grande problema das criaturas seja o
entendimento do Sermão da Montanha, porque não é fácil entendê-lo. Para que
possamos entender melhor essas Bem-aventuranças, é necessário que façamos um
preâmbulo. A época em que o Império Romano assumia o controle da Palestina, a
estrutura social se dividia basicamente em três grupos: os religiosos, composto
por vários segmentos políticos, detentores de todas as honrarias do povo,
afinal de contas eles eram sacerdotes e, por esta razão, eram tidos como quase
intocáveis, eram vistos como homens de rigor e da lei, que mediam as ações das
criaturas e, por este motivo, não se misturavam aos demais, era uma casta
separada dentro da população, dentro da sociedade de Israel. O segundo grupo
também vivia na mesma realidade. Era o grupo dos poderosos, dos ricos, não
tinham autoridade religiosa, mas eram homens dotados de riqueza e, aquela
época, o conceito judaico de riqueza era um conceito de uma bênção divina. Eles
eram ricos porque eram homens abençoados. O pobre era um homem amaldiçoado. Os
romanos tripudiavam sobre os judeus, criando um clima de extrema hostilidade
entre eles. Assim, a sociedade se
dividia entre os sacerdotes, os ricos e aqueles que não eram detentores de
nada, os pobres, os rejeitados, os famintos, aqueles para os quais não havia
nenhuma esperança específica.
CONTINUAÇÃO
DESTE ESTUDO NO PRÓXIMO EPISÓDIO.
Muita Paz!
A serviço da
Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a
uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida feliz.
Leia Kardec!
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sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
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