INTRODUÇÃO
O objetivo desse Blog é levar você a uma reflexão maior sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio
necessário para uma vida saudável e produtiva.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Prezados irmãos e amigos. Não pretendo com esse Blog modificar o pensamento das pessoas. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, pois acredito que nenhuma religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la. Apenas estou transmitindo informações, demonstrando a minha crença, a minha verdade. Cabe a cada indivíduo a escolha de como quer entender as coisas do mundo em que vive, como quer viver a sua vida, e quais os métodos que quer utilizar para suas colheitas. Como disse Jesus, "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou seja, o plantio é opcional, você planta o que quiser, mas vai colher o que plantar. Por isto, muito cuidado com o que semear.
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domingo, 9 de outubro de 2022

 


O Sermão da montanha comentado – Episódio 02

E é nesse cenário, marcado por esses três grupos, que surge uma figura estranha, diferente daquela que se estava acostumado a ver entre os pregadores de Israel. Aparece no meio do povo um jovem vindo da região da Galileia, uma região que nunca dera a Israel nenhum profeta, alguém que não era rabino, não era doutor da lei, não tinha nenhuma tradição. Esse jovem, que apareceu nas cercanias de Jerusalém, logo chamou a atenção pela pregação que fazia. Ele apareceu na cidade e a breve tempo começou a agregar pessoas em torno de si, pela coragem que tinha de apresentar as suas teses, os seus pensamentos, em confronto com aquilo que a lei antiga preconizava. A forma de se apresentar era diferente da dos rabinos, porque estes usavam roupas impecáveis, muito limpas, uma vestimenta muito própria para que fossem reconhecidos nas ruas quando passassem. O homem do qual estamos falando não usava nenhuma veste especial, misturava-se com o povo. E, assim, no início de sua pregação, que segundo se crê durou aproximadamente três anos, esse Jesus de Nazaré reuniu uma multidão e subiu ao alto de um monte, propiciando que as criaturas ficassem no sopé, e pudessem ouvir a sua mensagem. Conta o evangelista Mateus que não havia apenas uma multidão, mas, sim, as multidões. Ora, se eram multidões, isso significa dizer que havia mais de um grupo a ouvir o Nazareno. E é razoável que assim tenha sido, porque a espera de um Messias, o desejo que aparecesse essa figura singular, que iria transformar a história, era tão esperada que justificava a presença daquelas criaturas para ouvir a pregação daquele que estava no início de seu trabalho público. É possível, então, nós imaginarmos o Mestre no alto do monte, sentado, cercado por um conjunto de pessoas ávidas para ouvi-lo, por interesses distintos, certamente envolvidos na atmosfera da curiosidade, por conta daquilo que ele poderia trazer, já que apresentava teses religiosas, e os sacerdotes não se furtaram de ali estar para medir as suas palavras, para julgar os seus ensinamentos, para encontrar formas de condená-lo, diante da lei de Moisés. Para apreciar se aquele jovem Galileu, que não tinha nenhuma vinculação com a escola tradicional de rabinos, iria apresentar algum pensamento que ferisse a lei mosaica. Era, portanto, imprescindível vigiá-lo, acompanha-lo de perto, observar aquilo que ele apresentava, para verificar até que ponto ele era uma figura nociva que surgia dentro de Israel. Ao mesmo tempo, os homens de poder, os ricos e poderosos, sem autoridade religiosa, mas dotados da capacidade de influenciar o governo pelo poder econômico que possuíam, certamente também estavam ali para julgar aquele forasteiro de roupas e cabelos estranhos. Convém lembrar que cada região de Israel possuía hábitos distintos de vestimenta e formas diferentes de cultivar os cabelos. Além dos sacerdotes e dos poderosos, também estava ali a multidão desesperançada, aqueles que haviam perdido a crença de que poderiam ser felizes. Assim, é possível destacar três multidões sentadas, a espera do discurso de Jesus. Agora, a qual delas se dirigiria Jesus? Certamente, em função da presença dos sacerdotes iria falar ao grupo daqueles homens poderosos do templo para mostrar o conhecimento da lei que possuía. É lógico também que não desagradaria aos ricos que ali estavam, uma vez que eles eram os senhores de todo poder. Entretanto, diferentemente do que se poderia imaginar, o Cristo observando as multidões em seu redor, abre a sua boca e, promovendo um escândalo sem par entre aqueles que lhe ouviam, apresenta o seu discurso àqueles que menos se esperava que ele fizesse. O Mestre não fala para os sacerdotes; não fala para os ricos; fala para aqueles que tinham a crença de que nada mais restava senão a desgraça. Então, Jesus começa o Sermão com as Bem-aventuranças, uma série de afirmações sobre as qualidades do verdadeiro discípulo Dele, para alcançar a tão sonhada felicidade, para alcançar um nível de consciência superior denominado reino dos céus. A primeira parte do Sermão, Jesus se dirige aos sofredores, pois aquele povo sofria, como hoje, na atualidade, estamos sofrendo, enaltecendo os pequenos e, em nenhum momento se volta para enaltecer aqueles que são poderosos. Conta o evangelista Mateus que o Cristo abre a sua boca e diz: Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. Isto dito naquela época, seria considerado um tremendo desaforo. Não se podia exaltar um pequeno, enaltecer aquele que não tem valor e não fazer reverência aos sacerdotes que ali estavam. Agora, por que “pobres de espírito”? Bem-aventurados os pobres não seria suficiente? Não! Porque há várias formas de pobreza. Porém, só a pobreza de espírito é que faz jus ao reino dos céus. Há grande número de maltrapilhos e de mendigos que são orgulhosos. Muitos entendem que pobre de espírito são aquelas criaturas ignorantes, aquelas criaturas tolas, aquelas criaturas desprovidas de sensibilidade intelectual. Mas, se isso fosse verdade, seria um contrassenso, porque Jesus estaria dizendo que o reino dos céus não seria para Ele, pois, o Cristo não se enquadrava nessa definição. O que o Mestre quis dizer é que o reino dos céus é para aquelas pessoas despidas de orgulho; para aquelas pessoas que não se envaidecem; para aquelas pessoas que reconhecem não ter autossuficiência espiritual, e que dependem, exclusivamente, do poder de Deus. A entrada no reino dos céus só é facultada àqueles que cumprem as leis de Deus. A pobreza de espírito é uma pobreza no sentido da alma.  Evidentemente, Jesus está nos incentivando a desenvolver a humildade. Jesus estava prometendo o Reino de Deus para aqueles que acham que não sabem nada, que não querem privilégios, que não querem reconhecimento, e que precisam melhorar. Bem-aventurado os aflitos, os que choram, porque eles serão consolados. Como é que alguém pode ser Bem-aventurado se está em aflição? Mas, como consolado? Muitas pessoas choram desde que nasceram. Continuam chorando, e não têm consolo nenhum. Só sofrimento. Onde estaria essa consolação, essa Bem-aventurança? Por mais que possa parecer incoerente, nós, espíritas, sabemos que o espírito que reencarna vem com proposta de crescer. E muitas das vezes, aquela dívida do “pretérito”, ou seja, aquela limitação no aspecto físico, ou, até moral espiritual é compatível com toda bagagem que ele trouxe para reencarnar. Bagagem que ele trouxe de vidas passadas. O sofrimento de hoje é em virtude das atitudes infelizes do passado, numa nova oportunidade de crescer espiritualmente.

CONTINUAÇÃO DESTE ESTUDO NO PRÓXIMO EPISÓDIO.

Muita Paz!

A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o equilíbrio necessário para uma vida feliz.

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