O Sermão da
montanha comentado – Episódio 03
As aflições
fazem parte da justiça. Disse o Cristo: Os que sofrem serão consolados. Ele não
disse “são”, disse “serão”. Por isto, somente na vida futura podem efetivar-se
as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. A consolação nasce,
diretamente, do profundo sentimento de alegria e alívio pelo cumprimento
integral do resgate. Bem-aventurados os mansos e pacíficos, porque eles
herdarão a Terra. Fica difícil entender essa colocação de Jesus. A Terra sempre
foi subjugada pelos fortes, pelos potentes, pelos duros, pelos cruéis,
principalmente através das guerras, e, aí, Jesus fala que os mansos herdarão a
Terra. Naquela época os territórios eram invadidos pelos povos. Os invasores
tomavam posse, faziam prisioneiros, faziam escravos, tudo para aumentar suas
conquistas. Jesus diz justamente o oposto do que acontecia, quando os
guerreiros é que possuíam a Terra. Naquela ocasião, o Mestre estava falando ao espírito
e não à matéria. Para aquele povo, não
dava para entender. Mas, nós, espíritas, sabemos que o nosso planeta já foi um
mundo primitivo. Ele hoje é um planeta de expiações e provas e, mais adiante,
estará chegando a um grau maior, será um mundo de regeneração, para futuramente
chegar à condição de um mundo feliz, um mundo divino, certamente. Ser manso e
pacífico é uma condição interior. A pessoa pacífica é aquela que procura
acomodar as coisas, que não joga uns contra os outros, que não cria confusão. É
aquela que, em qualquer conflito, procura acomodar os ânimos e não
incentivá-los. O nosso planeta, como nos dizem os Bons Espíritos, está no
momento culminante da transformação que já foi iniciada, e só permanecerão aqui
os mansos e pacíficos, ou seja, aqueles que querem realmente contribuir para a
paz. E só estes terão o merecimento para reencarnar na Terra em épocas futuras,
herdando-a. Convém lembrar que mansuetude não é sinônimo de covardia, de
omissão. Ser manso é procurar adquirir uma qualidade de não ser agressivo. É
procurar lutar contra o instinto do olho por olho, dente por dente. Ser manso e
pacífico é uma etapa que cada um de nós deve buscar a passos largos para
podermos novamente habitar a Terra, numa nova situação. Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Como fartos de justiça? Uma
criatura nasce cega, muda e surda, em pleno sofrimento, e outra nasce em berço
esplêndido. Uma é intelectualizada, e outra debiloide; uma é rica, a outra
pobre. Onde está a justiça? A Doutrina Espírita tem a explicação. A justiça de
Deus nunca deixa de acontecer. Como disse Jesus, a semeadura é livre, mas a
colheita é obrigatória; a cada um será dado de acordo com suas obras. A vida é
única. As experiências são diversas. Ora no plano espiritual, ora no seio da
Terra, na indumentária física. Então, aquelas criaturas que muito aprontaram
nessa existência, e não aconteceu nada, certamente vão voltar, e irão
experimentar uma situação muito mais complicada. Deus castiga? Não! Deus educa,
dando uma nova oportunidade. A justiça de Deus é perfeita. Por isso, está tudo
certo. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Como Deus é misericordioso conosco, nós também devemos ser misericordiosos com
as criaturas, ou seja, olhar para elas e ter piedade. É procurar desculpar as
ofensas e exercitar o perdão; é ter misericórdia em todas as situações. Aquela
criatura precisa de mim, então, eu vou ajudá-la. Isto é misericórdia. Eu sei
que o fulano não está numa situação boa. Na medida do possível, eu vou até ele
para ajudá-lo. Isso é piedade, é compaixão. Ora, se Deus tem compaixão de todos
nós, por que não temos essa compaixão para com o próximo? É ter sentimento de perdão para com todas as
criaturas que, ao longo da nossa vida, entendemos que nos ofenderam. Sede misericordioso, disse Jesus, no
imperativo, para obtermos misericórdia. E todos nós precisamos de misericórdia.
Bem-aventurado os limpos de coração, porque eles verão Deus. Jesus está falando
de uma limpeza interior, isenta de orgulho, de maldade e de hipocrisia. O
Mestre está chamando a nossa atenção para que não enveredemos pelo caminho
errado dos fariseus, que eram tão meticulosos quanto à limpeza cerimonial, com
suas regras extremamente rígidas. Tinham o espírito preocupado com as
restrições e com o temor da contaminação exterior, porém, não percebiam a manha
do egoísmo e da malícia que tomava conta deles.
Essa limpeza se evidencia no nosso relacionamento de amor com Deus e com
nosso próximo. Para ver Deus, a criatura tem que se transformar num espírito
puro, e para isso, o tempo espera. A Natureza não dá saltos. Cada um vai se
purificar ao seu tempo e à sua hora. Bem-aventurados os que sofrem por amor a
mim. Na época de Jesus era muito comum a perseguição aos cristãos. Eles
representavam uma ameaça para a doutrina judaica, e os judeus ortodoxos os
perseguiam de uma maneira violenta. Exultai-vos e alegrai-vos, porque grande
será o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram
antes de vós, disse o Cristo. Aqueles perseguidos estavam dando o testemunho,
estavam colocando a sua fé acima da perseguição. É uma benção nós podermos
sofrer em nome de Jesus. Quando nós abraçamos a causa cristã, criamos uma força
redobrada e nos alegramos e, certamente, um galardão nos espera, ou seja, o
prêmio pela nossa atitude feliz. A CONTINUAÇÃO DESTE ESTUDO COLOCAREI NO
PRÓXIMO EPISÓDIO.
Muita Paz!
A serviço da
Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a
uma reflexão sobre a vida, buscando pela compreensão das leis divinas o
equilíbrio necessário para uma vida feliz.
Leia Kardec!
Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é
sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!
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